Vivendo num mundo sem alternativas
Para Zygmunt Bauman e Leonidas Donskis há
algo de novo sobre o mal que caracteriza o mundo contemporâneo. Ocultando-se na
base da existência humana e em sua rotina diária, ele se tornou mais comum,
mais insidioso e menos visível – e quer nos convencer de que não há alternativa
à onda de alienação, desumanidade e individualismo narcisista corrente.
Neste novo diálogo – sequência do aclamado
Cegueira moral –, os autores nos guiam por um terreno atual e movediço, onde o
Mal líquido ameaça tirar da humanidade seus sonhos, seus projetos e sua
capacidade de divergir exatamente quando mais precisamos de nossos laços
humanos. Difícil de ser detectado, desmascarado e enfrentado em sua forma
atual, é quase impossível resistir, já que ele nos seduz pelo seu caráter
corriqueiro e então se retira sem avisar, de maneira aparentemente aleatória. O
resultado é um mundo social parecido com um campo minado: sabemos que está
cheio de explosivos e que explosões vão acontecer, mas não temos ideia de onde
ou quando ocorrerão.
Se antes o mal era personificado por Estados
totalitários e brutais ou pela perda de sensibilidade em relação ao outro,
agora ele se esconde nas teias produzidas diariamente pelo modo líquido moderno
de comércio e interação.
Infiltrado nos diversos buracos negros do
espaço social, o Mal líquido nos impõe a ideia de que não há alternativa ao nosso
mundo – desregulamentado, privatizado e baseado em competição acirrada,
despolitização e estranhamento mútuo. É assim, mergulhados em redes e tramas
que parecem criadas por Kakfa, Orwell ou Huxley, que entramos em uma espécie de
admirável mundo novo da modernidade líquida e testemunhamos a erosão dos laços
inter-humanos no momento em que mais necessitamos deles.
O livro está em pré-venda e pode ser
adquirido no site da Zahar.
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