Rodolfo Pomini, autor do
livro Fúria, concedeu entrevista ao Tomo Literário. Ele falou sobre o livro,
novos projetos, desafios da publicação independente, trabalho como capista e
outros assuntos.
Tomo
Literário: Como foi o início de sua jornada pela
literatura?
Rodolfo
Pomini: Começou no ensino médio, ou 2º grau, como alguns chamam
(rs), quando na aula de português chegamos na parte de produção de textos e
nós, os alunos, tínhamos que elaborar pequenos textos com palavras dadas pelo
livro didático. E junto a isso, a professora nos incentivava a ler ao levar uma
caixa de livros na sala para, depois da leitura, realizarmos nossos resumos.
Tomo
Literário: Como surgiu a ideia do livro “Fúria”?
Rodolfo
Pomini: Nossa, acho que posso dizer que foi meio doido. Tive a
ideia a partir de uma estampa de camiseta. E por causa dela, elaborei a
história começando pelo fim, depois o meio e por fim o começo (rs). Mas o fim
da história, na qual se encaixaria a ideia que veio da estampa, acabou sendo
alterado, pois o final do livro caía no sobrenatural, enquanto todo o resto era
mais... “real”. Então, para acabar não deixando alguns leitores, talvez
chateados, por causa dessa mudança, eu alterei o fim. Também como dica do meu
amigo e escritor Danilo Barbosa (autor do livro Arma de Vingança), que leu e
comentou sobre o assunto comigo.
Tomo
Literário: O livro é uma publicação
independente. Para você, quais são os desafios que o escritor independente
encara hoje no mercado literário?
Rodolfo
Pomini: Na minha opinião, o desafio de ser lido e ser divulgado –
se bem que a divulgação depende do quanto o autor está disposto ou podendo
investir. É claro que o boca-a-boca ajuda muito, postagens em redes sociais,
etc. Mas também existe a questão do desconhecido, e algumas pessoas costumam
dizer que não leem esses autores, esquecendo que, esses autores que agora elas
conhecem, um dia já foram o tal “Zé Ninguém”. E no meu caso, juntar o que disse
antes sobre divulgação com “ser desconhecido e escritor dos gêneros terror,
horror e sobrenatural, que muitos ainda torcem o nariz por medo (rs) de encarar
este desafio”, é ainda maior.
Mas para quem sente a
vontade em ler o livro, se você não tiver uma história que de cara seja bem
escrita e sugue a atenção do interessado em dar uma chance à história, vai ser
mais uma passagem de olhos e o esquecimento como destino final.
Tomo
Literário: O que te inspira a escrever?
Rodolfo
Pomini: A vontade de contar aquela história que surgiu na minha
cabeça; os feedbacks positivos de quem lê os meus textos; ao olhar a minha
estante de livros; ao ler os livros que gosto; ao ver um bom filme... Muitas
situações e coisas podem acabar me inspirando.
Tomo
Literário: Além de escritor você também é capista. Como
é transmitir a ideia da obra de outro autor e apresentá-la ao público, já que a
capa é, quase sempre, o primeiro contato do leitor?
Rodolfo
Pomini: Eu sempre gostei de capas de livros, desde o dia que
peguei o primeiro para ler. Fiquei curioso em saber como aquilo era feito.
Depois veio o gosto pela área de design. Tudo se uniu perfeitamente. Daí, criar
uma capa para outra pessoa, se tornou um desafio, porque você tem que dar vida
àquelas páginas e fazer algo que atraia leitores. Então, quando conseguimos
atingir esse objetivo, a sensação é ótima. Desenvolver uma “identidade” para a
obra do autor, uma capa que diga ao leitor o que o espera ali dentro...
Conquistar os olhos brilhantes do dono quando ele vê e aprova a arte final... O
coração chega a bater mais forte, o sorriso estampa o rosto involuntariamente.
Tomo
Literário: Está trabalhando, como escritor, em algum
novo projeto literário? Pode nos contar?
Rodolfo
Pomini: Há um projeto de terror sobrenatural em que estou
retrabalhando, na verdade, pois o escrevi anos atrás, depois “remodelei” para
um outro livro porque não gostei do trabalho da editora, na época. Ficou na Amazon
durante um tempo. Depois, ao ler novamente uma parte, decidi que ainda não
havia chegado aos 100% da minha satisfação. Tirei, reescrevi, deixei guardado
por mais um tempo, li outra vez, continuei não gostando, mesmo acreditando que
o tema central era e continua sendo bom. Agora ele está criando uma nova forma,
com o mesmo assunto. Sobre um livro psicografado. Está indo aos poucos, pois só
escrevo quando tenho certeza de que a cena seguinte será ótima.
Tem este livro e um conto,
que no momento está parado perto do fim, justamente pelo motivo acima.
Tomo
Literário: Que autores você recomenda ou que
influenciaram o seu trabalho como escritor?
Rodolfo
Pomini: Sinceramente não houve autores específicos que me
influenciaram, porque eu leio mais como entretenimento. É claro que às vezes a
gente absorve coisas de alguma leitura. Eu leio e imagino, e é desta cena
mental que eu posso acabar subtraindo qualquer detalhe. O que estou dizendo
pode até parecer um absurdo, não ter tido influência. Mas comecei a escrever porque
eu queria uma história do meu jeito e com o meu gosto, ou seja, o sobrenatural.
Aliás, são os filmes deste gênero que mais me inspiram.
Agora, recomendar autores...
se uma pessoa quiser se embrenhar no “mundo” do sobrenatural, eu diria que o
volume Ed & Lorraine Warren – Demonologistas lançado pela DarkSide Books,
do autor Gerald Brittle, é um excelente livro de pesquisa.
Tomo
Literário: Que livros, de quaisquer gêneros, você
indicaria aos leitores e de que maneira esses livros te tocam?
Rodolfo
Pomini: Vou dizer que adoro e indico os livros do Dan Brown,
James Patterson, Raphael Montes, Jô Soares, John Green, e gosto do Joe Hill.
Todos estes são autores nos quais tenho todos ou quase todos os livros. Também
gosto da J. K. Rowling com o livro Morte Súbita, Fernanda Torres com a sua obra
Fim, do Maurício Gomyde, com Ainda Não te disse Nada e Surpreendente... Não
existe, para mim, exatamente uma maneira dos livros destes autores me tocar. É
o jeito como um escreve, como o outro desenvolve, como o outro descreve. O modo
como a história se desenrola sem cansar... são várias maneiras.
Tomo
Literário: Quer deixar algum comentário para os
leitores?
Rodolfo Pomini: Quero agradecer por esta
entrevista que me deixou muito contente, porque foi um pedido inesperado (rs).
E quero que ninguém se
prenda na leitura de um determinado gênero. Que não tenha preconceito com
autores desconhecidos e nacionais. E se você, leitor, estiver em vista de se
tornar um escritor... paciência e persistência. Quando escrever uma história, seja
educado com quem não gostar dela. Todo escritor tem seus críticos. Se não for
construtiva, deixe pra lá e toca para o próximo. De haters é só ignorar e dar
distância.
Tomo
Literário: Agradeço sua
disponibilidade e por ter aceito o convite. Sucesso!
Saiba
um pouco mais sobre o autor:
Rodolfo Pomini é autor de
mistério, suspense, terror e horror sobrenatural, mora com a família em
Macatuba, no interior do estado de São Paulo, desde que nasceu. É cursado em
Design Gráfico e técnico em Publicidade. Adora cães e gatos (entre outros
animais), tecnologia (principalmente se for voltada para o meio ecológico), livros,
filmes e séries. Participou das antologias Dias Contados – Contos sobre o fim
do mundo, com a obra Sétimo Dia e Horas Sombrias, com o conto O medo em minha
casa, ambas pela Andross Editora. Além destas, também publicou contos na Amazon
e Wattpad.
Conheça
o trabalho do autor:
Fúria
Rosa Valasquim desmaiou com uma caneta;
Sandro Moriel foi posto para dormir com clorofórmio; Yasmin Ivanova estava na
piscina quando mãos estranhas a agarraram; Thomas Gerald ganhou um soco que o
deixou desacordado; e Müller Cosmus estava mais pra lá do que pra cá por causa
do álcool quando lhe tiraram do sofá. Um jogo de gato e rato começa assim que
eles despertam e recebem a visita de mascarados loucos para trazerem o inferno
até eles. Enquanto encaram a realidade de que há um superior no comando e que
essa pessoa de alguma forma os observa. E realmente o Chefe está em sua sala,
de olhos na rede de televisores montados na mesa, acompanhando os mandatários
fazerem uma vítima por vez. As lembranças foram esquecidas por cinco, mas
permaneceram guardadas por um.
Disponível na Amazon.
O leitor também pode acessar o livro no Wattpad.
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