"Um
Cara Qualquer" é um desafio. O romance de estreia da premiada atriz e
escritora Amber Tamblyn é uma obra provocativa e brutal. Combina gêneros de
poesia, prosa e elementos de suspense para dar forma às narrativas chocantes
das vítimas de violência sexual, mapeando as formas destrutivas pelas quais a
sociedade contemporânea perpetua a cultura do estupro. "Um Cara
Qualquer" é inovador e busca interagir com o que, ultimamente, está mais
próximo de nós: o celular. A obra leva para uma experiência inusitada,
interagindo com a história de uma forma diferente. Em cada exemplar, há um QR
Code que funciona como um passaporte para um Clube de Leitura exclusivo. A cada
capítulo há um número que, quando acionado via celular, nos transporta para uma
interação singular.
Romance de estreia da premiada atriz e
escritora norte-americana Amber Tamblyn, Um Cara Qualquer (Any Man, título original)
é um livro provocativo e brutal. Combina gêneros de poesia, prosa e elementos
de suspense para dar forma às narrativas chocantes das vítimas de violência
sexual, mapeando as formas destrutivas pelas quais a sociedade contemporânea
perpetua a cultura do estupro. O extraordinário é como, com o passar dos anos,
essas pessoas aprendem a se curar, unindo-se e encontrando um espaço para levantar
as vozes. Com pontos de vistas alternados – e uma assinatura para cada voz e
experiência da vítima – as páginas crepitam de emoção que vão do horror à
empatia; e tiram o fôlego do leitor. Ousada, a obra pinta um retrato marcante
da sobrevivência e é um tributo àqueles que viveram o pesadelo da agressão
sexual.
Um
Cara Qualquer,
de Amber Tamblyn é um romance que trata de agressão sexual de forma singular;
uma narrativa que tem causando incômodo a muitos leitores norte-americanos. No
romance, o vilão é uma mulher que atinge homens com agressões sexuais tão
violentas e perturbadoras que poderiam ter sido arrancadas de um filme de
terror. As vítimas do sexo masculino são narradores e mergulham na dor profunda
de lidar com as consequências do crime que sofreram. Em entrevista para
Stephanie Merry, editora de Booke World do jornalThe Washington Post, Amber afirma: “A arte
precisa trazer conversas difíceis; eu não tenho dúvidas de que esse livro vai
incomodar muita gente, mas estou bem com isso.”
Por traz
da escolha de Amber Tamblyn há o desejo de chamar a atenção para um problema
que atinge a sociedade como um todo. Há assédio sexual tanto de mulheres quanto
de homens; há vítimas e algozes nos dois lados. “E temos que falar sobre o
prejuízo humano que envolve essa violência. Pela força da narrativa e
relevância do tema, escolhemos esse romance para estrear uma tecnologia de
leitura que trará o leitor para dentro da história”, afirma Lu Magalhães,
presidente da Primavera Editorial.
Traduzido
por Cynthia Costa – doutora em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC), professora do curso de tradução da UFU e com mais de 60
obras traduzidas – Um
Cara Qualquerfoi um desafio pela troca constante de gênero textual
proposta pela autora e pelo tom dos relatos das personagens, em primeira
pessoa. “No primeiro caso, ao mesmo tempo em que era complicado passar da prosa
à poesia, da poesia à notícia e até aos tweets, também fiquei contente, como
tradutora, por poder experimentar tantas formas literárias em um único livro.
Sobre o tom visceral dos relatos, a minha maior preocupação foi transmitir em
português a dor e a emoção dessas personagens”, revela.
Sobre a
estrutura textual – que combina poesia e prosa – na percepção de Larissa
Caldin, Publisher da
Primavera Editorial, a autora usa os versos para imputar um sentimento mais
exacerbado sem cair em clichês que nos levam a crer ser a poesia como
invariavelmente sentimental e a prova racional. “A prosa da autora é incutida
com uma linguagem viva e nada plácida que permanece em todo o texto. Talvez,
Amber tenha propositalmente inserido a poesia e a prosa em oposição, de forma a
mostrar, em um ponto de vista técnico e muito mais subjetivo, que a prosa era
aquilo que as personagens diziam sentir para si e para o mundo; mas, a poesia
era o quê, de fato, as personagens sentiam dentro de si, o Blue Bird de cada
um”, analisa.
O projeto
gráfico – conduzido pela Project Nine Editorial – foi desenvolvido para contar,
graficamente, a história de singularidade, estranhamento e inversão de papéis,
gerando a reflexão pretendida. Idealizada em 2011 pelo designer Francisco
Martins, a Project Nine Editorial é uma empresa jovem focada no mercado
editorial, sempre atentos às novas tecnologias e inovações a fim de desenvolver
projetos adequados para cada segmento editorial.
Inovação
tecnológica para gerar uma nova experiência de leitura
Em um
cenário de crise sem precedentes, o mercado editorial vive o desafio de engajar
leitores das novas gerações; encontrar novos canais de venda como alternativa
às livrarias; desenvolver um modelo de negócio sustentável; e concorrer em
igualdade de condição com entretenimentos como jogos digitais e canais de streaming. Fundada há uma
década por Lu Magalhães, a Primavera Editorial buscou inspiração na inovação
tecnológica para vencer esse desafio. A editora brasileira firmou uma parceria
com a LifeLike – empresa que desenvolveu a tecnologia TransmediaStorytelling. A
ferramenta foi a base para desenvolver uma experiência de leitura única no mercado
editorial nacional e estrangeiro.
Segundo Lu
Magalhães, o produto livro tem enfrentado grandes intempéries decorridas não
apenas do esgotamento do modelo de negócio, mas do distanciamento de diferentes
gerações de leitores que, muitas vezes, deixaram de dedicar tempo à leitura
para investir tempo e dinheiro para acompanhar séries em canais de streaming.
“É uma confluência de fatores que trouxe o mercado até esse ponto agudo da
crise. Defendo que antigas soluções não serão a fonte para resolver os desafios
contemporâneos. Com isso em mente, fui buscar ideias que tornem ler uma
experiência tão interativa quanto esses concorrentes digitais. E, encontrei no
próprio Brasil uma tecnologia que, na minha convicção, puxará uma revolução na
forma de consumir livros”, afirma a presidente da Primavera Editorial.
As
experiências simulam uma conversa com pessoas reais, que interagem com o
usuário conforme a resposta dada à cada etapa da leitura; a interação se dá
naturalmente, como em uma conversa de WhatsApp por meio de áudios, vídeo selfies, textos, chamadas
de celular, entre outros. Essa interação desperta uma emoção que funciona como
fator de engajamento para as narrativas propostas. A tecnologia usa uma técnica
de TransmediaStorytelling,
desenvolvida em parceria com a Inglaterra, e foi refinada em termos de
utilização e modelos de negócio no Brasil pela LifeLike. A empresa cria mundos
e experiências imersivas com esta tecnologia para engajar grandes audiências e
resolver problemas reais nas áreas de marketing, educação e assessment.
Para o
mercado de livros, a parceria com a Primavera Editorial é inédita. “Produzimos
uma experiência imersiva inédita no mercado editorial global. Com o uso de uma
tecnologia desenvolvida em parceria com especialistas ingleses, sobretudo o
papa dessa temática de TransmediaStorytelling, Sir Robert Prattern, vamos
proporcionar uma vivência de leitura única, levando o leitor para dentro da
história como nunca foi feito antes”, afirma Homaro Lima, cofundador da
LifeLike Experience, acrescentando que praticar uma nova cultura de interação é
fundamental para empresas de qualquer segmento; é uma forma de fazer o negócio
sobreviver às mudanças comportamentais ditadas pela tecnologia.
Lima
explica que atualmente a empresa vive a segunda fase de desenvolvimento,
ancorada na criação de uma grande “editora” de experiências digitais que leve
títulos de obras de diferentes segmentos para grandes públicos, dentro de uma
solução inédita no segmento. “Em função desse direcionamento estratégico,
firmamos uma parceria com a Primavera Editorial para lançarmos a primeira obra
imersiva literária do Brasil, unificando o que há de mais moderno no mundo em
termos de utilização de chatbotse
obras de ficção. A proposta, ‘criar uma experiência única no leitor’, deixou
toda a equipe muito empolgada, pois temos a certeza de estarmos dando um
primeiro passo para o que se tornará uma revolução no segmento. É um prazer
fazer parte desse projeto e interagir com pessoas tão visionárias quanto as da
Primavera Editorial; são tão malucas quanto nós”, afirma Lima, acrescentando
que é necessário inovação para chacoalhar o mercado editorial.
Sobre a autora:
Amber Tamblyn, autora de
poemas Dark Sparkler, já foi indicada ao Emmy, Globo de Ouro e ao Independent
Spirit. Atriz (Joan
of Arcadia, The Sisterhood of the Traveling Pants) e escritora, já
publicou dois livros de poesia – Free Stalluin(2005), ganhador do
Borders Book Choice Award, na categoria Escrita Revelação, e Bang
Ditto(2009), best-seller
da Indie-Next. Colaboradora da Poetry Foundation, Amber já escreveu para
veículos como Interview, Cosmopolitan, San Francisco Chronicle, Poets&
Writers, PANK, entre outros. Reside no Brooklin com o marido, o comediante
David Cross, e a filha de um ano.
Sobre a editora:
A Primavera Editorial é uma
editora que busca apresentar obras inteligentes, instigantes e acalentadoras
para a mulher que busca emancipação social e poder sobre suas escolhas. www.primaveraeditorial.com
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