“A
mentira é o único privilégio do homem sobre todos os outros animais”, sentencia
Dostoievski em sua obra-prima “Crime e Castigo”.
Partindo dessa premissa, o escritor Luiz Gustavo de Sá apresenta seu novo livro, o romance “Na dúvida, é melhor não mentir”, que está saindo pela editora Penalux.
O livro é protagonizado por Ricardo Galego, um jornalista desempregado que vem levando uma vida niilista e sem maiores pretensões, até que a inesperada gravidez de sua namorada surge para sacudi-lo do seu torpor. A exemplo de Bentinho, personagem machadiano do romance Dom Casmurro, Ricardo também tem dúvidas sobre a paternidade do filho que sua companheira espera.
Segundo o autor, a ideia principal do livro é levantar discussões sobre as noções de “verdade” e “mentira”. “Devemos fazer distinções entre as verdades que são subjetivas, que não servem para todos, e as mentiras descaradas, usadas deliberadamente com diversos propósitos, tanto a nível pessoal quanto midiático”, diz Gustavo.
Paralelamente, há outra história em curso.
O personagem aceita uma proposta de trabalho de um colega, que é editor de um jornal sensacionalista. Ricardo, portanto, é contratado para participar de uma reportagem sobre uma rede de prostituição e exploração sexual de menores, que atualmente vem sendo investigada por uma CPI. O jornalista parte para Lisboa com essa missão na bagagem. Durante a viagem, Ricardo se vê envolvido acidentalmente num crime, após conhecer uma jovem misteriosa. Após vários contratempos, ele retorna ao Brasil e tem uma grande surpresa relacionada ao filho.
“Com texto fluido e personagens construídos com muito cuidado”, destaca Daniel Zanella, editor do periódico literário RelevO, “a obra envolve o leitor em um enredo engenhoso e bem-humorado, sempre na medida certa, com uma surpreendente reviravolta em seu final.”
Zanella concluí assim o texto que consta na orelha do livro: “Entre jogos de poder e os bastidores da indústria jornalística, ‘Na dúvida, é melhor não mentir’ entrega um olhar profundo e divertido da natureza humana”.
O autor também procurou abordar a questão das fake news nesse seu romance de estreia. De modo que assim que o personagem regressa ao Brasil, ele descobre que seu editor fez mal uso do material que lhe fora entregue, forjando uma falsa narrativa em cima de sua reportagem investigativa.
“Dessa forma, tanto a gravidez de sua namorada quanto os acontecimentos da viagem colocam em xeque várias convicções do protagonista”, adianta o autor. “As suas verdades, que ele julgava inabaláveis, são então questionadas”.
O livro nos convida a refletir sobre como as verdades são subjetivas e variadas e como as mentiras podem ser intencionalmente forjadas a partir de diversos interesses, alguns inofensivos, outros, perversos e repletos de más intenções.
Em tempos de pós-verdade, em que as fake news infestam as redes sociais e as mídias, a obra oferece exemplos de como a manipulação dos fatos são usadas para influenciar corações e mentes.
“Vai chegar um dia em que tudo poderá ser verdade”, diz um dos personagens do romance, que se passa em 2004. “Todo mundo vai falar o que quiser e muita gente vai acreditar. Todo mundo vai manipular a realidade de acordo com o gosto do freguês. Uma história bem construída vai ser mais importante do que a verdade, e vai se espalhar muito rapidamente”.
Qualquer semelhança com a realidade de hoje não é mera coincidência.
Gostou da proposta desse romance?
A obra já pode ser adquirida nas plataformas de venda disponibilizadas pela editora.
Serviço:
Link para compra: editorapenalux.com.br/loja/na-duvida-e-melhor-nao-mentir
Luiz Gustavo / Foto: Divulgação
Sobre o autor:
Luiz
Gustavo de Sá nasceu em São Luiz Gonzaga-RS e mora em Niterói-RJ. É engenheiro pela
UFRJ e historiador pela UFF. Foi premiado no III Concurso Municipal de Contos
da Prefeitura de Niterói (2005); pré-selecionado na edição de 2018 do Prêmio
Sesc de Literatura e semifinalista do 3o Prêmio Internacional Pena
de Ouro (2022) da Casa Brasileira de Livros. Publicou os livros de contos
“Parafernália” (2020) pela Editora Itapuca e “Ninguém está olhando” (2022) pela
Editora Penalux. Participou de diversas antologias de contos e poemas.
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