Nas
madrugadas, ao mesmo tempo que boa parte da população se encontra adormecida em
seus lares e camas confortáveis, há pessoas que trabalham, seja no transporte
de mercadorias pelas estradas país afora, ou em boates e bordéis. Essa vida
noturna e marginalizada é o elemento central da obra "Noites
Cruas" (editora Labrador, pág. 192), de Jean Soter (@jeansoterescritor). Nela,
o autor descreve a trajetória de Karina e Rose, duas garotas de programa. Por
meio de uma narrativa realista, concisa e com elementos líricos; entrelaçada
também pelas histórias de outros marginalizados, Jean ressalta os sonhos,
angústias e sentimentos dos personagens, conferindo-lhes humanidade.
Natural do interior de São
Paulo, onde nasceu em 1974, Jean reside do Rio de Janeiro desde 2009 e se
dedica ao exercício da escrita há 20 anos. Atualmente, trabalha como autônomo
no mercado de ações, porém, sempre que possível lê e escreve literatura. Vê
como suas grandes inspirações os autores Álvares de Azevedo, Fiódor Dostoiévski
e Graciliano Ramos.
Quais são os principais temas
do livro e por que os escolheu?
Jean Soter: Poderia
resumir os principais temas em vida noturna, estrada, miséria e prostituição.
Não sei ao certo por que escolhi esses temas. O que sei é que o livro tem um
gosto de estrada, acho que é porque rodei muito o Brasil, de carro.
O que te motivou a escrever e
quanto tempo você levou para construir a história?
Jean Soter: Sempre gostei de literatura e quis escrever. Escrevo regularmente há 20 anos, e nesse período escrevi dois livros de contos e o “Noites Cruas”, que é um romance. Levo no mínimo 5 anos para escrever um livro. Meu processo de escrita é difícil, trabalhoso, por vezes frustrante. Mas depois que termino, leio e acho que ficou bom.
O que esse livro representa
para você?
Jean Soter: Sou
orgulhoso de meu trabalho literário e com “Noites Cruas”, isso não é diferente.
Não sei se minha literatura é boa, se vai agradar, mas segue sempre o padrão
que eu persigo, dos livros que me influenciaram. No final, fica do jeito que eu
queria, dentro de minhas possibilidades.
E quais são as suas principais
influências literárias? Quais influenciaram diretamente a obra?
Jean Soter: São tantas
leituras… O “Noite na Taverna” do Álvares de Azevedo, Graciliano Ramos,
Dostoievski etc.
Como a bagagem dos livros
anteriores que você escreveu ajudou na construção da obra?
Jean Soter: Me
ajudou pois aprendi a escrever literatura fazendo, meu estilo foi mudando um
pouco conforme eu escrevia. De um livro para o outro, percebo uma tendência à
concisão.
Como você definiria seu estilo
de escrita?
Jean Soter: Busco
a concisão e o lirismo, que para mim é o mesmo que beleza. A escrita deve
refletir a realidade, mas de um jeito bonito. Para mostrar a realidade sem
muita beleza, temos os telejornais, entre outros.
Quais são os seus projetos
atuais de escrita? O que vem por aí?
Jean Soter: O
livro de contos “A Transferência”, o primeiro que escrevi, está no momento
sendo ilustrado, e a previsão é de ser publicado ainda em 2024. Depois virá o
último que escrevi, “O Vendedor”. E no momento estou escrevendo uma narrativa
longa - que pretende ser um romance - quase todo ambientado no Rio, onde vivo
há uns 15 anos.
Leia a sinopse
de “Noites Cruas”:
Expulsa de casa após uma briga com a mãe, Karina conhece a
garota de programa Rose em um posto de gasolina na rodovia. Naquela mesma
noite, saem com dois caminhoneiros. Noites Cruas centraliza seu enredo na
trajetória errática dessas duas mulheres, com seus sonhos, frustrações e
esperanças, e tem como cenário a rua, o bordel, a rodovia. Com sensível carga
lírica, o romance narra uma realidade crua que vai do apogeu à decadência,
passando por lances trágicos, entre miséria, alcoolismo e crime.
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Jean Soter / Foto: Mandawa Estúdio |
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