“O
sábio sabe que ele não sabe – e o prudente respeita o que não controla.” (do prefácio escrito
pelo reverendo John Nicola).
Amityville (título original Amityville
Horror), de Jay Anson, foi publicado no Brasil em 2016 (240 páginas) pela
DarkSide Books, com tradução de Eduardo Alves. A publicação original é datada
de 1977.
Não importa o tamanho da cidade que você
habita. Certamente, deve ter aí na sua lembrança, alguma referência sobre casa
mal-assombrada. Muitas vezes aquele casarão abandonado pela família e que está
lá, disponível, sendo consumido pelo tempo, ganha ares de lenda urbana como
local de crimes e que, posteriormente, tem a presença de vultos, ruídos e
outras manifestações sobrenaturais. Fruto do imaginário ou não, as histórias
ficam circulando apenas como lendas, sem a constatação de algum estudioso ou a
confirmação de quem, em algum tempo, habitou o local.
No livro de Jay Anson o leitor vai conhecer
acontecimentos relacionados a grande casa colonial situada na Ocean Avenue,
número 112, em Amityville, Long Island. Ali, na noite de 13 de novembro de
1974, um homem chamado Ronald DeFeo, então com 23 anos, assassinou a tiros de rifle de alto calibre, o pai, a mãe, os
dois irmãos e as duas irmãs, enquanto dormiam. Incriminado pela chacina, seu
destino foi a condenação à prisão perpétua.
Em 1975, mais precisamente, no dia 18 de
dezembro, os novos proprietários da residência mudaram-se para o local. George
Lee Lutz e Kathy Lutz, e seus três filhos (Christopher, Daniel e Melissa),
passaram a habitar a casa de seis quartos em estilo colonial holandês, com três
andares. Para facilitar a compreensão do leitor com relação aos fatos que são
descritos nos ambientes da residência, no livro tem a planta do imóvel.
Aquele endereço guardava segredos e uma
porção de fatos estranhos aconteceram no período em que a família residiu no
local. Muitos eventos vão além, pois ocorreram fora dali com pessoas que, de
alguma forma, tiveram contato com a misteriosa residência, na qual o crime
familiar ocorrera no passado. É como se uma força estranha tentasse impedir
qualquer tentativa de elucidar ou por fim aos sucessivos eventos sinistros.
“Como é
possível lutar contra algo que não se pode ver?”
A propriedade da Ocean Avenue onde os eventos ocorreram. Foto: Reprodução |
Odores fétidos, alternância de temperatura,
objetos movidos sem a presença de alguém, barulhos diversos ecoando pela
propriedade, sensação de toque no corpo, sensação da presença de alguém,
marcas, janelas abertas, alteração de humor e mudanças de comportamento são
alguns dos eventos vivenciados pela família de Goerge e Kathy, no 112 da Ocean
Avenue.
Os eventos sobrenaturais descritos na obra
são verídicos. A família em questão de fato residiu naquele endereço e todas as
manifestações, dentro e fora (como as que afetaram o padre Mancuso), ocorreram
tal qual como foram descritos por Jay Anson. Vale dizer que alguns nomes foram
alterados, como se alerta logo no início da publicação, para preservar a real
identidade das pessoas envolvidas.
Foram vinte e oito dias que os Lutz habitaram
a residência. Posteriormente, tomaram a decisão de gravar uma narrativa dos
fatos que ali vivenciaram para ter um relato o mais fiel possível do medo que
sentiram e da tensão que os rondou naquele período. Todos os eventos
sobrenaturais que vivenciaram foram mencionados nos relatos.
O autor revela que “quando os Lutz fugiram da casa no início de 1976, não tinham nenhuma
intenção de descrever suas experiências em um livro”. Só o fizeram depois
que matérias de jornais e televisão eram feitas em relação aos eventos acontecidos
na casa e apresentavam-se de maneira distorcida e recheada de sensacionalismo.
Para contrapor o que os outros diziam, eles que haviam vivenciado os terríveis
fatos, se disponibilizaram a escrever um livro e contar a sua versão sobre o
que passaram.
A leitura de Amityville nos leva a querer
saber mais sobre possíveis ocorrências sobrenaturais descritos ao longo das
páginas. Na parte final, intitulada Nota do Autor, há algumas explicações sobre
o que causou tanto medo e desconforto aquela família.
Há muito que o ser humano se depara com o
desconhecido, não é de hoje. Conhecer a história da família Lutz causa medo, dá
arrepios, e nos mostra que há acontecimentos que podem ser chamados de
inexplicáveis. Paranormais, pessoas que lidam com parapsicologia e religiosos
também confirmaram os eventos passados no 112 da Ocean Avenue. E bem conclui o
autor: “quanto mais racional a explicação
for, menos sustentável ela se torna”.
Sendo um livro que estuda um caso real, ainda
que fosse apenas ficção, traz uma boa e intensa história de terror e
sobrenaturalidade, capaz de despertar a curiosidade e causar temor em quem lê. O
trabalho efetuado por Jay Anson é minucioso, trazendo detalhes dos eventos que
aconteceram à família e descrevendo as cenas com precisão, o que faz o leitor
sentir a tensão que os cercava no período em que a família ali residiu.
Prepara-se para ler um bom livro que provoca
calafrios e sensações de medo!
Foto: Reprodução |
Sobre o
autor
Jay Anson nasceu em 04 de novembro de 1921,
em Nova York. Escritor e roteirista de diversos curtas de documentários, sua
fama chegou ao ápice com Amityville, publicado originalmente em 1977. Após
isso, chegou a escrever 666, livro que também lidava com a temática de casas
mal-assombradas. Faleceu em 12 de março de 1980, aos 58 anos.
Ficha Técnica
Título: Amityville
Escritor: Jay Anson
Editora: DarkSide Books
Edição: 1ª
ISBN: 978-85-945-4012-6
Número
de Páginas:
240
Ano: 2016
Assunto: Demonologia –
estudo de caso
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