Recuperados em 2015, os escritos foram encontrados num dos livros que pertenceu
a matriarca da família Brontë
Em novembro de 1812, um barco que transportava um baú de pertences de Maria Bradwell, colidiu com outra embarcação em Plymouth, e quase tudo se perdeu. Encalhado na costa de Devonshire, o baú foi praticamente despedaçado com a violência do mar e quase tudo o que tinha foi levado para o fundo do mar.
Maria Branwell havia deixado a cidade de Penzance no início do ano, para ficar com uma tia, e em sua casa conheceu o amigo do tio com quem viera a se casar, Patrick Brontë. Um dos poucos artigos recuperados foi um exemplar do livro “The Remains of Henry Kirke White”, de Robert Southey, publicado em 1810. Livros eram algo altamente valorizados na casa dos Brontë e quando Maria morreu, nove anos depois, este livro tornou-se a mais preciosa posse da família.
E foi nas páginas e rodapés desse livro que em 2015 um verdadeiro tesouro foi encontrado: escritos inéditos de Charlotte Brontë.
A Faro Editorial lança este mês “Os manuscritos perdidos de Charlote Brontë”, numa edição especial capa dura. O livro celebra um dos maiores tesouros da família Brontë: dois manuscritos inéditos de Charlotte, sendo um texto em prosa e outro com 77 versos.
Quando Patrick Brontë morreu, em 1861, os livros da família e objetos da casa foram vendidos em leilão. O paradeiro de muitos dos objetos permanecem desconhecidos. O catálogo manuscrito da venda de 1861 registra que um livro foi comprado por Rev. J. H. Wood, o ministro batista de Haworth, e agora sabemos que o livro que ele adquiriu foi a obra de Robert Southey. Recentemente a Brontë Society o recomprou e com a descoberta dos tesouros nele contidos, decidiu editá-los em um livro.
Além dos manuscritos inéditos, incluindo anotações do pai de Charlotte e esboços de seu irmão Branwell, a obra traz textos dos principais especialistas em Brontë no Reino Unido, contextualizando a importância da descoberta para a obra da autora e as suas influências no mundo literário.
“É difícil conceber a importância desse livro — um objeto imbuído de perda, mas imensamente marcado pela presença dos filhos Brontë. Também é um objeto que trouxe surpresas — um novo conto e um poema juvenis de Charlotte foram descobertos escondidos dentro dele — para o deleite dos estudiosos dos Brontë”
Judi Dench, presidente da Sociedade Brontë.
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