Ela
suportou a Guerra Civil Americana, pobreza e a fome, mas transformou seu
sofrimento em um clássico que inspira gerações há mais de 150 anos na
literatura e no cinema
Muitas pessoas que assistiram a uma das
produções cinematográficas inspiradas na obra Mulherzinhas,
relançada pela editora dos clássicos, Via Leitura, do Grupo Editorial Edipro,
fantasiaram ser uma das corajosas personagens da família March durante os difíceis
momentos do período da Guerra Civil Americana. Cada uma das quatro irmãs
descritas no livro tem em sua personalidade qualidades desejáveis. A ousadia de
Jo, a tranquilidade de Beth, a elegância de Amy e a obediência de Meg.
Nascida na
Filadélfia, Estados Unidos, filha de Abigail May Alcott e Bronson Alcott,
fazendeiro autodidata, a jovem Louisa May se baseou em sua vida para escrever
“Mulherzinhas”. Publicada pela primeira vez em 1868, com o título original de
“Little Women”, a obra também é conhecida como Adoráveis Mulheres.
Em suas
histórias, a americana escreveu e refletiu dramas pessoais. Assim como as
personagens que criou, Louisa teve que amadurecer sua consciência adulta
enquanto ainda vivenciava a inocência da infância. E como Jo, Beth, Amy e Meg,
Alcott e suas irmãs superaram as adversidades da vida e da época, com o amor
fraternal, a autonomia emocional e a riqueza intelectual presentes em sua
criação.
Os Alcotts
sempre se dedicaram à educação e ao movimento filosófico e poético.
Abolicionista e feminista, detalhes sutilmente colocados em Jo, personagem que
a representa, Louisa conviveu parte de sua adolescência com grandes pensadores
da época como o filósofo Henry David Thoureau e o poeta Ralph Waldo Emerson.
Incentivadores para o seu descobrimento pessoal e criativo.
Pioneira
em lírica com consciência social em prol da mulher, Mulherzinhas é uma leitura
não só para fantasiar, mas para continuar a inspirar gerações. Atemporal e
moderna, Alcott provou que mesmo quando personalidades colidem, as pessoas que
vivem entrelaçadas pelo amor sempre terão dedicação e perseverança para a longa
jornada da vida.
Clássico
juvenil da literatura norte-americana, a obra Mulherzinhas já foi adaptada
diversas vezes para o teatro, musicais da Broadway e para o cinema. A produção
mais conhecida é o filme Adoráveis Mulheres (1994). O longa voltará aos cinemas
neste ano com as participações de Meryl Streep e Emma Watson, embaixadora da
boa vontade da ONU Mulheres e ativista por causas sociais.
Sobre a autora:
Louisa May Alcott (1832-1888) nasceu na
Filadélfia, EUA, em uma família dedicada à educação e à filosofia. Teve a
oportunidade de conviver com personalidades como o filósofo Henry David
Thoureau e o poeta Ralph Waldo Emerson, abraçando a carreira de escritora, apesar
de suas aspirações de tornar-se uma atriz na juventude. Em seu trabalho,
abraçou principalmente a literatura infantojuvenil. Sua família chegou a
abrigar escravos em fuga e Louisa foi a primeira mulher a registrar-se como
eleitora em sua região. Foi abolicionista e feminista, além de ter atuado como
enfermeira durante a Guerra Civil Americana, ocasião em que quase morreu ao
contrair febre tifoide. Seus relatos de guerra lhe renderam seu primeiro
sucesso literário com a obra Hospital Sketches, mas o grande reconhecimento
viria com Mulherzinha, cinco anos mais tarde. Faleceu em decorrência de um
acidente vascular cerebral, aos 55 anos, dois dias após a morte de seu pai.
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