O anúncio foi feito na quinta-feira
(5 de outubro de 2023). Ailton Krenak é o mais recente imortal da Academia
Brasileira de Letras (ABL). É também o primeiro indígena a assumir uma das
cadeiras da instituição. Assumirá a cadeira de número 5, que pertenceu a José Murilo
de Carvalho, falecido em agosto deste ano. Krenak recebeu 23 votos
para sua aprovação.
Autor dos livros "Ideias
Para Adiar o Fim do Mundo", "A Vida Não é Útil" e "Futuro
Ancestral", lançados pela Companhia das Letras, Krenak é filósofo,
escritor e ambientalista.
Membro da Academia Mineira de
Letras, ele é professor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora
(UFJF) e pela Universidade de Brasília (UnB), venceu o Prêmio Juca Pato em 2020
como intelectual do ano e é presença frequente em debates e eventos literários.
O escritor vive na Reserva Indígena Krenak, em Resplendor (MG).
Ailton Krenak / Foto: Reprodução
Ailton Alves Lacerda Krenak
nasceu em 1953, em Itabirinha, que fica na região do Rio Doce, no estado de
Minas Gerais. Se mudou com a família para o Paraná aos 17 anos. Foi lá que se
alfabetizou e começou a vida profissional, como produtor gráfico e jornalista.
Na década de 1980 se dedicou
ao movimento indígena e fundou, em 1985, a ONG Núcleo de Cultura Indígena.
Em 1988, participou da fundação
da União dos Povos Indígenas e em 1989, participou da Aliança dos Povos da
Floresta. Dez anos depois, em 1999, sua obra O Eterno Retorno do Encontro foi
publicado no volume A Outra Margem do Ocidente, cuja organização ficou a cargo
de Adauto Novaes.
Krenak ficou mais perto da
política entre os anos 2003 e 2010, chegando a atuar como assessor especial do
Governo de Minas Gerais para assuntos indígenas.
Além dos livros publicados
pela Companhia das Letras, "Ideias Para Adiar o Fim do Mundo",
"A Vida Não é Útil" e "Futuro Ancestral", lançados pela
Companhia das Letras, a Azougue tem um volume dedicado a Krenak na sua
série Encontros. O livro reúne entrevista concedidas por ele entre 1984 e 2013.
Vale lembrar também que as obras de Krenak foram publicadas em cerca de 13
países.
Krenak valoriza a cultura indígena e
mostra que a forma de lidar com a natureza e o mundo têm muito a ensinar a
sociedades capitalistas.
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