Poeta, romancista e produtor de
conteúdo catarinense Christian von Koenig (@chrisvonkoenig) acaba
de lançar seu novo livro de poemas, "Acende
uma fogueira para a longa noite",
com publicação pela editora Patuá. O livro possui orelha da escritora Monique
Malcher, laureada em 2021 pelo Prêmio Jabuti com o livro de contos "Flor
de Gume".
O lançamento do livro em São
Paulo acontecerá no dia 4 de maio, na Livraria Patuscada (Rua Luís Murat, 40,
Vila Madalena), a partir das 18h. Já em Florianópolis, capital catarinense,
ocorre no dia 10 de maio, na Galeria Gama (Rua João Pinto, 198, Centro), a
partir das 19h.
Com uma poética lapidada,
Christian surpreende ao trazer o fogo como alegoria para a esperança, tema
central do livro. "Os poemas são um recado a quem atravessa a noite de
seus dias: acende uma fogueira", explica o autor.
O livro é dividido em 7 partes:
"I - acende uma fogueira para a longa noite", em que o eu-lírico
busca romper com a própria inércia; "II - um fogo com teu nome", que
aborda o amor e a paixão; "III- a falta que me faz", que discorre
sobre o luto amoroso; "IV - neste breve em breve se escreve a
eternidade", que reflete sobre o tempo; "V - indo em pé na lotação da
vida", com poemas voltados para o cotidiano; "VI - não sou louco de
me ouvir", mais introspectiva e experimental; e, por fim, "VII
- a palavra exata", que discorre sobre o ofício de escrever.
"Acende uma fogueira para a
longa noite" abrange produções que foram
escritas entre os anos de 2010 e 2023, mas, de acordo com Christian, o título
do livro só surgiu em 2021, quando compôs um poema com o mesmo nome. O autor
conta que escreve poesia desde que "se entende por gente", entendendo-a
enquanto uma afronta a um mundo que vem se tornando cada vez mais mecanizado,
sintético e capitalizado. Desta forma, ela é também uma chave para a abertura e
acesso de novos universos. Em relação ao processo criativo, Christian faz uma
citação à poeta polonesa Wisława Szymborska: “Prefiro o absurdo de escrever
poemas / ao absurdo de não escrevê-los”.
Além dela, ele conta que "Acende
uma fogueira para a longa noite" tem, como referência, autores
como E. E. Cummings (que se destaca pelas imagens naturais), Paulo Leminski
(pelo trabalho com a linguagem) e Ana Martins Marques (pelo "olhar para a
alma dos objetos"). Christian afirma que seus poemas propõem diálogos
tanto musicais quanto literários. Segundo ele, "um mesmo poema pode citar
T. S. Eliot e Cazuza".
Deste modo, o livro se destaca
pela experimentação e pelo olhar cuidadoso ao ritmo poético, com temas comuns e
versos que ressoam entre si. Apesar da singularidade da voz de Christian, ele
afirma não almejar trabalhar apenas com um único estilo ou adotar uma estrutura
padronizada. Para ele, é importante ouvir o que a ideia do poema propõe.
"Algumas ideias vivem melhor na casa do soneto, com todo o espaço de um
verso de doze pés, outras só querem uma rede na varanda, sem ponto ou
vírgula", conclui.
Christian von Koenig / Foto: Divulgação |
Livreiro, poeta, criador de
conteúdo: conheça Christian von Koenig
Christian von Koenig nasceu em
1989, em Itajaí, em Santa Catarina, mas foi criado na capital do estado. É
autor do romance "Passagem para lugar nenhum" (2019), publicado de
maneira independente; e do livro de poemas "Acende uma fogueira para a
longa noite" (Patuá, 2024). Também publica a newsletter Newslenta e
integra a equipe de poetas do portal Fazia Poesia.
Christian fez Letras - Português pela Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) e atuou com a palavra de diferentes formas ao longo da carreira. Começou
como livreiro no início dos anos 2010 e há uma década trabalha como revisor de
textos e produtor de conteúdo freelancer, tendo produzido a comunicação de
marcas como Sebrae, Lança Perfume e Zurich Airport Brasil.
Segundo ele, "a escrita
literária acontece nas brechas da rotina". O escritor revela que possui
uma extensa produção inédita, que está guardada para novas publicações.
Atualmente, Christian afirma que pretende escrever um segundo romance, este baseado
no trabalho dos Médicos Sem Fronteiras.
Confira
o poema "Tempo ao tempo", que integra "Acende uma fogueira para
a longa noite":
“De tudo aprendo um pouco nesta
vida,
Até esta lição que ouvi da
pedra:
Firme que sou, também já fui
partida;
Dê tempo ao tempo e tudo então
se quebra.
Foi mais gentil o vento ao
lecionar-me
Quando me sussurrou com usual
graça:
Ser é um sopro – nisso está seu
charme;
Dê tempo ao tempo, assim tudo se
passa.
Ensinou-me inda mais o coração:
O amor é frágil – mas beleza
dura;
O amor é passageiro – amar não;
Dê tempo ao tempo e hei de achar
a cura."
Adquira
"Acende uma fogueira para a longa noite" no site da editora Patuá
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