Thiago Barrozo é escritor e jornalista com
publicações em diversos veículos nacionais e internacionais, incluindo
Financial Times, Forbes, Mergermarket, O Globo, BandNews e Revista Brasileiros.
Com o livro “O Homem que Explodiu o Presidente”
foi ganhador do Prêmio Ecos.
Em entrevista ao Tomo Literário o escritor fala
sobre sua trajetória até o mercado literário, conta como surgiu a ideia do
livro, comenta sobre a chancela da premiação, revela novidades que está
preparando para os leitores, fala sobre escrita e muito mais.
Thiago
ressalta que “os livros estimulam a criatividade e o pensamento crítico.”
Confira a entrevista:
Tomo Literário: Para iniciarmos,
nos conte um pouco da sua trajetória até chegar ao mercado literário, ou seja,
como começou a sua atuação como escritor?
Thiago
Barrozo: Eu comecei
escrevendo não ficção. Trabalho há quase vinte anos como jornalista, cobrindo,
principalmente, política e economia. A entrada no mundo da ficção é recente. Meu
respeito pelos livros é tão grande que não me sentia apto a enveredar por esse
caminho. Escrever é se expor. É natural nos sentirmos inseguros. Foi durante a
pandemia que tomei coragem e dei o passo seguinte. Fico feliz de ter superado o
medo. Valeu a pena.
Tomo Literário: Como surgiu a
ideia de escrever “O Homem que Explodiu o Presidente”?
Thiago Barrozo: Duas ideias alimentaram a criação do livro. A primeira veio de uma
reflexão sobre o aumento de atentados contra políticos: Shinzo Abe
(ex-primeiro-ministro do Japão), Jovenel Moïse (presidente do Haiti), Cristina
Kirchner (vice-presidente da Argentina), e etc. A segunda veio de uma reflexão sobre
o consumismo desenfreado dos dias de hoje. Minha ideia foi desenvolver uma
trama que juntasse estas duas pontas. É por isso que Otelo, o protagonista do
livro, utiliza o prêmio da Mega-Sena para se vingar do Presidente ao invés de
comprar um iate ou um Porsche conversível.
Tomo Literário: O que significa
para você escrever um bom livro?
Thiago
Barrozo: É curiosa essa pergunta. Tenho por hábito não reler o que escrevi.
Sempre que retorno a algum texto antigo fico com vontade de substituir uma
vírgula, trocar uma palavra de lugar, acrescentar ou deletar uma passagem. Acho
que é um processo normal. Nunca estamos satisfeitos com a nossa escrita. Apesar
disso, creio que um bom livro seja aquele em que o autor, acima de tudo,
respeita o seu leitor. Não cria personagens inverossímeis nem peca por falta de
pesquisa ou pressa em escrever a última frase. Se o leitor enxerga este cuidado,
o livro pode até conter falhas, é humano, mas o impacto é limitado. O contrato
implícito entre autor e leitor permanece inalterado.
Tomo Literário: “O Homem que Explodiu
o Presidente” foi ganhador do Prêmio Ecos. Como você avalia a repercussão do
livro após o prêmio?
Thiago
Barrozo: Um prêmio sempre oferece a oportunidade de expor o seu trabalho. É uma
chancela importante num mercado onde nós, autores brasileiros, somos muitas
vezes escanteados em detrimento de autores internacionais. Reconhecer os
talentos locais é um passo fundamental para fortalecer a literatura brasileira.
Confesso que não esperava ganhar o prêmio. Ainda mais por ser fruto de uma votação
virtual. Entrei no Instagram em agosto de 2022 e ainda estou engatinhando nas
rede socias. Sou privilegiado de ter conhecido tantas pessoas maravilhosas que
me permitiram chegar até aqui.
Tomo Literário: O que te move a
escrever? Quais são os seus sonhos como escritor?
Thiago
Barrozo: Escrever é um meio de colorir a vida. A escrita
torna nossos sentidos mais aguçados e isso é um privilégio em tempos de
avatares, redes sociais e metaversos. Esta observação mais apurada dos prazeres
e das dores de ser humano é um dos elementos que mais me fascina no ofício da
escrita. Quanto a sonhos, meu grande objetivo é ser um bom escritor aos
cinquenta anos. Estou com trinta e sete agora. Se persistir praticando,
acredito que chego lá. Assim espero.
Tomo Literário: Tem algum
projeto novo surgindo? Pode nos contar um pouco sobre essas novidades?
Thiago
Barrozo: Sim. Estou no meio da primeira revisão de um novo
thriller policial e imagino que emende uma segunda revisão depois de uma pausa de
duas ou três semanas. É um livro curioso. O personagem principal é um golpista
aficionado por pés, um podólatra. Tem sido interessante aprender sobre pés.
Conheço pouco sobre o assunto. Esta é a beleza da escrita: aprender, aprender e
aprender.
Tomo Literário: Como é o seu
processo de escrita? Você tem uma rotina, alguma forma particular de montar personagens
e criar cenas?
Thiago
Barrozo: Sou um escritor lento. As ideias demoram para
ganhar forma no meu caderno ou na tela do computador. Meu sonho era ser a Cláudia
Lemes, que escreve um livro em dois meses e a obra é finalista do Jabuti. Ou então
o César Costa, escritor e um dos melhores revisores do Brasil, que gasta
semanas para ir da primeira frase ao ponto final. Infelizmente, não consigo ser
assim. Tenho a meta de escrever 500 palavras por dia e me esforço muito para
seguir esta rotina de segunda à sexta. Também leio diariamente. Bastante. Umas
duas horas, mais ou menos.
Tomo Literário: Quais são os
livros e/ou autores que você recomendaria aos nossos leitores e que fizeram
parte da sua inspiração como escritor?
Thiago
Barrozo: Como as inspirações são inúmeras, vou focar nos
autores e livros que, de um jeito ou de outro, influenciaram a criação de “O
Homem que Explodiu o Presidente”: Rubem Fonseca (Vastas Emoções e Pensamentos
Imperfeitos), Marçal Aquino (Baixo Esplendor), Ana Paula Maia (Enterre seus
Mortos), Tony Bellotto (Bellini e a Esfinge). INTERNACIONAIS: Raymond Chandler
(A Dama do Lago), Patricia Highsmith (O Talentoso Ripley), Petros Markaris (Os
Amantes da Noite).
Tomo Literário: Como os leitores
podem te encontrar nas redes sociais e adquirir o seu livro?
Thiago
Barrozo: Sou neófito nas redes sociais. Minha participação
se limita ao Instagram, onde compartilho conteúdos sobre literatura no perfil
@dothiagobarrozo. Também participo do BookNautas (@booknautas), um perfil
literário onde conversamos com autores, editores e outros profissionais do
mundo das letras. O projeto conta com a participação do escritor Átila Vila-Rio,
autor do livro “A Morte faz seu preço”, e da Leticia Ferreira, a simpatia por
trás do perfil @entrelinhaspretas. “O Homem que Explodiu o Presidente” está disponível no site da Editora Flyve e
nas principais plataformas: Amazon, Estante Virtual e etc. Também tenho alguns
exemplares em casa para os leitores que gostam de autógrafo.
Tomo Literário: Quer deixar algum
recado para os leitores do site ou falar sobre algum assunto que não
comentamos?
Thiago
Barrozo: Queria,
antes de mais nada, parabenizar o Tomo Literário por acreditar na força da
literatura nacional. Não há caminho que passe pelo progresso sem a educação. A literatura
está aí para contribuir com essa jornada. É vastamente sabido que os livros
estimulam a criatividade e o pensamento crítico. Por isso eu digo: leia. Deixe
a tevê de lado, o Netflix e leia. Nem que seja por alguns minutos. E leia o que
você gosta. Não acredite em baixa ou alta literatura, em gêneros de primeira ou
segunda categoria. Ler é um passaporte e você, leitor, é o único que pode, e
deve, escolher seu destino final. Boa viagem! : )
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