Clássico lançado em resposta às Veias Abertas
da América Latina, é um guia para entender o pensamento vitimista e a ascensão
frequente de líderes populistas
Desde a colonização europeia, o velho
discurso populista de que nossos problemas são causados pelos outros: pelas
nações ricas e capitalistas, que nos exploram e retiram nossas riquezas, que
nos colocam numa posição sempre desfavorável, e que precisamos de grandes
heróis patriotas que estão dispostos a enfrentar o imperialismo e trazer
novamente a dignidade e reconhecimento que merecemos.
Carlos Rangel defendeu antes que todos os
problemas da América Latina são causados por nós mesmos e por mais ninguém.
A Faro Editorial lança este mês o livro
“Mitos e falácias da América Latina”, de Carlos Rangel. Publicado originalmente
com o título de “Do bom selvagem ao bom revolucionário”, o livro tornou-se o
guia para entender o fenômeno do populismo e do autoritarismo na América Latina.
Neste livro, o escritor e um dos maiores pensadores
liberais do continente, o venezuelano Carlos Rangel (1929
– 1988), expõe as mazelas de um pensamento político falido, que é
reproduzido não apenas nos países sul-americanos, mas em diversas regiões do
mundo. O resultado desse sistema são gerações fracassadas devido às mesmas
ideologias, incapacidades e ilusões. Rangel afirma que parte da culpa é das
universidades, de não fazer bem seu trabalho de educar profissionais de maneira
eficiente e argumentou que a América Latina tem todas as condições para o êxito,
mas que seu pecado está em não enfrentar as falhas.
O autor propõe um meio de lidar com o
problema: precisamos nos livrar das sombras mentais que nos desviam de um
futuro potencial e dissipar os mitos que perpetuam uma fatídica auto opressão,
marcada pela perversão do estado de direito e pela racionalização, que atribui
aos outros países a culpa pelo atraso dos países de “terceiro-mundo”.
Rangel foi um profeta que ninguém ouviu e
hoje o florescimento limitado do liberalismo no Brasil tem uma grande dívida
com o pensamento dele. A luta contínua para fortalecer a democracia é nutrida
por suas ideias. Para o autor, a cura para todos os males é a verdadeira
democracia: desordenada, pluralista, independente de manipulações e com
liberdade de imprensa.
Esta edição
traz prefácio de seu filho, Carlos C. Rangel, que relaciona todos os eventos
posteriores à morte do pai, como Foro de São Paulo, Globalismo, a ascensão de
políticos populistas e seus resultados, e a apresentação de Jean-Francois
Revel.
Em tempo: apesar do
livro de Galeano continuar a ser tratado com deferência por muito gente nos
dias de hoje, o autor afirmou recentemente que se trata de uma obra escrita em
sua juventude e que traz um olhar maniqueísta, por ele, superado.
Sobre o
autor:
Carlos Rangel Guevara (1929 – 1988) nasceu em Caracas, na Venezuela, e foi um jornalista,
escritor e diplomata liberal. Graduou-se como Bacharel em Artes no Bard
College, em Nova York e ganhou o Certificat
d’études na Sorbonne Université em Paris. Fez um mestrado na New
York University, onde serviu como instrutor e entre 1961 e 1963, assumiu a
Cátedra de Jornalismo de Opinião na Universidade Central da Venezuela (ucv). Serviu
como Primeiro Secretário da Embaixada da Venezuela em Bruxelas e Embaixador
Chefe da missão da Venezuela na República Dominicana para a posse do Presidente
Joaquín Balaguer. Como jornalista, foi diretor da revista “Momento” e
apresentador de programas de tv. Sua morte ainda é cercada de. Laudo, suicídio. Seu legado na Venezuela é significativo, fazendo dele uma
das figuras mais proeminentes da história do país.
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