O primeiro contato
com Fernando Pessoa se deu na época escolar. Naturalmente, o encantamento
surgiu a partir de textos que eram apresentados pelos professores de Língua
Portuguesa e Literatura. Além dos textos selecionados que lia na aula,
costumava eu procurar por mais informações sobre Pessoa e, aos poucos, fui
tendo mais contato com sua obra.
O Livro(s) do
Desassossego, isso mesmo, caro leitor, com um “S” ali depois da palavra livro,
foi publicado pela Global Editora. Trata-se de edição de Teresa Rita Lopes que
reuniu os textos que compõe a obra de Pessoa por meio de seus três semi-heterônimos
(expressão usada pelo escritor português): Vicente Guedes, Barão de Teive e
Bernardo Soares.
Quando vi o livro
no catálogo da Global, não me contive em expectativa de ler a obra completa e
não em textos desconectados, como já havia tido a experiência de fazer. E foi
assim que, ao receber o livro, iniciei a leitura da obra. Depois de concluir a
leitura do segundo livro, o de Barão de Teive, o menor entre os três presentes
na obra, resolvi compartilhar com vocês as primeiras impressões.
Esse livro é
daqueles que não podem faltar na coleção de qualquer apaixonado por literatura
ou por Fernando Pessoa. Em que pese o fato de ser um livro fragmentado,
portanto, com textos que ainda hoje são estudados e pesquisados pelos críticos
de Pessoa, a obra ganha magnitude na edição feita por Teresa Rita Lopes, que
une os três livros.
É comum que o leitor encontre edições do Livro do
Desassossego que traga apenas os textos de Bernardo Soares.
Vicente Guedes, o semi-heterônimo que abre a
publicação é um homem singular que trata em seus escritos sobre os sonhos. Ele
está muito mais pautado em sensações, sentimentos e tudo que nos dê um ar mais
sensitivo sobre as pessoas e as coisas. É, portanto, um escritor que está mais
pautado no pensamento e em algo mais abstrato, do que na concretude da vida
quotidiana.
Barão de Teive já faz para o leitor um texto que
flerta com um testamento, nos quais ele filosofa sobre pessimismo, relata a
necessidade de suicídio e fala sobre sexualidade. Este, ao contrário do primeiro,
repugna o sonho.
A leitura continua. Iniciei agora o terceiro livro,
assinado por Bernardo Soares, que se manifesta a partir de 1929. Logo trago
resenha.
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