Novo livro da finalista do Jabuti Rai Soares é publicado pela Editora Jandaíra

 

A partir das memórias resgatadas da convivência com sua avó e da relação da mais velha com a cozinha, Rai Soares apresenta lembranças breves que revelam o espaço como um local de autonomia, afeto e confluência de saberes ancestrais. Neste segundo livro da trilogia inspirada na avó afrorrural Severa Rosa, os pés na terra se misturam aos aromas e à magia da cozinha.
 
O primeiro livro desta trilogia, A mulher que pariu um peixe e outros contos fantásticos de Severa Rosa, finalista do Jabuti 2022, é dedicado ao sobrenatural, aos encantados e à relação da avó da autora com o inexplicável.
 
Severa Rosa nasceu em 1906 em um povoado chamado Campinho, no município de Palmeirândia, no estado do Maranhão. Neta de uma mulher escravizada, Severa Rosa era filha de Filomena, que era parteira. Severa herdou das suas antigas o saber das ervas, o conhecimento sobre plantar e colher o que necessitava para comer e o poder de semear em tempos áridos. Era contadora de histórias e ensinou os netos, pela oralidade, a ler o mundo fantástico que ela pisava e habitava. Através de resistências cotidianas escreveu a sua própria história.
 
Em Memórias da cozinha de vovó: Histórias de encantamentos e afetos, Rai Soares cria contos breves, pequenos instantâneos de um cotidiano que nos lembra da urgência em nos reconectarmos com a natureza e com nossa própria essência.
 
O pré-lançamento do livro aconteceu no dia 12 de setembro, no Congresso de Pesquisadores Negros (COPENE) em Belém. O lançamento será na FLIP, na Casa Libre, com data e horário a serem definidos.

Sobre a autora:
 
Rai Soares é escritora, pesquisadora, contadora de histórias e neta de Severa Rosa. Maranhense e mãe de Pedro e Akil. Assistente social e economista pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com mestrado e doutorado em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-doutorado pela UFMA. É professora associada da Universidade Federal Fluminense (UFF), Campus de Rio das Ostras, e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa Afro-brasileiro/NEAB. Desenvolve pesquisa e extensão junto a Comunidades Quilombolas do estado do Rio de Janeiro e do Maranhão e tem se dedicado à literatura, ao estudo das questões étnico-raciais no Brasil, bem como a uma práxis decolonial e antirracista em suas inserções diversas. Escreve contos, poesias, desenha e pinta, todas estas imersões atravessadas pelas memórias ancestrais, afro-diaspóricas e ameríndias que traz consigo.

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