Ainda fresco no caixão, Machado de Assis começa
a escrever sua história de vida, partindo do enterro que acaba de se concluir
até o próprio nascimento.
Seguindo o formato do clássico “Memórias
Póstumas de Brás Cubas”, Milton Coutinho dá voz a um Bruxo ficcional, que
compartilha com os leitores medos, crueldades e segredos como a vivência do
racismo brasileiro do século XIX na própria pele; períodos de sua vida dos
quais sabe-se pouco ou quase nada, como a infância e a primeira juventude; seu
papel na transição do Romantismo para o Realismo na literatura brasileira; a
paixão pela mulher retratada no quadro A Dama do Livro; o “pacto diabólico” do
casamento com Carolina.
Uma etapa especial do romance são as páginas
dedicadas à relação de Machado com José de Alencar e com a esposa deste,
Georgiana da Gama Cochrane. Rumores apontam Georgiana como amante de Machado e
o triângulo amoroso ganha tintas de uma trama romanesca e tragicômica, que
dialoga “Memórias póstumas” de Brás Cubas, “Quincas Borba” e “Dom Casmurro”.
Milton Coutinho pesquisou cinco anos para
escrever “Autobiografia póstuma de Machado de Assis” e leu dezenas de livros
sobre o autor, além de sua obra completa.
O lançamento tem capa e oito ilustrações do
artista Rodrigo Rosa, autor, entre outros trabalhos, da adaptação de “Grande
Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, para os quadrinhos, publicada pela Globo
Livros.
Milton Coutinho nasceu no Rio de Janeiro em 1966. É autor de “X, Y, Z” (contos, 1995), “Sanzio” (romance, 1998) e “As horas velozes” (contos, 2001) -finalista do prêmio Jabuti 2002 -, e do romance “No domínio de Suã” (7Letras, 2021).
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