Texto de *Renata Dembogurski
É impressionante como o entretenimento disputa nossa atenção. Filmes, séries, redes sociais e videogames orbitam nossas telas e vidas. Com a ascensão imponente dessas mídias, o mundo da literatura enfrenta uma acirrada disputa para ter um espaço nessa rotina. É aí que a força de eventos literários como a Bienal do Livro do Rio de Janeiro surge como impulso, capaz de dar nova significância aos livros e oferecer uma interação capaz de cativar novos leitores, além de estabelecer um equilíbrio nesse embate entre mídias.
Toda a interação direta e imersiva que a Bienal oferece, consegue criar uma conexão entre escritores e o público que vai muito além do próprio livro. Esses encontros são catalisadores essenciais para solidificar o vínculo dos leitores com o universo da literatura. Afinal, é na Bienal do Livro que crianças, jovens e adultos podem achar a porta de entrada nesse mundo emocionante e formar novos leitores entusiasmados. Enquanto muitos pais se esforçam para desconectar os filhos de dispositivos eletrônicos, o evento traz a oportunidade de envolvimento com histórias fora das telas.
Ao ver, tocar um exemplar e conversar com escritores, o fascínio pelo prazer da leitura é ressaltado. É o momento dos autores se transformarem em presenças reais, capazes de compartilhar histórias e suas motivações de forma pessoal e envolvente. Isso cria um laço humano que é páreo para a sensação de imersão proporcionada por outras mídias e reforça a ideia de que, por trás de cada história, há uma mente criativa e uma voz única, tornando a experiência literária ainda mais envolvente.
A atmosfera vibrante do evento destaca a literatura que é base para a criação de diversos roteiros e até videogames. Muitas vezes, os jovens desconhecem os livros que originaram essas narrativas. Em meio à crescente ênfase em multiversos, metaversos e viagens no tempo, que é bem o tema que eu escrevo, é importante reconhecer que esses assuntos têm raízes profundas na literatura. Autores como Neal Stephenson, Isaac Asimov, Philip K. Dick, H. G. Wells e William Gibson exploraram esses conceitos em suas obras muito antes de se tornarem tendências populares que fascinam a cultura pop contemporânea.
Em um mundo saturado de estímulos digitais, experiências reais e presenciais como a Bienal são fundamentais para romper as barreiras entre ficção e realidade, tanto para leitores quanto autores, que podem acolher seu público com o “olho no olho”.
*Renata Dembogurski é escritora, ghostwriter, diretora de redação publicitária e roteirista. Autora do sci-fi Virkadaz, ela estará na Bienal do Livro do Rio de Janeiro para encontrar com os leitores.
Renata Dembogurski / Foto: Divulgação |
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