Da janela
de casa a escritora J.C.
Lydes testemunhou em choque um homem agredir a esposa
enquanto porteiro e entregador tentavam contê-lo. Sem saber o desfecho da
história verídica, mas com determinação de dar voz ao que presenciara, a autora
imergiu na criação de Letícia, uma personagem que encarna inúmeras mulheres
aprisionadas em relacionamentos tóxicos e abusivos. Esta narrativa é contada
em A história de como
eu morri.
O marido de Letícia é Carlos, um homem violento, agressivo, que
ao longo dos anos a fere tanto física quanto emocionalmente, fatores
suficientes para abalar a autoestima e confiança dela. Depois de mais uma
briga, seguida por um pedido de desculpas e promessas vazias, ela é agredida
por ele em público, na rua.
O que eu estou fazendo
aqui?! Eu preciso ir embora. Eu vou ter que contar tudo o que acabou de
acontecer. Vão me pedir para detalhar cada uma das brigas, cada uma das vezes
em que ele me machucou. E se me perguntarem de quem foi a culpa?! Meu corpo
gela e dou um passo para trás. O ar para de entrar e me sinto presa e
sufocando. É como se as mãos pesadas do Carlos tivessem voltado para o meu
pescoço. Eu não posso fazer isso. Não posso repetir tudo. Fecho os olhos. Não
consigo reviver esse pesadelo. (A história de como eu morri, p. 33 e 34)
Para moldar de forma mais realística as ações e reações dos
personagens à vista desses terríveis eventos, a escritora consultou uma
delegada da mulher do Piauí e uma capitã da PM. Ela também se aproximou do
grupo de apoio Fala
Mulher, a fim de compreender a realidade da violência doméstica,
além de estudar a Lei
Maria da Penha.
Baseada nessas pesquisas, J.C. Lydes conduz Letícia para uma
jornada de reconexão consigo mesma. Isto acontece de forma gradual, quando a
personagem recebe apoio da amiga Sarah, começa a fazer terapia e encontra
companhia em Alessandra, uma mulher que vivenciou algo semelhante ao que ela
passou. Entretanto, desapegar daquilo que acreditava ser amor revela não
ser uma tarefa fácil e, entre recaídas e incertezas, a protagonista, assim como
uma fênix, renasce das cinzas.
Nesse aspecto, a ficção se distancia do mundo real, onde quase
sempre esse renascimento não se concretiza e parte das mulheres se tornam
vítimas fatais, o que faz do Brasil o quinto país no mundo em mortes violentas
de pessoas do sexo feminino. Mesmo diante de estatísticas desanimadoras, neste
livro, a autora, com uma escrita delicada, traz uma mensagem otimista ao
retratar a coragem e a importância de quebrar ciclos.
Ficha técnica:
Título: A história de como eu morri
Autora: J.C. Lydes
ISBN: 978-65-00-87595-9
ASIN: B0CF9ZN93Q
Páginas: 259
Onde
comprar: Loja
Uiclap e Amazon
Sobre a autora:
J.C Lydes tem 30 e poucos anos,
é baiana, de Salvador, e mora em São Paulo. Formada em jornalismo e com MBA em
mídias digitais, trabalhou por dez anos com publicidade e marketing digital,
até se descobrir como escritora e mudar completamente de carreira. Tornou-se
autora de ficção por paixão aos livros e atualmente se dedica exclusivamente a
isso. Seus livros, publicados na Amazon, possuem mais de dois milhões de
páginas lidas. De forma independente, lançou A Herdeira – Entre sangue
e mentiras, A Queda da Rainha – Jogando com o coração e Nascida
nas Sombras – O surgimento de uma lenda.
Site: www.jclydesautora.com.br
Instagram: @jclydesautora
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