Igor Moraes participa da antologia King, Poe,
Lovecraft – Do Terror ao Horror, publicada pela Editora Illuminare e publicou As Ruínas de Callari no Sweek. Ele falou ao Tomo Literário sobre
contato com a literatura, mercado literário para novos escritores, deu
recomendações de livros, comentou sobre o lançamento da antologia na 8ª Tarde
Literária e muito mais. Confira.
Tomo Literário: Como foi o seu primeiro contato com a
literatura e como você decidiu se tornar escritor?
Igor Moraes: Foi na escola mesmo que isso se intensificou.
Fiz um trabalho sobre Machado de Assis no centenário de sua morte em 2008.
Sempre fui um leitor desde o berço. Meus pais me contavam histórias de
Perrault, La Fontaine, Esopo, Grimm, Andersen além de histórias do Antigo
Testamento. Talvez seja por isso eu goste tanto dessas coisas de “a alma humana
é cheia de mistérios”.
Tomo Literário: Você participa da antologia King, Poe,
Lovecraft – Do Terror ao Horror, livro que foi publicado pela Editora
Illuminare e lançado recentemente na 8ª Tarde Literária. Fale-nos um pouco
sobre seu conto Antares.
Igor Moraes: Antares é uma releitura de O estranho caso do Senhor Valdemar, do
Edgar Allan Poe. Tentei pegar a premissa de hipnose e dar uma nova roupagem,
fazendo referências a nomes da literatura contemporânea – pense em um Wifi Ralph
da antologia. Quem ler vai encontrar fácil referências a Rô Mierling, ao César
Bravo, Jhefferson Passos, Marcus Barcelos, Raphael Draccon e Eduardo Spohr
(isso só de autores, eu não listei os artistas, como o Thomaz Magno por exemplo!).
Quem for sagaz vai até encontrar menções a Turma da Mônica!
Tomo Literário: Como foi participar do evento de lançamento
ao lado de outros escritores?
Igor Moraes: Impressionante. Nunca tinha visto tantos autores de terror juntos no
mesmo lugar. Fiquei até depois atendendo algumas pessoas que chegaram atrasado
após o término do evento, dei uns autógrafos, tirei fotos. É uma experiência
diferente: eu sempre fui o que pedia autógrafos, não o que dava autógrafos.
Tomo Literário: Como você vê atualmente o mercado literário,
sobretudo para os novos escritores?
Igor Moraes: Isso é interessante... eu nunca pensei nisso (risadas). Acho que, aos
poucos, a coisa está mudando. Não há nada de novo debaixo do sol. Como já falou
a Cláudia Lemes, “Antologias pagas não são o inimigo. Editoras pagas também
não”. Se você tem talento cara, pô, usa, aposte em você. E se você também tiver
dinheiro, melhor. Não vou dizer “acredite em você mesmo” porque é chavão demais
e elevado à enésima potência pode trazer problemas futuros, mas acredite em
seus talentos, invista, desenvolva, faça o melhor, seja o melhor que pode. Você
nasceu careca, pelado e sem dentes. A vida é uma aventura, seja o herói da sua.
Tomo Literário: De modo geral o que te inspira a escrever?
Igor Moraes: É muito difícil dizer isso. Eu nunca fui um escritor profissional.
Escrevo apenas para me divertir um pouco. Quando quero me animar ou tenho tempo
de sobra, ligo o computador, coloco uma música no YouTube e crio uma história.
Tomo Literário: Além de escrever, quais são suas outras paixões?
Igor Moraes: Futebol e esportes em geral. Essa Copa na Mãe Rússia vai dar o que
falar, mesmo que não tenha muita empolgação por parte dos brasileiros depois do
chocolate mineiro dado pela Alemanha, e, sério, o que são esses playoffs da NBA
do “fatal papai LeBron”? (risadas)
Tomo Literário: Você está preparando algum novo projeto
literário? Pode nos adiantar alguma informação?
Igor Moraes: Atualmente não tenho nada. Tentei submeter um conto para a Revista Diário Macabro, mas não foi
dessa vez. Para quem quiser saber mais sobre mim, publiquei uma história no
Sweek: As Ruínas de Callari. Mudei o
nome umas três vezes até chegar a esse. É uma novela Espada & Fetiçaria, a
minha primeira no gênero. Link: https://encurtador.com.br/efUY9
Tomo Literário: Quais são os autores que você admira ou que
de alguma forma influenciaram o seu trabalho como escritor?
Igor Moraes: Poe, King, Lovecraft (sacou a referência né? [risadas {hehe}]), Tchekhov,
Robert E. Howard, Tolkien, Asimov, Nelson Rodrigues, Raphael Draccon, Eduardo
Spohr, Affonso Solano, Raphael Montes, Carolina Munhóz, Vianco, Marcos
Barcelos, Victor Bonini, Gustavo Ávila... Ufa! Essa foi de cabeça (claro, a
prateleira na minha frente também me ajuda um pouco).
Tomo Literário: Que livros, de quaisquer gêneros, você
recomendaria aos leitores? Está lendo algum atualmente?
Igor Moraes: Eu recomendo que todos voltem as origens, os clássicos. A literatura ao
meu ver, é não só uma herança, mas uma tradição. É um compromisso com quem já
morreu, com quem está vivo e com quem ainda vai nascer. Então, Homero, Virgílio,
a Bíblia – para pessoas que querem algo mais próximo, não tão distante, Clark
Ashton Smith, Edgar Rice Burroughs, Chesterton, Tchekhov. Passeiem pela
literatura no último século. Vão encontrar pedras fundamentais que compõe nosso
presente. Claro, se você não se sente bem por causa da linguagem, procure o que
se encaixe no seu tipo de gosto. Uma dica: qual é o estilo de filme ou
videogame que você gosta? Provavelmente é o estilo de livro perfeito para você.
Ação, aventura, comédia, biografia... Sobre minhas leituras estou lendo A Cidade & A Cidade do China
Miéville (Boitempo) e terminando Sonhos
Elétricos do PKD (publicado pela Aleph). Quero ver se volto, com eles, a
escrever no Golem (meu blog literário http://golemsp.blogspot.com.br).
Tomo Literário: Gostaria de deixar algum comentário para os
leitores do blog?
Igor Moraes: Ler é importante, mas reler é fundamental.
Antes de ser escritor, você é um ser huma o maravilhoso, responsável, esforçado, e, dedicado no que se proponhe à fazer, agradeço a fonte criadoura à ter enviado um filho como você, continue em sua caminhada.
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