Foto: Alamy - Vista do Edifício Copan |
Dia 25 de janeiro, hoje, a cidade de São
Paulo completa 464 anos.
Na literatura, muitos personagens passaram ou
moraram na cidade.
Cidade multifacetada, São Paulo recebe gente
de todo lugar. São Paulo tem suas belezas e suas mazelas. Cidade de enormes
prédios, trânsito movimentado, pessoas agitadas, também tem o descaso na
periferia, a Cracolândia, seus submundos. São Paulo se agita a noite com bares,
baladas e restaurantes; e se agita de dia com o vai e vem de gente pelo Centro
ou nos conglomerados financeiros da cidade. De uma lado a geração de finanças
para o país e de outro a pobreza e a precariedade de serviços públicos. São
Paulo guerreira, resiste!
Eta, São Paulo!
Parabéns, São Paulo!
Para celebrar a data, que tal conferir uma
lista de livros pelos quais personagens reais e fictícios demonstraram a
multiplicidade dessa cidade? Acompanhe.
Dois
Irmãos
Autor:
Milton Hatoum
Editora
Companhia das Letras
História de dois irmãos gêmeos que vivem em
Manaus e travam embate durante toda a vida, o livro demonstra dada passagem em
que personagens vão para a capital paulista. São mencionados vários lugares da cidade:
a Praça da República, a Universidade de São Paulo, a avenida São João, o
Viaduto do Chá, o Teatro Municipal.
Zana, a mãe dos gêmeos, falava sobre Yaqub,
seu filho que vai para São Paulo e que de lá envia cartas a ela: “Meu filho
paulista”. Posteriormente, também o filho Omar é mandado para a capital do
estado.
Autor:
Roberto Giacundino
Editora
Pandorga
Um famoso publicitário é assassinado no
Teatro Municipal de São Paulo e a jornalista Sandra Garcia, decidia tomar o
caso para si e descobrir a motivação do assassino, sem saber que aquele era
apenas o primeiro de uma série. Acompanhada de três aliados: o irmão da vítima,
um inusitado parceiro de investigações e um jovem hacker, Sandra faz cair as
máscaras e mostra que as possibilidades são inúmeras, pois nada nem ninguém é o
que parece.
Tendo como ponto de partida o Teatro
Municipal da cidade, os personagens percorrem outros tantos lugares.
“Avenidas, bairros, restaurantes, cafés,
estações de metrô, praças, estátuas e patrimônios públicos foram recriados com
fidelidade e de fato podem servir de guia turístico para quem quiser passar
pelos mesmos lugares que Sandra e os demais personagens passaram.” – Declarou o
autor do livro em entrevista concedida
ao Tomo Literário.
Macunaíma:
o herói sem nenhum caráter
Mário
de Andrade
Livraria
Garnier
O personagem outsider Macunaíma, figura da
literatura brasileira que foi para a cinematografia e dá nome a uma escola de
teatro na capital paulista, também passa por São Paulo no livro de Mário de
Andrade.
“Quando atravessaram o Pico do Jaraguá
Macunaíma virou para trás contemplando a cidade macota de São Paulo...”
Vale lembrar que foi a Semana de Arte
Moderna, ocorrida em 1922, na cidade de São Paulo que projetou Mário de
Andrade, o autor do livro, como uma figura-chave do movimento modernista.
Macunaíma é fruto de anos de pesquisa de lendas e mitos indígenas e folclóriso
que o autor traz numa linguagem popular de várias regiões.
Estação
Carandiru
Drauzio
Varella
Editora
Companhia das Letras
Em Estação Carandiru, livro que também virou
filme, conhecemos a vida naquele que foi o maior presídio do país: a Casa de
Detenção de São Paulo. Localizado no bairro do Carandiru, zona norte de São
Paulo, o livro retrata situações reais de pessoas reais que viveram na cidade e
que, por condenação a crimes, estavam presas no referido presídio.
Drauzio Varella prestava serviços médicos
naquele local que se tornou o lugar da maior chacina ocorrida no país em 1992,
com 111 presos mortos e que foi palco do maior protesto já ocorrido em cadeias
brasileiras, quando 29 prisões se levantaram simultaneamente, em fevereiro de
2001. O presídio foi demolido e deu lugar ao Parque da Juventude. O livro é um
relato claro, sincero e humano de um homem sobre outros homens e a situação que
vivem no cárcere.
Ferréz
Editora
Planeta
O protagonista do livro Rael é um honesto,
gosta de ler e faz planos para melhorar de vida. Mora na periferia de São
Paulo, o bairro de Capão Redondo, na zona sul paulistana. Seus melhores amigos
se envolvem com entorpecentes, roubam motos ou matam por dinheiro. O livro é
uma obra ficcional de literatura marginal que mostra a miséria em que vivem
jovens da periferia. Na obra estão presentes acontecimentos como a truculência
de policiais que interrompem festas na porrada, o assassinato de parentes por
motivos banais, a rixa da juventude periférica com os chamados “playbas”
(jovens ricos) e o pessoal da comunidade.
“Periferia é tudo igual, não importa o lugar:
Zona Oeste, Leste, Norte ou Sul. Não importa se é Rio de Janeiro, em Minas
Gerais, Brasília ou em São Paulo. Enfim, seja lá qual for o lugar, sempre serão
os mesmo problemas que desqualificam o povo mais pobre, moradores de casas
amontoadas umas em cima das outras.”
Saga As
Crônicas dos Mortos
Rodrigo
de Oliveira
Faro
Editorial
A maior saga sobre zumbis publicada por um
brasileiro, não poderia deixar de fora a cidadee de São Paulo. Ao longo dos
livros publicados, várias são as passagem de personagens zumbis pela capital
paulista. No spin-off, o livro Elevador 16, mostra o surgimento de zumbis a
partir da previsão de cientistas que descobriram um planeta vermelho em rota de
colisão com a terra.
No dia que o cometa estaria mais perto da
Terra, um grupo de pessoas segue para o trabalho para fazer hora extra num
sábado. No almoço eles ficam presos num elevador. A partir daí dá-se início a
história de zumbis.
“A
empresa funcionava num gigantesco prédio na avenida Berrini, zona sul de São
Paulo.”
Fernando
Morais
Companhia
das Letras
Em agosto de 1945, com a rendição do Japão às
forças aliadas, a Segunda Guerra Mundial chegava ao fim. Em São Paulo, nascia
uma organização secreta japonesa, a Shindo Renmei, ou Liga do Caminho dos
Súditos. Para seus seguidores, a notícia era uma fraude, um golpe para quebrar
o orgulho dos japoneses em todo o mundo. A comunidade japonesa se divide. De
um lado os “kachigumi” da Shindo Renmei, aqueles que acreditavam que era uma
notícia falsa. Do outro lado, os “makegumi”, apelidados de corações sujos,
aqueles que acreditavam na rendição do Japão. A Shindo Renmei declara guerra
aos derrotistas e os acusam de traição à pátria.
O livro trata pois, de uma história real, da
seita japonesa que aterrorizou a colônia no Brasil. Os atentados levaram 23
imigrantes à morte e cerca de 150 feridos. Parte dessa história se passa na
cidade de São Paulo.
Antônio
de Alcântara Machado
Klick
Editora
O livro foi publicado originalmente em 1927 e
reúne histórias que mostram a vida dos
imigrantes italianos nos bairros operários da cidade de São Paulo na primeiras
décadas do século XX. São 11 histórias que misturam crônicas e contos. Na
década de 1910 os italianos detinham o primeiro lugar entre os estrangeiros
donos de imóveis na zona urbana, concentrando-se nesses bairros industriais.
Foram esses imigrantes que serviram de inspiração para o autor escrever suas
histórias.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFaltou o Escaravelho do Diabo para contemplar quem foi, é e será criança leitora.
ResponderExcluirSterix, uma ótima dica!
Excluir