Em seu novo
livro, o oitavo em 14 anos, o escritor potiguar continua
exercitando a
maneira de dizer as coisas que lhe compõem.
Obra está em pré-venda com o autor.
Poesia como espólio. Em “Inventário de tão pouco”, seu novo livro — o
oitavo de uma carreira literária que soma 14 anos —, o escritor potiguar Theo
G. Alves, 42, tenta fazer um apanhado das coisas que parecem menores na urgência
da vida cotidiana. Nessa miuçalha a que em geral o mundo é indiferente, estão
os tais grandes temas da humanidade: o tempo, o amor, perdas, caminhos, cidades.
“Tudo o que compõe a pequena herança do que escrevo está nele.
Continuo exercitando a maneira de dizer as coisas que me compõem. Então, de
alguma forma, este inventário é algo que está dentro e fora de mim
simultaneamente. É como recebo, transformo e devolvo ao mundo o que me toca”, diz
Theo Alves, que nesse exercício de dizer as coisas que o compõem acaba por se ver
diante de uma versão mais jovem de si mesmo, estreando como escritor com o
livro “Pequeno manual prático de coisas inúteis”, também de poemas, publicado
em 2009.
“De certa maneira, o manual e o inventário realizam uma espécie de
encontro. Na verdade, meu primeiro livro representa a primeira vez em que
consegui organizar o que escrevo para tentar entender os meus processos de
relacionamento comigo mesmo e com o mundo. Acho que continuo tentando entender
esses processos e espero nunca terminar de fazer isso, afinal nós mudamos o
tempo todo e parar de tentar traduzir esse processo significa parar de lidar
com o mundo. Para mim, o inventário marca um passo importante nessa
compreensão, já que me parece um livro bonito. Oferecer algo bonito, mesmo que
às vezes seja cruel, me parece um gesto de esperança pela vida.”
Theo começou a escrever os poemas do novo livro três ou quatro anos
atrás, mas não os datou — ele sempre evita datar o que escreve — para não
sentir a angústia que é ter de transformar tudo em alguma coisa porque o tempo
está passando. “O ritmo absurdo da vida também foi me ensinando a cortar
caminhos para um livro. O primeiro processo é sempre o de olhar para as coisas
sem tentar entendê-las, mas as sentir. Isso se confunde muito com o que é viver”,
diz.
Questionado se o título “Inventário de tão pouco” seria uma forma irônica
de refletir sobre a poesia e a arte em geral, vistas como coisas desimportantes
diante do pragmatismo da vida, Theo responde à provocação como o escritor profundamente
sensível que é: “Dizer que a arte não tem importância me parece muito duro. Não
acho que ela, em especial a Literatura, tenha utilidade prática. Ainda bem. Nem
tudo na vida precisa servir para trocar um pneu, erguer uma parede ou mapear as
pessoas através de algoritmos. A razão de ser da poesia é a própria poesia e
isso é naturalmente grandioso. Eu adoro ver, sentir e pensar essas coisas de
pouca utilidade, desde besouros até Deus, passando pela vida, pela própria poesia.”
“Inventário de tão pouco” sai pela editora Penalux, de Guaratinguetá-SP, com orelha
assinada por D.B. Frattini, escritor e especialista em Fundamentos Estruturais
da Composição Artística; prefácio de Nélio Silzantov, escritor, crítico literário
e professor; e quarta capa de Mar Becker, escritora e poeta. É a primeira obra
de Theo Alves publicada pela editora paulista,
depois de algum tempo de paquera. “Alguns projetos quase saíram por lá, mas só
agora unimos as penas. Enviei os originais para os editores, que receberam o
livro com muito carinho e cuidado. Isso é fundamental para um escritor que está
construindo um espaço, mesmo já estando há tanto tempo escrevendo livros”,
comenta Theo.
Em seu texto para a orelha do “Inventário”, D.B. Frattini destaca que “o poeta consegue estampar folhas delicadas de manjericão no meio de nossa caminhada apocalíptica”, e em certo trecho lhe diz: “Theo, seus poemas não são tristes, não são apenas lágrimas e sombras. Seu ‘Inventário’ nasceu clássico e celebra as perdas e os ganhos de nossas trajetórias sempre erráticas e efêmeras. Theo, quem lê sua poesia não precisa temer a crença. O autor deixa o leitor pensar em Deus e sangrar com Ele.”
Theo G. Alves nasceu em 1980, em Natal, capital do Rio Grande do Norte, mas cresceu em Currais Novos e hoje mora em Santa Cruz, ambas cidades do interior do estado. Além de escritor, é servidor público e professor de língua portuguesa e literatura brasileira.
Coleciona algumas premiações em concursos literários de prosa e também de poesia, entre as quais se destaca a conquista do Prêmio Nacional de Contos Ignácio de Loyola Brandão 2017, com o conto “Por que não enterramos o cão?”. Publicou os livros “Pequeno manual prático de coisas inúteis” (poesia, 2009), “A Máquina de acessar os dias (poesia, 2015), “Doce azedo amaro (poesia, 2018), “Por que não enterramos o cão? (contos, 2021), “A cartomante que adivinha o presente” (crônicas, 2021), “Caderno de anotações breves e memórias tardias” (poesia, 2021) e “Barreiro das Almas” (romance, 2022).
“Inventário de tão pouco” (poesia) está em pré-venda inicialmente com o autor, a R$ 42 reais, mais despesas de envio; e em breve estará disponível também no site da Penalux: www.editorapenalux.com.br/loja
Contato com Theo Alves pelas redes sociais dele (@theo.g.alves) ou pelo e-mail prof.theoalves@gmail.com
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