Bárbara Rosa lançou seu livro Em Solidão o
Solo é Fértil pela Editora Illuminare. Ela falou ao Tomo Literário sobre a obra,
a decisão de ser escritora, o trabalho como locutora de rádio, outras vertentes
artísticas em que atua e muitos outros assuntos. Confira a entrevista.
Tomo
Literário:
Como
foi o seu primeiro contato com a literatura?
Bárbara
Rosa:
Na infância eu gostava muito de ler gibis, mas foi aos 14 anos que me senti
impactada pela leitura, isso se deu através de dois livros, um deles foi “A
rosa do povo” de Carlos Drummond De Andrade, que encontrei por acaso na
Biblioteca da escola, além de ter me influenciado muito, ele me levou para
outra dimensão, esse livro continua sendo um abraço. O outro foi “O diário
secreto de Laura Palmer” de Jennifer Lynch, na época todas as minhas amigas do
colégio leram e uma delas me emprestou, lembro que esse livro ficou uma semana permeando
meus pensamentos.
Tomo
Literário:
Como
e quando você decidiu ser escritora?
Bárbara
Rosa:
Não me lembro de um momento específico em que eu tenha decidido ser escritora,
o ato de escrever desde criança sempre foi uma necessidade para mim, uma forma
de me relacionar com a vida e com o mundo, talvez a decisão de tornar isso
público é que foi um divisor de águas.
Foi antes de tudo um mergulho existencial, e
depois de muitos questionamentos, com a escrita consciente, me senti pronta e
confiante para lançar um livro.
Tomo
Literário: Seu livro Em Solidão o Solo é
Fértil foi publicado pela Editora Illuminare e lançado na 8ª Tarde Literária.
Como surgiu a ideia do livro?
Bárbara
Rosa:
Foi acontecendo naturalmente. Algumas pessoas se sentiam tocadas, me diziam
que, se emocionavam e/ou ficavam pensativas ao ler ou escutar algo que eu tinha
escrito, percebi a força transformadora disso, o que norteou meu posicionamento
no mundo, algo que sempre me indaguei.
Tomo
Literário: Quanto tempo levou todo o
processo da escrita até a publicação? Qual foi a parte mais complexa?
Bárbara
Rosa:
Em 2011 comecei a escrever versos que fariam parte de um possível livro, porém
nunca tive pressa, aquilo estava tomando forma ainda, e eu sempre me perguntava
se seria relevante publicar, deixei o livro ir acontecendo, escrevia e guardava
o projeto na gaveta, posso dizer que há 3 anos decidi que realmente publicaria,
foi quando a parte complexa apareceu rs, a parte de buscar uma editora.
Tomo
Literário: Como é para você atuar também
como locutora de rádio? Conte um pouco sobre esse trabalho.
Bárbara
Rosa:
Está relacionado com minha paixão pela música e facilidade em me comunicar, ser
locutora pra mim, é fazer ecoar, um fragmento de minha identidade e visão de
mundo através da voz. Nesse programa de Rádio, tenho a possibilidade de fazer
uma playlist pautada nos sons que gosto (Rock and Roll, Blues, Jazz, Música
alternativa, Grunge, Punk, e outras vertentes do Rock) e algumas notícias
relacionadas com mundo da música, mais agenda cultural. Gosto muito de compartilhar
isso com as pessoas.
Tomo
Literário: Sei
também que você navega por outras artes, como a arte plástica. Isso se reflete
no seu trabalho literário de alguma forma?
Bárbara
Rosa:
São dois mundos com linguagens diferentes, que às vezes dialogam sim, porém um
não tem necessidade do outro, embora possam se complementar, assim como as
pessoas. Às vezes me proponho fazer essa junção, mas não é uma regra. No caso
do livro, foi bom, pois pude opinar certeiramente sobre como eu queria a arte
da capa, e eles me atenderam precisamente.
Tomo
Literário: Como você vê atualmente o
mercado literário, sobretudo para as escritoras?
Bárbara
Rosa:
Percebo que tem muitas mulheres maravilhosas batalhando, escrevendo e lançando,
isso é lindo, representativo, inspirador e necessário, pois sabemos que ainda
temos um longo caminho pela frente. Avante mulheres!
Tomo
Literário:
De
modo geral o que te inspira a escrever?
Bárbara
Rosa:
Tudo que circunda a existência.
Tomo
Literário:
Você
adota algum processo para a escrita? Ou tem manias e rituais para escrever?
Bárbara
Rosa:
Não, o processo é muito natural pra mim. Eu simplesmente me concentro e me
conecto.
Tomo
Literário:
Você
está preparando algum novo projeto literário? Pode nos adiantar alguma
informação?
Bárbara
Rosa:
Tenho material para começar um novo trabalho, mas esse projeto ainda não tem um
corpo nem respiração.
Tomo
Literário: Quais são os
autores que você admira ou que de alguma forma influenciaram no seu trabalho
como escritora?
Bárbara
Rosa:
Minhas influências estão sempre mudando, hoje vou citar: Os Poetas modernistas.
E também a poetisa contemporânea Matilde Campilho.
Tomo
Literário:
Que
livros, de quaisquer gêneros, você recomendaria aos leitores? Está lendo algum
atualmente?
Bárbara
Rosa:
Recomendo “A rua dos Cataventos” de Mário Quintana, e/ou “1984” de George
Orwell. Atualmente terminei de ler uma compilação de crônicas de João Ubaldo
Ribeiro e estou relendo “Ame e dê vexame” de Roberto Freire.
Tomo
Literário:
Gostaria
de deixar algum comentário para os leitores do blog?
Bárbara
Rosa:
Você nunca está só, quando tem um bom livro em mãos.
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