No livro O Homem de Lata, de Sarah Winman,
publicado pela Faro Editorial, a arte está bastante presente. Então, resolvi
estender o que está além das páginas do livro e trazer para vocês algumas
curiosidades relacionadas ao que é citado na obra.
Os
Girassóis, de Van Gogh
É uma réplica de um dos quadros da série do
pintor, que Dora Judd – personagem do livro - ganha numa rifa. Van Gogh tem uma série de
pinturas com girassóis. Nessa série o amarelo está fortemente presente, até
mesmo em função da cor natural da flor, que carrega forte simbologia,
representando fecundidade, vida e nostalgia.
“O
amarelo é, certamente, a cor fundamental da obra arlesiana de Van Gogh, amarelo
solar que, nos interiores, ou nos segundos planos dos retratos, ou na série de
telas dos girassóis, alcança intensidades alaranjadas ou múltiplas nuanças até
tende para os verdes.” (Biblioteca de Arte – Impressionistas, Editora Três)
Vasos com Girassóis - Van Gogh |
O objetivo das pinturas de Van Gogh era decorar o seu ateliê, pois preparava-se para receber seu amigo e também pintor Paul Gauguin. As pinturas ficaram no quarto de hóspedes. Perfeccionista que era, Van Gogh só colocou sua assinatura em dois dos quadros. Vaso com Quinze Girassóis numa Jarra (1888) é uma das obras mais famosas do pintor.
Dora chega a mencionar essa história para
Ellis e Michael, dizendo que alguns dizem ser mentira, mas que é uma abordagem
adorável.
Em um trecho do catálogo da Exposição “Van
Gogh”, do Museu de L’Orangerie, janeiro-março de 1947, com prefácio de René
Huyghe (páginas 6-8) pode-se ler:
“Os
sinais de fogo são encontrados na cor de Van Gogh, impressos com um toque arfante
e quente, cores vermelhas, azuis e amarelas, sobretudo amarelas, ‘um sol’, diz
ele, ‘uma luz que, em falta de outra definição melhor, posso chamar de amarela,
amarelo-enxofre pálido, limão-ouro pálido. Como é bonito o amarelo!’ A flor que
ele prefere, o girassol, procura avidamente virar seu disco açafrão, radiante
de pétalas esplêndidas, em direção ao sol. E, nas últimas obras de Vincent, até
os ciprestes se atiram em jatos sinuosos, dos quais saltam as manchas atiçadas
dos ramos, em direção aos sóis volteantes que parecem criar o céu com suas
ondas de fogo.”
National Gallery / Foto: Reprodução |
National Gallery
A National Gallery é um museu de arte
em Trafalgar Square, Westminster, localizado no centro de Londres. A galeria
foi fundada no ano de 1824 e abriga uma coleção de mais de duas mil pinturas do
século XII à 1900.
Cadeira de Van Gogh com Cachimbo |
Em suas lembranças, a personagem Dora, mãe de um dos progatonistas, recorda-se que o quadro A Cadeira de Van Gogh com cachimbo, de autoria do pintor Van Gogh, estava numa sala que ela vira na National Gallery, numa viagem que fizera a Londres com a escola. A obra do pintor holandês foi feita em 1888. Foi pintada em contraponto à Cadeira de Paul Gauguin. O cachimbo era companheiro inseparável do escritor.
Um Banho de Asnières, pintura de Seraut The Yorck Project © Zenodot Verlagsgesellschaft mbH (licença GNU FDL) |
O mesmo vale para o quadro Um
Banho de Asnières, de Seraut. É uma pintura a óleo sobre tela do pintor francês, datada de 1884, a
primeira de duas de grandes dimensões. Esta obra mostra uma cena calma, junto a
um rio, nos subúrbios de Paris.
Michael, um dos protagonistas de O Homem de
Lata, também passa pelo museu num dia de chuva e segue um homem chamado G numa
jornada de duas horas que incluiu Ticiano (importante pintor italiano
do século XV), Vermeer (pintor holandês) e Cézanne (pintor
pós-impressionista francês). Ao último atribui-se o fornecimento das bases do
fazer artístico do século XIX para a arte inovadora do século XX.
O site da galeria é https://www.nationalgallery.org.uk/.
A resenha do livro O Homem de Lata, de Sarah
Winam, você pode ler aqui no Tomo Literário.
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