“Crônica de um amor louco” e “Fabulário geral do delírio cotidiano” de
Charles Bukowski (1920-1994) foram publicados no Brasil em 1984 pela
L&PM Editores. Em 2007 ambos os livros foram lançados no formato bolso, na
coleção L&PM Pocket. Verdadeiros clássicos da transgressão, estes dois
títulos Bukowski "raiz" são relançados no formato tradicional (14x21)
em novo projeto gráfico.
Os contos são uma jornada pelo universo infernal e onírico do
autor – seus personagens desvalidos, seus quartos imundos em hotéis
baratos, seus bares enfumaçados na longa noite de neon: o sonho americano
reduzido a trapos nas ruas desertas da madrugada voraz de Los Angeles, a cidade
que Bukowski amava acima de todas as coisas.
Fabulário Geral do Delírio Cotidiano:
O livro Fabulário geral do delírio cotidiano é o
segundo dos dois volumes que compõem a obra Ereções, ejaculações e exibicionismos, do
genial escritor norte-americano Charles Bukowski.
Descrevendo suas desventuras, traumas, amores
fracassados e prisões inesperadas, Bukowski mergulha na excitação frenética, na
insanidade corrosiva das noites mormacentas e manhãs de névoa poluída de sua
amada Los Angeles. Os contos parecem brotados de seu estômago ulcerado, e
jogados ao papel entre espasmos de delirium
tremens e disformes fantasias alcoólicas. Perto dessas
histórias rudes e ríspidas, os contos de outros autores parecem narrativas de
colegiais, que nada têm a ver com o mundo da maquinaria, com esse gigantesco
cemitério de automóveis que nos envolve e sufoca. Mas ao mesmo tempo Bukowski é
lírico.
Sobre o autor:
Nasceu em
Andernach, na Alemanha, a 16 de agosto de 1920, filho de um soldado americano e
de uma jovem alemã. Aos três anos de idade, foi levado aos Estados Unidos pelos
pais. Criou-se em meio à pobreza de Los Angeles, cidade onde morou por
cinqüenta anos, escrevendo e embriagando-se. Publicou seu primeiro conto em
1944, aos 24 anos de idade. Só aos 35 anos é que começou a publicar poesias.
Foi internado diversas vezes com crises de hemorragia e outras disfunções
geradas pelo abuso do álcool e do cigarro. Durante a vida, ganhou certa
notoriedade com contos publicados pelos jornais alternativos Open City e Nola Express, mas
precisou buscar outros meios de sustento: trabalhou 14 anos nos Correios.
Casou, se separou e teve uma filha. É considerado o último escritor “maldito”
da literatura norte-americana, uma espécie de autor beat honorário, embora nunca tenha se associado
com outros representantes beat, como Jack
Kerouac e Allen Ginsberg.
Sua literatura é de caráter extremamente autobiográfico, e nela abundam temas e personagens marginais, como prostitutas, sexo, alcoolismo, ressacas, corridas de cavalos, pessoas miseráveis e experiências escatológicas. De estilo extremamente livre e imediatista, na obra de Bukowski não transparecem demasiadas preocupações estruturais. Dotado de um senso de humor ferino, auto-irônico e cáustico, ele foi comparado a Henry Miller, Louis-Ferdinand Céline e Ernest Hemingway.
Ao longo de sua vida, publicou mais de 45 livros de poesia e prosa. Bukowski morreu de pneumonia, decorrente de um tratamento de leucemia, na cidade de San Pedro, Califórnia, no dia 9 de março de 1994, aos 73 anos de idade, pouco depois de terminar Pulp.
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