Jurassic Park - Michael Crichton - Tomo Literário

Jurassic Park - Michael Crichton

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Jurassic Park, livro de Michael Crichton foi publicado pela Editora Aleph em 2015 (525 páginas) e tem tradução de Márcia Men.

Dinossauros são seres que sempre estão no imaginário. Com o passar do tempo evidências científicas da existência desses enormes animais, em tempo geológico remoto, reforçaram o fascínio, mas há também aqueles que tem desconfiança e medo. Não é raro, contudo, encontrarmos crianças que tem verdadeira adoração pelos dinossauros, sendo capazes de identificar suas diferentes espécies e até seus hábitos, bem como decorar uma infinidade de nomes complexos. O fascínio por esses seres é o que deve ter levado Crichton a escrever sua história ficcional.

O livro foi originalmente publicado em 1990 e ganhou destaque ao ser adaptado para o cinema em 1993. Filme que teve direção do aclamado Steven Spielberg.

Jurassic Park traz a história de criação de dinossauros na Ilha Nublar – local fictício localizado na Costa Rica  –, que atende aos interesses megalomaníacos de homens que tem a sede de lucrar com os animais. Uma empresa ambiciosa de nome International Genetic Technologies Inc., de Palo Alto, conduz uma pesquisa genética em segredo.

A ilha abriga animais que foram recriados a partir de experimentos científicos, que encontraram no âmbar, uma forma de extrair e clonar o DNA dos seres pré-históricos e desenvolvê-los. Os envolvidos no projeto acreditam que tem total controle sobre os dinossauros que habitam a ilha, que serviria também como um parque ao expor os animais para o público visitante. A alta tecnologia que é empregada para o funcionamento das instalações da ilha e, consequentemente, na segurança do local, dá a muitos dos lideres e participantes do projeto, a ideia de que o homem pode controlar tudo. Mas as coisas não são bem assim.

Alguns dos animais fogem do cercado que os separa das dependências e começam a surgir alguns incidentes. A desconfiança de que animais teriam fugido se inicia quando há o aparecimento de algumas pessoas com mordidas, o que pressupõe ser de algum tipo de animal incomum, de acordo com as descrições feitas por quem sofreu o ataque. Descobre-se que foi um raptor. Daí para a frente adentramos um cenário de tensão e uma sucessão de eventos caóticos.

O homem sempre tentou exercer o seu poder sobre a natureza. O mote do livro é abordar o poder sobre a ciência. Ao conseguir recriar dinossauros há o despertar de poder e vaidade, o que fica claramente demonstrado no personagem Hammond, que é o líder da ilha em que os dinossauros são mantidos.

Alguns equívocos que são cometidos pelos responsáveis em manter o controle dos animais são coisas de principiantes, ou pode ser visto de outro modo, como uma cegueira diante do deslumbramento provocado ao recriar seres extintos que começam a se reproduzir, contrariando o que acreditavam acontecer, já que, para os cientistas que criaram os dinossauros, todos eram fêmeas.

Alan Grant, paleontólogo, vive aventuras com duas crianças, Lex e Tim, que se veem em meio aos grandes, temerosos e incontroláveis dinossauros. Eles protagonizam cenas de fuga dos animais que são muito bem descritas, de tirar o fôlego.

Uma grande preocupação paira na história. Diante de toda a bioengenharia irresponsável que empregam há possibilidade de que velocirraptores estejam migrando para o continente, o que tornaria o caos que já existe na ilha, ainda maior ao se expandir para além daquelas fronteiras.

“A descoberta é sempre um estupro do mundo natural”, diz o personagem Ian Malcolm no livro, o que reflete a posição de discutir o que o homem faz com a ciência e/ou a partir dela. Há sempre uma invasão não consentida quando se transforma aquilo que é natural. Em dado momento lê-se que “a ideia de criaturas vivas sendo numeradas como software, sujeitas a atualizações e revisões” perturbou Grant, o paleontólogo. Embora ele não saiba o porquê o desconforto existe e, possivelmente, seja justamente pelo fato de que tudo que presenciamos no controle da ciência em Jurassic Park escapa ao natural.

Diante de tudo que nos é narrado por Michael Crichton em sua história, não é de se esperar que o caos esteja instalado. Aliás, o caos ronda o tempo todo a história, desde o início. Usando mais uma vez uma frase de Malcom: “A linearidade é uma maneira artificial de ver o mundo. A vida real não é uma série de eventos interconectados ocorrendo um após o outro como contas presas em uma gargantilha. A vida é,  na verdade, uma série de encontros no qual um evento pode mudar aqueles que o seguem de uma forma totalmente imprevisível, até mesmo devastadora.”

E isso, ocorre perfeitamente em Jurassic Park, uma sucessão de eventos imprevisíveis (ainda que alguns deles pudessem perfeitamente ser evitados por seus personagens). Michael Crichton criou uma boa trama. A escrita do autor é ágil, de leitura agradável e, apesar da inserção de imagens e gráficos que exemplificam imagens de telas de computadores ou sistemas que são utilizados, em nada isso interrompe a fluidez da leitura. Muito pelo contrário, pois em dados momentos ajudam o leitor a compreender melhor o que se passa.

O projeto gráfico da Aleph é primoroso. A capa, a diagramação, o corte colorido, a divisão dos capítulos, a página de guarda... tudo está no clima de Jurassic Park e foram bem realizadas.

Assisti o filme há muito tempo, e ainda lembro de algumas passagens e guardo apego emocional pela versão cinematográfica, mas isso em nada desfez a boa percepção em relação a história que é contada no livro. Portanto, quem já viu o filme não precisa ter receio de ler o livro, inclusive, recomendo que o faça. É um bom thriller científico, em que a bioética e a teoria do caos estão presentes.

Foto: Reprodução
Sobre o autor

Michael Crichton nasceu em 1942 em Chicago, no estado de Illinois, nos Estados Unidos. Se graduou na Harvard Medical School e defendeu seu doutorado em Políticas Públicas pelo Salk Institute for Biological Studies. Publicou seu primeiro best-seller, O enigma de Andrômeda, enquanto ainda era estudante de Medicina. Seus livros já foram lançados no mundo inteiro, tendo sido traduzidos para mais de trinta idiomas. Crichton é conhecido especialmente por Jurassic Park e por ser o criador da série ER – Plantão Médico, mas também escreveu mais de quinze romances, além de livros de não ficção. É autor de diversos roteiros para a TV e o cinema, incluindo os filmes O primeiro assalto de trem (1979), Congo (1995), Sol Nascente (1993), Assédio Sexual (1994) e O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997). Em 2002, uma nova espécie de anquilossauro foi descoberta e batizada em sua homenagem: Crichtonsauros bohlini. Crichton faleceu em 2008.

Ficha Técnica

Título:  Jurassic Park
Escritor: Michael Crichton
Editora: Aleph
Edição: 1ª
ISBN: 978-85-7657-215-2
Número de Páginas: 525
Ano: 2015
Assunto: Ficção científica norte-americana

2 comentários:

  1. Olá! Li este livro há alguns anos e adorei :) tive de ler em inglês, pois em Portugal o livro não está editado... acho o livro muito bem construído, a tal atmosfera de preocupação, mesmo a ideia cientifica por trás!

    A minha resenha está aqui, se tiver interesse: http://barbarareviewsbooks.blogspot.com/2014/07/jurassic-park.html

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    1. Olá, Bárbara. Vou ler sua resenha. É sempre bom saber a impressão de outros leitores. Abraço.

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