Por Thalita Acctt
Mexer com o imaginário das pessoas é uma
tarefa fácil para os autores de livros, mexer com sensações e despertar o corpo
com uma onda de prazer ao ler linhas descritivas de encontros sexuais é realmente
algo incomum. Eu, que tenho nas leituras o meu refúgio desde os 13 anos,
confesso que nunca fui fã de contos eróticos. Motivos, nunca encontrei nenhum
que me despertasse o interesse, ate conhecer Asexus.
Preciso destacar que a premissa da história,
a ideia dos pecados capitais me seduzem, um dos meus roteiros favoritos
trabalha essa temática com maestria. Mas é extremamente necessário destacar a
forma como essa história é narrada em primeira pessoa. Partindo de um relato do
narrador / observador e protagonista, o conto te conduz a ter uma visão
particular sobre a realidade dos personagens e te obriga a pensar em como o
prazer esta explicito em pequenas coisas.
O espaço tempo dos personagens é genial, a
contagem cronológica não te deixa esquecer que toda aquela narrativa teve seu
inicio com uma “memoria póstuma” isso é excitantemente mórbido. A distopia
ficcional usada para explicar a localização dos personagens te deixa claramente
envolvida, e de forma leve e objetiva é explicada em seu desenvolvimento sem
deixar espaço para dúvidas. O grau de eroticidade é alto, mas
surpreendentemente também é delicado, isso é mérito exclusivo da autora, que
utiliza de recursos linguísticos bem apropriados e envolventes, sabendo dosar a
cada cena o grau de intensidade necessário em suas descrições.
Asexus é um conto erótico, mas pode com muita
propriedade virar um livro, ou uma série, a história é envolvente, os
personagens já se apresentam com muita força e em algumas páginas é possível
perceber o quanto essa narrativa é interessante. Esse é o único ponto negativo,
a necessidade de “mais” que as personagens deixam quando percebemos que o conto
chegou ao seu final. A criadora dessa
pequena maravilha hot, é uma romântica assumida, então prepare-se para ser
surpreendido, ela sabe dar o tom certo para não perder um momento “fofinho”
entre seus personagens. E eu, que não sou assexuada, acabei de descobrir que a
literatura hot pode ser bem mais que uma forma prazerosa de despertar
sensações. Prepare-se para começar a ler e não parar mais.
Nota: O conto Asexus, de Cris Soares, está na
antologia Hotel Skull.
Obrigada!!!! Fiquei feliz demais <3
ResponderExcluir