O Homem Rouco, livro de Rubem Braga, reúne
quarenta crônicas do autor, que foram escritas em 1948 e 1949. Durante a
leitura do livro separei alguns trechos e compartilho com vocês dez deles.
Confira.
...não se deve queimar a crença de muitos, nem muito menos a arte de todos...
E alguma coisa, talvez a idade, alonga nossas distâncias sentimentais.
...a vida é curta e, enquanto pensamos, ela se vai, e finda.
...já notei que as pessoas verdadeiramente sóbrias não enxergam muito; veem apenas provavelmente o que está adiante de seus olhos no tempo presente.
Ora anda tão feio o mundo dos homens! Anda aborrecido e feio.
A beleza, suprema benção das coisas e das criaturas, é também um pecado, punido pelo desentendimento que desliga o que é belo de sua própria função para apresenta-lo apenas em sua forma.
O lixo é vosso: meus são estes metais que brilham, meus são estes vidros que esplendem, minha é esta consciência limpa.
...a esperança sobrevive à custa de mutilações. Vai minguando e secando devagar, se despedindo dos pedaços de si mesma, se apequenando e apodrecendo, e no fim é tão despojada que se reduz ao mais elementar instinto de sobrevivência.
O bom livro é assim (...) uma festa em família e para o autor mesmo – não pomba nem corvo que se lança aos ares do mundo com mensagens vãs, mas um humilde canteiro de flores de papel que fazemos para enfeitar o nosso berço, a nossa casa e a nossa própria sepultura.
A resenha do livro também está disponível
aqui no Tomo Literário.
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