[Entrevista] J. R. Valadares - Tomo Literário


J. R. Valadares é autor do romance policial Segredos e Conflitos. Ao Tomo Literário ele falou sobre seu contato com a literatura, seu livro, novos projetos, indiciou autores e livros e muito mais.

Tomo Literário: Você lembra do seu primeiro contato com a literatura? Como foi?

J. R. Valadares: Sim. Dom Quixote de La Mancha de Miguel Cervantes. Foi-me apresentado ainda adolescente em uma versão resumida. Apaixonei-me pelo personagem e pela forma em que foi tão bem construída a sátira dos romances da Época. Quixote era tão cativante a ponto de fazer com que nós leitores o acompanhasse fielmente mesmo sabendo de toda sua loucura tal qual Sancho Pança não conseguia parar de segui-lo.

Tomo Literário: Como e quando você decidiu ser escritor?

J. R. Valadares: Eu sempre gostei de criar histórias, quando criança, eu costumava recortar trechos de HQs velhas para tentar a partir das figuras recriar uma nova história. Na escola, quando a professora pedia para fazer redação, fazia a minha e de alguns colegas. Conforme fui crescendo, aquele prazer em escrever foi se solidificando e se tornando cada vez mais sério. Diferente de algumas profissões que você realiza suas tarefas durante o período de trabalho, o escritor não bate o cartão nunca, está sempre trabalhando, por que vive a escrita a todo o momento.

Tomo Literário: Segredos e Conflitos é o seu primeiro livro. Como surgiu a ideia da obra?

J. R. Valadares: Essa história é bem antiga, surgiu de um conto que escrevi ainda adolescente para um concurso da escola e que alguns anos depois, percebi que ela tinha mais pontos que precisavam ser abordados, que estava incompleta. Hoje mais amadurecido pretendo fazer uma revisão em breve e um novo lançamento dessa mesma história em breve.

Tomo Literário: Quanto tempo levou o processo de escrita até a publicação. E qual foi o maior desafio?

J. R. Valadares: Eu escrevi em mais ou menos um ano, depois deixei guardado na gaveta por muito tempo, naquela época não tínhamos tantas opções para autores independentes como temos hoje e eu não fazia ideia de como iria publicar. Quando conheci o clube de autores me senti tão ansioso que nem revisei tanto quanto gostaria, mas a satisfação de ter um livro com o meu nome valeu todo o esforço. O maior desafio é conseguir divulgar o trabalho, fazer com que as pessoas te conheçam para que possam ter acesso a sua obra.

Tomo Literário: Como você tem percebido o mercado editorial brasileiro para os livros de romance policial?

J. R. Valadares: Eu vejo uma evolução muito grande da literatura nacional, nomes como Raphael Montes abriram espaço para que o mercado olhasse mais para os novos escritores. Eu estou vendo com bons olhos o que tem sido produzido por aí. Muito material de boa qualidade do gênero e acredito que teremos cada vez mais autores nacionais publicados.

Tomo Literário: Você adota algum ritual para o processo de escrita? É inspiração ou transpiração?

J. R. Valadares: Sabe aquela famosa frase de Thomas Edison “1% inspiração e 99% transpiração” na literatura eu acredito que não é bem assim, precisa ter um equilíbrio entre os dois. Para quando chegar o dia em que você não estiver muito bem de um lado, o outro consiga suprir. O que eu faço é tentar reservar pelo menos 1 hora por dia para dedicar à escrita, ter esse compromisso ajuda a combater a procrastinação, nosso grande inimigo.


Tomo Literário: Tem algum livro ou conto escrito e que gostaria de publicar? Do que se trata?

J. R. Valadares: Tenho um romance que está entre os finalistas do processo seletivo da Hard Cover – Agência Literária da Vivendo de Inventar do Escritor e Best Seller André Vianco que foi especial por ser um romance romântico, bem diferente do que estou acostumado a escrever e que agora tem a chance de ser publicado por uma grande editora.

Conta a história de uma mulher que sofre com a perda do marido que a deixou uma empresa para administrar e um enteado que a odeia para ela cuidar. Sabe Aquele tipo de pessoa que coloca a felicidade do outro sempre na frente da sua? É uma história que fala sobre superação e vai mostrar a força que a mulher possui. E a felicidade que é um direito que todos nos temos, que não podemos negligencia-la jamais.

Tomo Literário: De modo geral o que te move a escrever?

J. R. Valadares: Eu diria que é uma necessidade, uma voz interior que grita e precisa ser ouvida, se eu não escrevesse me sentiria incompleto e seria menos feliz.

Tomo Literário: Você está trabalhando em algum novo projeto literário? Pode nos adiantar alguma informação?
           
J. R. Valadares: Sempre tem alguma coisa. Estou com um romance bem adiantado que conta a história de um terrível acidente de carro acaba levando a morte do prefeito da cidade e de sua esposa. O carro que se chocou com eles era nada mais nada menos do que de seu maior concorrente nas próximas eleições.

O problema é que ele acorda sem se lembrar de nada que aconteceu. A policia trabalha com a possibilidade de não ter sido um acidente e Leandro se torna suspeito. As respostas estão escondidas no seu cérebro e a busca pelas memorias perdidas vão se mostrando cada vez mais perigosas.

Ele quer recuperar sua memoria e provar sua inocência. Mas o que fazer quando seu maior inimigo pode estar dentro de sua mente? Vai se chamar: Enigma (o lado obscuro da alma)


Tomo Literário: Quais são os escritores que você admira ou que exerceram alguma influência sobre o seu trabalho como escritor?

J. R. Valadares: Allan Poe e Dostoievski são com certeza os escritores que eu mais admiro, pela qualidade de suas obras e a profundidade de seus personagens fazendo com que o trabalho deles se mantivesse eternizando-se e servindo de estudo até os dias de hoje.

Dos nacionais, eu gosto muito da Lygia Fagundes Telles, acho seus contos fantásticos, principalmente “Venha ver o pôr do Sol”.

Dos escritores que exercem influência sobre minha escrita com os quais tive o prazer de conhecer e continuo aprendendo com eles através dos cursos que eles ministram são André Vianco e Cláudia Lemes.

Tomo Literário: Que livros, de quais gêneros, você recomenda aos leitores? De que forma esses livros te tocam?

J. R. Valadares:  Vou começar com um clássico e terminar com um nacional

Crime e Castigo – Dostoiéviski – Romance Policial – É um clássico da literatura mundial, ele nos trouxe uma nova visão do assassino dando profundidade ao personagem e não só mostrando o ato em si, mas os motivos que o levaram a tal é sem dúvida uma obra sensacional.
           
Antologia Sombria – Vivendo de Inventar – Terror – São contos dos alunos da agência do André Vianco de vários estilos de escrita, mas que convergem em um único objetivo, o de causar o medo em seus leitores.

Eu Vejo Kate – Claudia Lemes – Thriller / Suspense – Eu adorei esse livro gostoso de ler, com uma trama envolvente, uma aula sobre serial killer, um dos melhores livros nacionais dos tempos atuais.

Tomo Literário: Deseja deixar algum comentário para os leitores?

J. R. Valadares: Eu participo da equipe The Group Writes, onde jovens escritores dividem o mesmo sonho e queremos dividir esse sonho com o mundo. Quem quiser conhecer vou deixar o link do blog e a página no facebook e também meus contatos:

Minha página pessoal

Conheça o livro do autor:

Segredos e Conflitos

Após executar a prisão de um assassino em série, Mário se torna alvo da ira de seu filho que busca vingança a qualquer custo, seu cargo, sua reputação e até sua própria vida estão em perigo. Será preciso muita astúcia para reverter essa situação nessa história surpreendente que irá prendê-lo do começo ao fim.

O livro está disponível no Clube de Autores e no Google Play.



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