O quão, sem perceber, temos que seguir padrões
impostos pela sociedade? Quantas são as vezes em que nos vemos atolados em
alguma coisa, tentando se safar, se socorrer, porque nossas aflições estão nos
sugando? Como fazemos para lidar com os problemas que surgem nas nossas vidas?
O que queremos? Sabemos? Quem somos?
Somos
Guerreiras,
de Glennon Doyle Melton foi publicado pela Editora Intrínseca em 2017. O livro
tem tradução de Andrea Guttlieb. O subtítulo do livro elucida o que o leitor
encontrará em seu conteúdo: uma história de dor, amor e autodescoberta.
Glennon não teve uma infância e adolescência
muito fácil. Sentia-se fora de seu lugar e queria ser aceita pelo grupo na qual
estava inserida. Aos dez anos de idade, a sua busca pelo enquadramento exigido
pela sociedade, a levou até as crises de bulimia. Nem o amor dos pais e da irmã
foram capazes de poupá-la de tal distúrbio.
“Eu fui
amada. Se o amor pudesse evitar a dor, eu jamais teria sofrido.” Relata a autora em
trecho da obra.
No período da faculdade Glennon se lança ao
vício do álcool, mais um caminho tortuoso a ser percorrido. A bebida era sua fonte
de desinibição e sua válvula de escape. No período em que fazia a graduação ela
conheceu Craig. Glennon, que conta a sua própria história em primeira pessoa,
busca a igreja, uma alternativa dada por seus pais, e passa ainda por um
hospital psiquiátrico. Quanto calvário! Com Craig, aquele que conhecera na
universidade, ela tem um bebê e se casa. O casamento traz mudanças na vida de
Glennon. Mudanças que mais uma vez a abalam.
“Sempre
que jogo um demônio interno na página em branco, esse demônio se mostra muito
menos assustador do que achava que era.”
A autora, durante o seu casamento, criou um
blog, um lugar que se tornou seu canto, seu “mundo
seguro”. Ali ela passa a desabafar sobre seus incômodos, suas inquietações,
sobre tudo que passa em sua vida. Por certo que muitas das coisas que a
afligiam eram, inclusive, conhecidas pelo marido a partir da leitura do blog.
Ela passa por um situação conturbada em seu
casamento que culmina no rompimento da relação. Toda relação, quando se rompe
traz dores e as dores da desilusão tomam conta de Glennon Melton.
“...
tomar decisões nunca está relacionado a fazer a coisa certa ou a coisa errada.
Trata-se de fazer a coisa precisa.” É preciso seguir adiante, não é mesmo?
A publicação mostra a busca de uma mulher que
tem conflitos internos e desconforto com o que e quem a cerca. Glennon se
desnuda por meio de seu livro, explicitando os acontecimentos de sua vida. Ela
expõe suas fragilidades, suas irritações, seus traumas e como foi capaz de
encarar tudo aquilo que de um jeito ou de outro a abalava.
Decerto as mulheres encontrarão partes de
suas vidas na história da autora. Em Glennon há o poder de uma mulher que se
refaz, uma mulher que se descobre. Essa busca não tem sexo, é humana. O livro
de Glennon revela questões que lhe são intimas e que mostram uma história de
superação.
É uma narrativa marcante, emblemática e que
levará leitores a ter no livro um espelho, por retratar situações que muitos
vivem. E Glennon pode ser um exemplo de olhar para si, de se transformar e de
se compreender.
Foto: Amy Paulson |
Sobre
o autor
Glennon Doyle Melton é autora best-seller do
The New York Times e fundadora da comunidade online Momastery, através da qual,
diariamente, ela se comunica com mais de um milhão de mulheres. Também é
criadora e presidente do Together Rising, organização sem fins lucrativos que
já levantou quase cinco milhões de dólares para famílias do mundo todo. Glennon
mora na Flórida com a família.
Ficha
Técnica
Título: Somos Guerreiras
Escritor: Glennon Doyle
Melton
Editora: Intrínseca
Edição: 1ª
ISBN: 978-85-510-0149-3
Número
de Páginas:
320
Ano: 2017
Assunto: Biografia
Sabe que eu acho que um livro lançado pela Intrínseca. Talvez esse possa ser o primeiro. Gosto deste tipo de livro.
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