Tartarugas até lá embaixo, livro de John
Green, foi publicado no Brasil pela Editora Intrínseca em 2017 (272 páginas).
Aza Holmes não está disposta a sair por aí bancando a detetive para solucionar
o misterioso desaparecimento de um bilionário chamado Russell Pickett, mas há
uma recompensa de cem mil dólares em jogo. Sua destemida e falante amiga,
Daisy, quer muito botar a mão nesse dinheiro todo. Assim, as duas vão atrás do
único contato que têm em comum com o magnata: o filho dele, Davis.
Aos dezesseis anos, Aza ainda não encontrou
um modo de lidar com as terríveis espirais de pensamento que se afunilam cada
vez mais e ameaçam aprisioná-la. Ela tem transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
Confira algumas curiosidades por trás do
livro:
O
título Tartarugas Até Lá Embaixo
O nome do livro pode soar estranho, mas tem
uma origem. Diz-se na comunidade científica que certa vez um renomado cientista
estava dando uma palestra sobre astronomia. Ele falava como a Terra orbita o
Sol e como o Sol, por sua vez, orbita o centro de uma vasta quantidade de
estrelas a que damos o nome de galáxia. Quando a palestra terminou, uma senhora
se levantou e disse que aquilo que o homem havia acabado de falar não tem
sentido, pois “o mundo é um prato
achatado apoiado no dorso de uma tartaruga gigante”. O cientista questionou
onde a tartaruga gigante estaria apoiada e a senhora respondeu que estaria
apoiada em outra tartaruga. “Uma
tartaruga abaixo da outra. Há tartarugas até lá embaixo.” E isso se explica
ao lermos a narrativa contada por Green. A história que dá nome ao livro é relatada
por Stephen Hawking em Uma Breve História do Tempo.
Uma
pintura de Raymond Pettibon
Numa determinada passagem do livro a
protagonista Aza fica fascinada com uma pintura de Raymond Pettibon. “Era uma espiral colorida, talvez uma rosa
ou um redemoinho. Algum efeito nas linhas curvas fazia meus olhos se perderem
na pintura, me obrigando a voltar repetidas vezes do todo para partes menores
(...) Tive de me conter para não arrancar o quadro da parede e fugir com ele”
– declara Aza.
Raymond Pettibon é um artista que tem
pinturas e desenhos, muitos deles em preto e branco. Nasceu em 16 de junho de 1957 em Arizona –
Estados Unidos. Formou-se na Universidade de Los Angeles. Fez parte de uma
banda punk chamada Black Fag, formada no sul da Califórnia no ano de 1976. As
letras das músicas tratavam de solidão, neuroses e paranoia. A maioria das
capas dos discos foi feita por Pettibon.
TOC –
Transtorno Obsessivo Compulsivo
O TOC caracteriza-se por pensamentos
excessivos que levam a comportamentos repetitivos, as chamadas compulsões. Para
quem não sabe, John Green, o autor do livro, também foi diagnosticado com tal
transtorno. Daí o fato de conseguir tratar de maneira bastante real e
autobiográfica a maneira como a protagonista lida com isso. Ele, o autor, teve
fases em sua vida, nas quais a doença o impedia de trabalhar e até de se
alimentar. Com terapias e remédios, a doença foi controlada. John Green revelou
em vídeo: “Tentei criar uma experiência
não sensorial de viver dentro da minha espiral de pensamento.”
Star
Wars
A amiga da protagonista, Daisy, é uma jovem
que escreve fanfic de Star Wars. Então, ao longo do livro há várias referências
da franquia. Um dos personagens declara:
“Star Wars é a religião oficial dos Estados Unidos”.
Chuck
E. Cheese’s
Chuck E. Cheese’s é o local de trabalho de
Daisy, a amiga de Aza Holmes. O restaurante realmente existe. É uma rede de
restaurantes dos Estados Unidos, que é conhecida por sua programação infantil,
que inclui serviços de pizza, festas, brinquedos e jogos. O site da empresa é www.chuckechesse.com.
Citações
O personagem Davis, filho do bilionário
desaparecido, costuma postar citações na internet, que são apresentadas em
várias partes do livro. Há citações de escritores, como J. D. Salinger, Charlotte Brontë, William
Shakespeare, Terry Pratchett, Jacqueline
Woodson, Maurice Sendak (que além de escrever livros infantis é ilustrador),
William James (um dos fundadores da psicologia moderna), entre outros.
Gostou? Deixe seu comentário.
A resenha de Tartarugas Até Lá Embaixo pode
ser conferida aqui no Tomo Literário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário.