Escrito por
Gonçalo Junior, autor de A Guerra dos Gibis (Cia das Letras), livro
“O Deus da Sacanagem”, traz revelações surpreendentes sobre a história do
quadrinhista maldito que driblou a censura durante a ditadura militar
Por décadas, o
pacato funcionário público carioca, Alcides Caminha, viveu no subúrbio de
Anchieta e de lá escondeu de todo mundo, inclusive da polícia, que era o
desenhista Carlos Zéfiro, autor das famigeradas revistinhas pornográficas em
quadrinhos conhecidas como “catecismos”. Entre as décadas de 1950 e 1970,
principalmente com suas narrativas de sexo explícito, Zéfiro fez a alegria de
adolescentes, jovens e adultos, do sexo masculino, que pouca ou nenhuma
informação tinham sobre sexo, em uma época de forte repressão moral, promovida por
entidades conservadoras, políticos, juízes, educadores e religiosos.
Primeiro, suas revistinhas foram consagradas por todo o Rio de Janeiro. Depois,
espalhou-se pelo Brasil, com um detalhe: eram sempre vendidas às escondidas.
Agora, Alcides
Caminha tem sua vida devassada, em 384 páginas do livro O Deus da
Sacanagem – A vida e o tempo de Carlos Zéfiro, escrito pelo
jornalista Gonçalo Junior, que já biografou nomes importantes como Assis
Valente (Civilização Brasileira), Rubem Alves (Planeta), Vadico (Noir) e o
cantor brega Evaldo Braga (Noir), além de ter publicado uma série de obras
sobre quadrinhos, como A Guerra dos Gibis (Cia das Letras),
que virou referência para estudiosos de todo país. “É um livro em que nada
deixou de ser mostrado, inclusive a polêmica sobre o outro suposto Zéfiro, o
desenhista Eduardo Barbosa”, explica o autor.
Com contracapa de
Ruy Castro, que recomenda a obra, O Deus da Sacanagem foi
escrito a partir de meticulosa pesquisa e entrevistas com dezenas de
pessoas, inclusive familiares do artista. Além de narrar suas origens, a
infância sofrida e adolescência cheia de incertezas, essa biografia, bem
cuidada e meticulosa, revela como Zéfiro foi caçado de modo implacável
pela ditadura militar - sem jamais ser preso - e se tornou um ícone da
liberdade sexual no Brasil. Até chegar à revelação da sua identidade pelo
jornalista Juca Kfouri, editor da revista Playboy, em novembro de
1991. Ao mesmo tempo, Gonçalo traça o mais rico e completo painel sobre o
mercado editorial de revistas de sexo no país ao longo de todo o século XX. Ao
final, o leitor terá uma preciosa fonte de pesquisa sobre o tema e uma
referência indispensável.
Ficha Técnica:
O Deus da
Sacanagem – A vida e o tempo de Carlos Zéfiro
De Gonçalo Junior
Editora Noir
Formato 14 x 21 cm
ISBN:
978-85-93675-16-4
384 Páginas
Sobre o autor:
Gonçalo Júnior é
jornalista. Trabalhou nos jornais Gazeta Mercantil e Diário de S. Paulo. Foi
editor das revistas Personnalité (Trip) e Brasileiros.
Colaborou em Playboy, Trip, Entrelivros, Bravo!, MAG, Nossa
História e no jornal Folha de S. Paulo. É autor dos
livros: O Homem-Abril (Opera Graphica), A Guerra dos
Gibis(Companhia das Letras), Enciclopédia dos Monstros (Ediouro), Alceu
Penna e as Garotas do Brasil (Manole), E Benício criou a
Mulher (Opera Graphica), Maria Erótica (Peixe
Grande), A Morte do Grilo (Peixe Grande), Quem Samba
tem Alegria (Civilização Brasileira) e É uma Pena não Viver (Planeta).
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