Livro apresenta minicontos provocativos que
flertam com referências literárias e históricas
A Dupla Vida de Dadá é uma coletânea de
histórias, que se desenvolvem em universos ficcionais variados. O livro se
enquadra numa proposta de literatura minimalista, com minicontos permeados por
muitas intertextualidades, dialogando com diferentes referências literárias e
históricas – como as Dadás do conto que dá título ao volume, uma referência à
baronesa Elsa von Freytag-Loringhoven e à cangaceira
Sérgia Ribeiro da Silva, única mulher a usar fuzil no bando de Lampião.
“Acho que um barato da ficção breve é
enxergar um universo ficcional em cada esquina. ‘Era uma vez o mundo’, diz
Oswald sobre a crônica, mas poderia ser também sobre a minificção – algumas
delas. A dupla vida de Dadá nasceu justamente dessa admiração pelas formas
breves e suas qualidades variadas, múltiplas”, diz a autora.
Dividido em três partes, A dupla vida de Dadá
traz em sua primeira subdivisão minicontos mais comportados e sintéticos, em
que a história costuma ser o centro das atenções. Na segunda, mais variada no
tom, muitas minificções abordam o tema da perspectiva. A terceira parte flerta
mais com a experimentação na formal e com diferentes formas breves conhecidas.
A escritora Natalia Borges Polesso, no texto
que compõe a orelha do livro, destaca a força das micronarrativas: “Moema
Vilela apresenta uma coleção fascinante de formas breves e brevíssimas,
trabalhadas com a amplitude e o apreço de quem conhece o ofício da escrita. A
dupla vida de Dadá, além de nos atiçar a pontinha encoberta da curiosidade, diz
muito sobre a elaboração das histórias. Intensas, essas pequenas narrativas nos
dão a oportunidade da não indiferença frente à literatura. Deixe a lógica
escapar da letra, deixe a perspectiva escapar das construções estanques, deixe
a grandessíssima literatura emergir do mínimo. Para isso, é preciso conectar
com o mundo e seus menores eventos”.
De fato, a literatura minimalista – ou
minificção, como preferem alguns – tem esse poder de fisgar imediatamente o
leitor e deixá-lo impactado em poucas linhas.
Um gênero que revela um grande espaço para a criação, a experimentação e
o inusitado na literatura contemporânea; que possui, sobretudo, essa habilidade
cirúrgica para cavoucar tesouros de linguagem escondidos no solo tão repisado
das tradições literárias.
A dupla vida de Dadá se insere nessa
perspectiva.
Próximos
lançamentos:
Em Campo Grande: 21 de julho, às 19h, no Sesc
Cultura, em Campo Grande (Afonso Pena, 2270).
Em Porto Alegre: 11 de agosto, às 18h30, na Livraria
Baleia / Aldeia (rua Santana, 252).
Sobre a autora:
Moema Vilela é escritora e jornalista,
doutora em Letras e professora nos cursos de Letras e de Escrita Criativa na
PUCRS. Autora de A Dupla vida de Dadá (Penalux, 2018), Ter saudade era bom
(Dublinense, 2014), finalista do Açorianos de Literatura, de Guernica
(Udumbara, 2017) e Quis dizer (Udumbara, 2017). Publicou contos, poesias,
artigos e ensaios em revistas literárias brasileiras e em diversas antologias.
Graduada em Jornalismo (UFMS), mestre em Linguística e Semiótica (UFMS) e em
Escrita Criativa (PUCRS).
Ficha
Técnica:
Título: A dupla vida de Dadá, minicontos
Autor: Moema Vilela
Publicação: 2018
Tamanho: 14x21
Páginas: 72 p (pólen bold 90 gr.)
Disponível em:
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