Wellington Budim publicou seu primeiro livro
pela Constelação Editorial. Teu Pecado é um suspense policial que promete
prender a atenção do leitor. O escritor falou ao Tomo Literário sobre o início
de sua jornada no meio literário, sobre as expectativas para os romances
policiais, comentou ainda sobre o livro Teu Pecado, processo de pesquisa para a
obra e novos projetos.
Tomo
Literário:
Como
foi o seu primeiro contato com a literatura?
Wellington
Budim:
Começou muito cedo. Eu tive a sorte de ter pais e professores que sempre
incentivaram a leitura. No colégio o que todos consideravam tortura ler
clássicos como Machado de Assis, José de Alencar, Eça de Queiroz e muitos
outros, para mim era uma grande diversão.
Tomo
Literário:
Quando
e como você se descobriu escritor?
Wellington
Budim:
Acho que desde o momento que aprendi a ler e escrever já me tornei um escritor,
eu sempre gostei de criar minhas próprias histórias, criar personagens e ter o
total domínio sobre eles. Lembro que muito pequeno ainda, acredito que com sete
ou oito anos, eu escrevi diversos livrinhos em folha de papel sulfite dobrada
ao meio e com capa de cartolina. (rsrs) Com doze anos, enquanto os outros
meninos da minha idade pediam vídeo game de presente de aniversário, eu pedi
uma máquina de escrever. E ganhei. Nela escrevi muitas histórias que até hoje
permanecem guardadas em minhas gavetas.
Eu nunca me senti seguro para compartilhá-las,
tinha vergonha. Foi na faculdade que senti a segurança necessária para superar
a timidez e me expor finalmente.
Tomo
Literário: Teu Pecado é o seu primeiro
livro publicado. Como surgiu a ideia da história?
Wellington
Budim:
Eu considero como um insight. Sabe aqueles momentos em que você está no
transporte público, a cabeça encostada na janela, o olhar vagando pela paisagem
em movimento do lado de fora e a mente viajando? Foi assim que nasceu “Teu
Pecado.”
Quando finalmente tomei coragem para publicar
um livro, decidi que não seria nenhum dos que eu já havia escrito antes, queria
uma história nova, algo que representasse mais minhas ideias e visões do
momento. Então comecei a pensar sobre algumas experiências vividas onde algumas
pessoas munidas por suas crenças religiosas acabaram se vendo no direito de
acusar e condenar. Escondiam seus defeitos e escancaravam o dos outros. Então
pensei, porque não criar um assassino alienado que sai pelas ruas cobrando o
pecado das pessoas? Em questão de minutos toda a história já estava construída
em minha cabeça. Até mesmo o final já estava ali.
Tomo
Literário:
Como
foi o processo de pesquisa para construção da trama e dos personagens?
Wellington
Budim:
Essa é a parte mais prazerosa em minha opinião. Antes de começar a escrever até
mesmo um roteiro, uma síntese do que será o livro, eu começo com as buscas na
internet por informações sobre o tema que vou abordar. Gosto também de
conversar com profissionais da área que meus personagens irão atuar e
principalmente exercer a observação. Muitas vezes sento em um banco de uma
praça e fico ali, em silêncio, vendo a movimentação ao meu redor, estudando
todas aquelas pessoas transitando de um lado a outro tentando extrair
características físicas e até mesmo psicológicas para usar com cada um dos
personagens.
Em “Teu Pecado” eu contei ainda com a ajuda
do meu irmão Ricardo Budim, o que foi indispensável para a criação de uma das
principais personagens, uma iridologista (profissão que ele atua) que chega à
história para resolver todos os mistérios que estão sem solução.
Tomo
Literário:
Quanto
tempo levou da ideia até a publicação? Qual foi a etapa mais difícil do
processo?
Wellington
Budim:
Eu costumo dizer que um livro não termina quando você digita a palavra fim.
Ali, o seu projeto está apenas começando. E todas as etapas seguintes (revisão,
copidesque, leitura crítica) demandam tempo. No meu caso desde o momento em que
comecei a escrever até a última revisão foram quatro anos.
Acho que o momento mais difícil foi quando o
livro ficou pronto. Eu não conseguia aceitar que havia acabado, rsrsrs. É
difícil você conviver com uma história, com cada personagem na sua cabeça
durante quatro anos e de repente você acorda em uma manhã e eles não estão mais
ali te esperando para tomar vida. Parece loucura, mas quando você está
escrevendo, você passa a conviver com a sua criação, eles são os seus amigos
mais próximos. E de repente você os perde porque deu um final a história.
Demorei um tempo para me acostumar com a
ideia e entender que esse vazio era apenas a oportunidade para que novas
histórias surgissem.
Tomo
Literário:
Como
você vê atualmente o mercado literário, em especial para escritores do gênero
policial?
Wellington
Budim:
Eu acredito que estamos caminhando, talvez não em passos acelerados como
gostaríamos, mas ainda assim caminhando. Tenho conhecido muitos autores
nacionais desde que me lancei como autor e posso assegurar que temos muita
coisa boa para ser mostrada. Só precisamos de mais oportunidades. Ainda vejo
muito aquele ranço por autores nacionais. A valorização do que vem de fora e a
desvalorização do que é nosso. Temos que desmistificar essa coisa de que a
grama do vizinho é mais verde.
Uma coisa que tentei fazer neste livro foi
ambientá-lo em São Paulo, com citações de lugares e órgãos públicos reais que o
leitor pode visitar e sentir-se dentro da história. Mostrar a nossa cultura, os
nossos costumes. E quem sabe até mostrar que nossas histórias podem ser tão
interessantes quanto a daquele autor internacional.
Tomo
Literário:
De
modo geral o que te inspira a escrever?
Wellington
Budim:
Tudo. Uma música, um filme, uma peça de teatro, uma conversa entre amigos, um
acontecimento na rua, uma desilusão. Tudo pode virar uma cena dentro da minha
história.
Tomo
Literário:
Você
está preparando algum novo projeto literário? Pode nos adiantar alguma
informação?
Wellington
Budim:
Sim. Na verdade estou trabalhando em dois projetos (ainda sem nome). Mas não
sei qual será publicado primeiro. Acho que está cedo para escolher um, quero
desenvolver mais a história antes disso. Em um deles, eu faço uma espécie de
derivação de “Teu Pecado.” Não é uma continuação. É um novo caso, com novos
personagens, onde trago apenas a equipe de investigação (delegado, policial,
peritos, legistas). E acontece durante o espaço de tempo (um ano) deixado entre
o último capítulo e o epílogo de “TP.”
Tomo
Literário:
Quais
são os autores que você admira ou que de alguma forma influenciaram o seu
trabalho como escritor?
Wellington
Budim:
Que eu admiro são muitos, entre eles destacam-se Machado de Assis, Fernando
Pessoa, Stephen King, Agatha Christie, desta geração de autores a qual tive o
privilégio de conhecer pessoalmente; Renata Maggessi, Diego Canuto, Soraya
Abuchaim, Raphael Miguel e Rodrigo Fonseca. Mas os que mais influenciaram em
meu trabalho foram os dois que encabeçam a minha lista de autores internacionais
preferidos; Sidney Sheldon e Tess Gerritsen.
Tomo
Literário:
Que
livros, de quaisquer gêneros, você recomendaria aos leitores? Está lendo algum
atualmente?
Wellington
Budim:
Estou lendo “As Sombras de Arkron” do Diego Canuto e indicaria com toda
certeza. O livro é incrível, com personagens muito bem construídos e um enredo
de tirar o fôlego do começo ao fim. Sem dúvida nenhuma é o melhor livro do
gênero fantasia que li esse ano, e olha que a lista é extensa.
Tomo
Literário:
Além
da escrita, quais são suas outras paixões?
Wellington
Budim:
Eu ouço muita música, gosto de cinema e teatro e quando há uma hora vaga ainda
pinto telas.
Tomo
Literário:
Gostaria
de deixar algum comentário para os leitores do blog?
Wellington
Budim:
Queria agradecer todo o carinho e toda força que venho recebendo. Não é fácil
para um autor desconhecido ganhar o seu espaço. O mercado é muito concorrido.
Então a cada mensagem postada em uma rede social, a cada foto com o livro ou
elogio eu sei que subo um degrau a mais nesta longa escada.
E quero aproveitar também e convidá-los para
o lançamento do livro que acontecerá no dia 01 de setembro. Reservamos um
espaço bem legal para receber a todos e estamos preparando muitas surpresas,
além de sorteios de vários brindes e um Kindle 8ª geração.
O lançamento acontece no Hall do Novotel
Jaraguá na Rua Martins Fontes, 71 – Centro – São Paulo.
Adquira
Teu Pecado:
Link para compra: http://www.constelacaoeditorial.com.br/2018/06/teu-pecado.html
Acompanhe
o escritor nas redes sociais:
Facebook Wellington Budim – Autor
Página: @teupecadooficial
Instagran:@wellingtonbudim
Wattpad: @wellbudim
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário.