Machado de Assis, por ser um dos grandes escritores da literatura brasileira, desperta a curiosidade dos leitores. Portanto, apresentamos algumas curiosidades relacionadas ao escritor.
Tradutor
Machado de Assis não foi apenas escritor, ele também atuou como tradutor e foi o responsável por uma das primeiras traduções do conto O Corvo, de Edgar Allan Poe. O Corvo é um dos textos mais conhecidos de Poe, que se notabilizou pelo universo fantástico de sua literatura, especialmente em contos. O autor brasileiro falava francês, e algumas pessoas dizem que ele aprendeu a língua com um padeiro. Machado também foi o tradutor do livro Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo. A Editora Sebo Clepsidra tem uma edição de "O Corvo" que traz a tradução feita por Machado.
O escritor de O Alienista e Dom Casmurro foi apelidado pelos vizinhos de “Bruxo do Cosme Velho”. Machado de Assis teria queimado cartas em um caldeirão em sua casa que ficava na Rua Cosme Velho, no Rio de Janeiro, local onde morou por muitos anos. O apelido, entretanto, só pegou quando o poeta Carlos Drummond de Andrade fez o poema A um bruxo, com amor, que reverencia o escritor. O escritor morou na casa de 1893 até 29 de setembro de 1908, quando faleceu.
O conto O Alienista foi publicado na revista A Estação entre outubro de 1881 e março de 1882. Depois foi incluído no livro “Papeis Avulsos”. Machado organizou essa revista por dezenove anos. “A Estação” era uma revista dedicada às mulheres e buscava incluí-las na cultura por meio da análise de obras de arte, moda, música, teatro e continha textos de Machado. Em várias edições, havia matérias sobre o consumismo exagerado. A revista sugeria que a elegância das mulheres seria alcançada com a educação cultural, leitura e postura crítica e não com excesso de roupas e joias. Neste ponto cabe lembrar a figura de Dona Evarista, esposa de Simão Bacamarte do livro O Alienista, que era superficial e consumista, sendo uma sátira de Machado. Vale lembrar que as mulheres da época liam o conto na revista.
Artigo
Em 1835, o médico franco-brasileiro José Francisco Sigaud publicou artigo sobre a situação dos loucos no Rio de Janeiro. O autor lamenta a reclusão das pessoas em casas de família e desaconselha a dispersão deles pelas ruas da cidade, confirmando assim a necessidade da criação do Hospício Dom Pedro. O referido hospício inspirou Machado de Assis na criação da Casa Verde, o local para onde os loucos são levados por Simão Bacamarte no livro O Alienista.
Epilepsia e gagueira
O escritor Machado de Assis era epilético e apresentava sinais de gagueira, o que contribuiu para formação de sua personalidade insegura e reclusa. Além disso, acredita-se que ao longo da sua vida ele teria desenvolvido problemas nervosos e teve depressão após o falecimento de sua esposa. A depressão é apontada como uma das causas que o levou à morte.
Moeda nacional
Numa época em que a moeda nacional se desvalorizava com muita velocidade, a imagem do autor chegou a ilustrar uma cédula. A imagem de Machado de Assis foi estampada na nota de mil cruzados, que ficou em circulação no país entre 1987 e 1990.
Graziella
Machado tinha uma cadelinha Tenerife branca que chamava Graziella. Em determinada ocasião o escritor precisou se ausentar e Graziela ficou aos cuidados da empregada, que chamava-se Clara. O problema foi que a cadelinha acabou fugindo. Machado de Assis, um homem bem relacionado, colocou duas notas nos jornais do Commercio e Gazeta de Notícias nos dias 2 e 3 de março de 1879. Graziela foi encontrada e devolvida ao lar da família machadiana.
Xadrez
Machado de Assis foi jogador de xadrez e participou do primeiro campeonato brasileiro que foi realizado para a prática do esporte. No ranking da disputa ficou em terceiro lugar. Uma boa colocação! As peças que utilizou durante as jogadas estão expostas até hoje na Academia Brasileira de Letras, que teve como fundador o próprio Machado.
Casamento
O autor de Memórias Póstuma de Brás Cubas foi casado durante 35 anos com a portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais. Ela era irmã do seu grande amigo, o poeta Faustino Xavier de Novaes. O casal contraiu o matrimônio no dia 12 de novembro de 1869. Consta que Carolina era uma grande admiradora do trabalho do marido e ajudava nos manuscritos fazendo revisões e alterações nos textos. Ela era uma mulher bastante culta. O casal não teve filhos.
No prefácio da segunda edição do livro Poesias Completas, publicada em 1902, a palavra "cegara" foi substituída, na expressão “lhe cegara o juízo”, pela palavra “cagara”. Dizem que o próprio Machado teria participado de um mutirão que foi realizado para corrigir os exemplares antes de chegarem ao público. O que se sabe é que alguns escaparam e foram comercializados com o erro.
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