Finalista
do prêmio SESC de Residência Literária, Quatro Velhos sai pela Penalux
Segundo o jornalista Pedro Doria, não há
escritor que descreva o mundo promíscuo, cínico e corrupto, mas também
incrivelmente ingênuo, que é o Brasil das médias cidades do interior, como Luiz
Biajoni. As três novelas sacanas de
Biajoni, que motivaram a frase de Doria, foram reunidas no volume “A Comédia
Mundana”, publicada pela editora Língua Geral em 2013. “Depois de escrever
sobre as relações espúrias entre políticos, jornalistas e empresários nas
cidades médias do interior de São Paulo, tudo recheado com muito sangue e sexo,
decidi mostrar outros aspectos da personalidade interiorana”, explica Biajoni.
Assim surgiu “A Viagem de James Amaro” (Língua Geral, 2015), que explora as
relações de amizade entre dois colegas de colégio que se reencontram duas
décadas depois. “E foi quase como um ato contínuo, esse novo livro, ‘Quatro
Velhos’: tenho me interessado pelo tema da amizade e do impacto da passagem do
tempo nas relações”.
Finalista do último prêmio SESC de Residência
Literária 2018, “Quatro Velhos” conta a história do relacionamento entre dois
casais de idosos e sobre como a interação entre eles modifica a maneira como
veem o mundo. A trama se desenvolve em um bairro de periferia na cidade do
autor, Americana, interior do estado de São Paulo, e dá continuidade à proposta
de Biajoni de deslocar as histórias dos grandes centros urbanos para cidades
pequenas e médias. “Existem histórias interessantes por toda a parte”, diz o
escritor. “Quando nos deparamos com uma delas, a maior questão é contar do
jeito certo, escrever do jeito que a história pede – creio que esse seja o
grande desafio do escritor”, conta.
A história de “Quatro Velhos” começou a se
formar quando Biajoni prestava o serviço militar obrigatório e frequentava um
bar de periferia onde um boato era comentado à boca pequena: um frequentador do
bar seria filho bastardo do ditador italiano Benito Mussolini. Biajoni, que
ainda não sonhava com a carreira literária, registrou aquela estranha
informação e, vinte anos depois, ficou sabendo que o tal filho bastardo do Duce estaria vivendo uma relação
consensual a três: havia levado um velho viúvo para ir morar com ele e a
mulher. Ao pesquisar sobre a história, descobriu algumas informações
interessantes sobre os dois casais e decidiu escrever. “A maioria da trama é
pura ficção, não havia ninguém mais para falar, estavam todos mortos; os
personagens, os parentes, os amigos”, explica Biajoni. O romance sai pela
Penalux (editorapenalux.com.br) na
segunda quinzena de fevereiro.
Além de “A Comédia Mundana” e “A Viagem de
James Amaro”, que também foram publicados em Portugal pela editora Chiado, Luiz
Biajoni escreveu “Elvis & Madona” (Língua Geral, 2010) e “Virgínia Berlim –
Uma Experiência”, lançado em 2007 pela extinta editora OsViraLata e republicado
em 2017 pela Penalux.
Luiz Biajoni | Foto: Divulgação |
Serviço:
Quatro Velhos – Romance
Editora: Penalux
Páginas: 172
Vendas: www.editorapenalux.com.br
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