Bowie: uma biografia - Tomo Literário

Bowie: uma biografia

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“Bowie: uma biografia” traz a marca inconfundível da escritora e brilhante desenhista Maria Hesse, autora de “Frida Kahlo: uma biografia” (L&PM, 2018). Hesse usa todo seu talento para criar esta série de biografias ilustradas num traço personalíssimo e contemporâneo.

Este livro aborda todos os aspectos da vida do cantor – das informações factuais às lacunas e às anedotas que se converteram em lenda. Como um hieróglifo, Bowie é um mistério que desafia ser totalmente desvendado. María Hesse conta a história desse artista fascinante usando e abusando da imaginação e da fantasia que sempre o cercaram.

Nascido nos arredores de Londres, David Robert Jones (1947-2016) entraria para a história como David Bowie, o cantor-compositor-ator-produtor musical camaleão que marcou o pop na segunda metade do século XX.

Filho de uma mulher que queria ser cantora e que tinha vários casos de doença mental na família, foi com seu meio-irmão mais velho, Terry (mais tarde diagnosticado com esquizofrenia), que descobriu a literatura dos Estados Unidos, o rhythm and blues e o jazz. Encantado, como o pai, pelas inovações tecnológicas que mudaram a forma de se consumir cultura, como a tevê, o rádio e o toca-discos, viria a compor “Space Oddity” e “Starman”, que se tornaram verdadeiros hinos da corrida especial (a britânica BBC reproduziu a primeira na transmissão da chegada do homem à Lua). Viveu em Berlim e em Nova York, descobriu The Velvet Underground e Kraftwerk, que seriam grandes inspirações. Criou alter egos como o pop star alienígena e andrógino Ziggy Stardust, que serviam como personas de palco, possibilitavam que se reinventasse e o conectavam à juventude. 

Fez parcerias com os maiores músicos do seu tempo, como Mick Ronson, Tony Visconti, Lou Reed, Iggy Pop, Trevor Bolder, Woody Woodmansey, Carlos Alomar, Mike Garson, John Lennon, Brian Eno e Freddie Mercury. Se afundou nas drogas, flertou com o budismo – principalmente com a noção de desapego e de transitoriedade –, se declarou homossexual, teve diversos relacionamentos, estampou as páginas da imprensa sensacionalista, sofreu com contratos espúrios e a necessidade de recomprar a própria obra. Estrelou sucessos cinematográficos como Fome de viver (1983) e Labirinto (1986), além de compor um musical, Lazarus (2016), encenado no mundo todo. Teve dois filhos e encontrou a felicidade doméstica tardiamente. Seu ativismo e suas preocupações sociais se intensificaram ao final da vida, quando pareceu enfim em paz com a escuridão que (também) o habitara desde sempre.

Narrado em primeira pessoa, este livro permite que o leitor entre na mente e nos sentimentos de um dos maiores, mais fascinantes e criativos artistas de todos os tempos.

Sobre os autores:

María Hesse nasceu em Huelva, na Espanha, em 1982, mas cresceu em Sevilha, onde vive. É ilustradora freelancer e autora de vários graphic novels, como Frida Kahlo: uma biografia (L&PM, 2018; Prêmio FNLIJ 2019, categoria tradução/adaptação informativo).

Fran Ruiz nasceu em Málaga, na Espanha, em 1981. Estudou História da Arte e é professor em uma escola de Ensino Médio. Quando jovem, um dia não pôde ir à escola, e descobriu o clipe “Ashes do Ashes”, de Bowie. Está ouvindo essa música até hoje.

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