O escritor, poeta e ilustrador Eriberto
Henrique escreveu mais de 1800 poemas, além de crônicas, cartas e contos,
publicou o livro Grandes Homens Constroem Seus Destinos pela Chiado Editora, o
livro Poemas do Fim do Mundo pela Editora Autografia, e o livro Entre Poemas e
Orações pela Editora Viseu, todos no ano de 2017. Também publicou livros pelas
plataformas Amazon e pelo Clube dos Autores, além de ter participado de várias
antologias. Ele concedeu entrevista ao Tomo Literário e falou sobre carreira,
seus livros, sua lista de leituras, desafios e inspiração. Confira!
Tomo
Literário:
Como
foi o seu primeiro contato com a literatura?
Eriberto
Henrique:
Começou com as histórias em quadrinhos, sonhava em ser quadrinhista! Com sete
anos comecei a rabiscar, com oito anos escrevi meu primeiro poema, e aos nove
anos já escrevia histórias ilustradas e desenhava quadrinhos toscos. Ao mudar
de escola com dez anos, e tive o prazer de conhecer a biblioteca da mesma, e me
apaixonei por todo aquele universo dos livros. Foi lá descobri Monteiro Lobato,
Machado de Assis, José de Alencar e muitos outros autores.
Tomo
Literário:
Como
surgiu a ideia do seu livro Poemas do Fim do Mundo?
Eriberto
Henrique:
O ano de 2012 foi um ano onde vive muitas transições na minha vida pessoal,
amadureci bastante, como ser humano e como escritor. Aquele ano também posso
dizer que foi o ano que mais escrevi na minha vida. A ideia de escrever o livro
na verdade veio como uma despedida daquele ciclo, uma brincadeira, que acabou
ficando séria. O livro em si era para ser uma espécie de retrospectiva. Mas
acabou tomando outros rumos como um pássaro que sai do ninho e voa com as suas
próprias asas. Na verdade o livro
reflete bem como é nossas vidas em passagens de ciclos, cheias de mutações,
cada dia de nossas vidas é como o virar de uma página, cada poema que chega ao
fim é um ciclo que se fecha para o novo ciclo. O fim do mundo é exatamente
isso, nada dura para sempre, nós mesmo somos todos os dias uma pessoa diferente,
mais velha, mais experiente, mais calejada, mesmo se dar conta disso.
Tomo
Literário:
Quanto
tempo durou o processo de escrita e qual foi o maior desafio?
Eriberto
Henrique: O livro era para durar dois meses, mas eu
estava escrevendo três livros ao mesmo tempo, então às vezes eu tinha que parar
um e dar seguimento a outro livro, e isso acabou ficando percebível em Poemas
do Fim do Mundo pelas datas contidas no fim dos poemas, não consegui dar a
sequência que esperava, mas no fim gostei do resultado. Alguns poemas foram retirados dele e entraram
em outros livros. Meu maior desafio ainda é algo presente! Ele consiste
simplesmente em continuar acreditando que a literatura pode ajudar a humanidade
a ser mais humana. Olho para o meu livro impresso, e vejo o quanto ele pode ser
relevante nas casas de família, nas mãos dos jovens, e nas bibliotecas do meu
país. O meu maior desafio é fazer minha poesia romper barreiras.
Tomo
Literário:
Na
sua visão, quais são os maiores desafios que o poeta brasileiro tem enfrentado
atualmente?
Eriberto
Henrique: Ser poeta o Brasil eu costumo dizer que é
como garimpar no escuro, é ser cara de pau o bastante para tentar se inserir em
um mercado restrito e mal gerido. Nós brasileiros ainda somos muito imaturos em
muitas questões, e não quero fazer comparações com outras nações, mesmo sabendo
que em outras nações o número de leitores é bem superior, mas eu gosto de olhar
para o que está a minha volta. Cresci tendo sempre que conviver com falsas
interpretações do que é ser um poeta, e uma das minhas tristezas, é ver que o
incentivo a leitura, principalmente a poesia, é muito escasso por todas as
camadas, seja qual for o sistema. Gostaria de ver escritores serem mais
reconhecidos, e mais explorados pelas editoras, pelos órgãos públicos e pela
sociedade. Mentes pensantes não podem ficar atrofiadas no silêncio. O maior
desafio que o poeta brasileiro enfrenta, é ser poeta!
Tomo
Literário:
O
que te inspira a escrever poesia?
Eriberto
Henrique: Essa pergunta requer uma reflexão. Eu cresci
em um bairro pobre, subindo e descendo ladeira, negro, sem recursos, passei por
muitas dificuldades por toda a minha infância, como preconceito criminalidade e
coisas do tipo, fatos que tenho que conviver até hoje. Crescer olhando o
subúrbio pela janela é algo que pode te tornar um refém da ignorância, mas eu
nunca quis isso para mim, nunca me vi como um coitado que precisava de cotas ou
esmolas, eu sempre precisei e preciso até hoje de oportunidade. Com essa visão
das coisas, sempre quis combater o que via com reação contrária, com amor,
sentimento, com arte e coragem para dizer não quando todos em minha volta
diziam sim. E foi assim que fui escrevendo um livro atrás do outro, buscando
não mudar o mundo, mas o meu mundo, fazer a minha parte, ser uma pessoa melhor,
que luta e trabalha, que passa por muita dificuldade, mas sabe que tem que
passar por isso, para aprender, para olhar para dentro de si mesmo e reconhecer
o que é pequeno no meio desse imenso inverso, cheio de estrelas, que brilhantes
ou foscas ocupam o seu lugar no céu.
Tomo
Literário:
Está
trabalhando em algum novo projeto literário? Pode nos contar?
Eriberto
Henrique: Aceito propostas! (risos) Apesar de já ter 38
livros escritos entre poesia e prosa, sou um escritor iniciante no mercado
editorial, em um país cheio jeitinhos. Minhas condições financeiras são bem
escassas, e isso faz com que a caminhada seja ainda longa. Assim aos trancos e
barrancos o segredo é respirar fundo e focar apenas na caminhada, mesmo
sentindo meus joelhos dobrarem. Não é fácil escrever o quanto escrevendo e ver
meus trabalhos arquivados. Minha cidade infelizmente não tem uma cultura
voltada à leitura, nem os escritores de minha cidade compram livros de novos
escritores. Assim fica muito difícil você conseguir o seu espaço nesse mercado.
Você tem que parar pensar, avaliar o que você está fazendo, controlar a
frustração e não desistir. Atualmente trabalho como porteiro para me manter em
uma empresa de comunicação. Espero e tenho esperança de fazer muitos projetos
literários, escrever 10 livros por ano, ideias não me faltam, só resta-me
trabalhar a aguardar uma oportunidade.
Tomo
Literário:
Que
autores você recomenda ou quais autores influenciaram o seu trabalho como
escritor?
Eriberto
Henrique:
Vou fazer uma cronologia de minhas leituras, Monteiro Lobato, Machado de Assis,
José de Alencar, Fernando Pessoa, Gregório de Matos, Gileno Gomes, Saramago,
Paulo Coelho, Augusto dos Anjos, Jules Feiffer, Serdar Ozkan, Roraima Alves da
Costa, Diego Morais, Lord Byron, Sócrates, Friedrich Nietzsche, Arthur
Schopenhauer, e Chico Xavier
Tomo
Literário:
Que
livros, de quaisquer gêneros, você indicaria aos leitores e de que maneira
esses livros te tocam?
Eriberto
Henrique:
A Rosa Perdida (Romance) de Serdar Ozkan
O Homem no Teto (Juvenil) de Jules Feiffer.
O Alquimista de Paulo Coelho.
Ficções do Interlúdio/ 4 Poesias de Álvaro de
Campos, de Fernando Pessoa.
Nós Mutantes (Poesia) de Roraima Alves da
Costa.
As Vidas de Chico Xavier (Biografia) de
Marcel Souto Maior.
Esses livros me ensinaram muito, me fizeram
refletir, pensar sobre a vida, e sobre os mundos que estou inserido. Ajudaram-me
no meu processo de ser uma pessoa melhor, nessa experiência humana chamada de
vida.
Tomo
Literário:
Quer
deixar algum comentário para os leitores?
Eriberto
Henrique: Que continuem lendo, e que se mantenham
sempre livres, abram não só a mente, mas a alma também. O mundo precisa de mais
amor, de sentimento, de humanidade, de fraternidade. O mundo precisa de pessoas
capazes de estender a mão para aqueles que estão ao seu lado. Pratiquem o bem,
e sejam o herói e o exemplo de si mesmo. Pois no fundo somos apenas as pegadas
que somos capazes de deixar na terra.
Conheça
os livros de Eriberto Henrique
Poemas do Fim do Mundo
Editora
Autografia
Poemas do fim do mundo foi um livro que
surgiu como uma brincadeira, na época que foi escrito, estava rolando o boato
que o mundo ia acabar, devido a mais uma profecia sobre o fim do mundo. Em
consequência a tudo isso, eu decidi escrever um livro que seria como uma
reflexão sobre coisas de minha vida, e da vida de muitas pessoas que conheço,
como uma despedida de um ciclo, que acabando o mundo ou não iria se findar,
para que novos ciclos se formassem, ou melhor, novos mundos.
Disponível
pela Editora Autografia.
Grandes Homens Constroem Seus Destinos
Chiado.
Fernando Pessoa disse que “tudo vale a pena
quando a alma não é pequena”, e foi com essa singela verdade que o poeta seguiu
trilhando seu destino no país estrangeiro. Olhando para o horizonte todas as
manhãs, e agradecendo a Deus por mais um dia de vida, pedindo perdão pelas suas
fraquezas, e força para superar os obstáculos que ainda iriam surgir.
Porque no fundo, ele sabia que a guerra não
estava só nas ruas do Haiti, estava dentro dele como está dentro de todos nós,
que lutamos contra nossas mazelas dia após dia, para poder dormir
tranquilamente no fim da noite. A consciência de um homem poder ser uma
masmorra sombria, e se o amor não encher sua alma de luz, essa masmorra pode
virar um abismo profundo de dores que permaneceram na eternidade. “Palavra
presa é tumor que necrosa dentro de nós”, então quando o mundo parece virar do
avesso e tudo ficar embaralhado em sua vida, olhe para dentro de você, grite, e
liberte sua alma do seu próprio mal.
Disponível
pela Chiado Editora.
Clube
de Autores
Época da Escola
A Voz do Outro Lado do Rádio
Palavras Distorcidas
Anestesiados no Prazer da Cama
Para saber mais sobre estes livros acesse o Clube deAutores.
Amazon
No site da Amazon você pode conferir outros títulos.
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