Um dia. Um encontro. Muitos acontecimentos.
Essa poderia perfeitamente ser a síntese do livro O Sol também é uma estrela, da escritora Nicola Yoon, publicado
pela Editora Arqueiro em 2017. A tradução da obra foi feita por Alves Calado. Nicola
também é autora do livro Tudo e Todas as
Coisas, que em breve, terá sua versão cinematográfica. A Arqueiro comprou
os direitos do livro, portanto logo teremos uma nova edição nas livrarias.
Natasha Katherine Kingsley é filha de um
casal de jamaicanos que vive nos Estados Unidos. Além de seus pais, ela mora
com Peter, seu irmão mais novo. A menina fora viver em território americano aos
oito anos de idade, quando o pai saiu da Jamaica em busca do sonho de ser ator.
No entanto, a família vive ilegalmente no país. Imigrantes ilegais que são,
estão na iminência de serem deportados. A ilegalidade fora descoberta pelas
autoridades quando Samuel Kingsley, pai de Natasha, fora preso por dirigir
embriagado.
Em paralelo temos a história do jovem Daniel
Jae Ho Bae. Filho de dois coreanos, nasceu nos Estados Unidos. É um bom filho,
um bom aluno e mora com os pais, que são proprietários de uma loja de produtos de
beleza para negros e vive as turras com seu irmão mais velho. Os dois não se
entendem e, seu irmão, fora suspenso de Harvard. Vai para a universidade para
realizar o sonho americano dos pais.
“É
melhor ver a vida como ela é, e não como a gente quer que seja.”
Ela não acredita no amor, nem no destino e
tenta a todo custo resolver a situação da deportação de sua família. Natasha
quer permanecer em terras americanas. Ele, poeta, é romântico, simpático e
aparentemente mais imaturo que Natasha. Ela está no dia em que pode ser
deportada e ele indo fazer uma entrevista para ingressar na Universidade de
Yale. Ela é ligada em ciência e quer ser uma cientista de dados. Ele vai
estudar Medicina, mas não sabe o que quer, talvez queira se tornar um poeta.
Ele anota poesias num caderninho que carrega consigo, ela adora música e rompeu
um relacionamento recentemente.
Eis que, naquele dia, o caminho dos dois se
cruzam. E, a partir daí, o leitor passa a acompanhar o desenrolar da história
de ambos (e dos outros personagens que com eles cruzam no período em que se
passa a trama). A autora construiu o livro de modo que a narrativa seja feita
em primeira e terceira pessoa. Em primeira são os capítulos narrados pelos
próprios personagens (centrais e secundários). A narração em terceira pessoa
aparece nos capítulos em que são apresentados acontecimentos ou informações
complementares.
“...
por que não existem mais poemas sobre o sol? O sol também é uma estrela...”
Nicola Yoon, em seu segundo livro, dá aos
leitores uma história bem delineada. A relação dos jovens com suas famílias, o
preconceito pela cor e pela nacionalidade, a desavença entre irmãos, a
perturbação que assola personagens secundários e problemas que eles tem de
resolver. Esse mundo imperfeito, em que as pessoas realmente tem de lidar com
seus problemas, de uma forma ou de outra, aproxima a história ficcional do
leitor. E, indiretamente, convoca também à reflexões por parte dos leitores.
Numa história singela a autora conseguiu colocar diversos elementos que
demonstram muito além do que os personagens vivem. A história deles é rica e a
autora consegue transmitir a exata medida de suas angústias e aflições, sem, no
entanto, ter que discorrer por páginas e páginas e mais páginas.
Toda a trama se passa num único dia. O
fatídico dia em que Natasha está para ser deportada e Daniel tem de realizar
uma entrevista. O dia em que seus caminhos se cruzam. O dia em que o encontro
entre eles, de certa forma, transforma a vida deles. Sem mais detalhes, para
não dar spoiler.
Os capítulos são curtos e a linguagem
coloquial e acessível de Nicola, torna a leitura rápida e agradável. E, sem
dúvida, os protagonistas vão agradar grande parte do público. São diferentes
entre eles e criam uma boa dinâmica para a história. Vale ressaltar também o
fato de Nicola ter uma personagem jamaicana e outro coreano, que vivem nos Estados
Unidos. A situação de imigrantes num país estrangeiro é um tema bastante atual
naquele país.
“O Sol é uma estrela” é um livro envolvente,
emocionante e que consegue surpreender. O desfecho é tocante.
A capa do livro é de uma designer australiana,
chamada Dominique Falla. Ela trabalha com tipografias e possui uma série de
sucesso em que usa pregos e linhas coloridas, o mesmo processo que foi
utilizado para compor a capa do lançamento americano e a capa brasileira da
obra.
Um ótimo livro!
Sobre a autora
Nicola Yoon é autora do best-seller Tudo e Todas as Coisas, cuja adaptação para o cinema estréia em 2017. Ela nasceu na Jamaica, cresceu no Brooklyn e mora em Los Angeles com a família. É uma romântica incurável que acredita ser possível se apaixonar num instante e que isso pode durar para sempre. O sol também é uma estrela é seu segundo livro. Ele foi considerado Melhor Livro do Ano por Publisher’s Weekly e Amazon e foi finalista do National Book Awards 2016.
Ficha Técnica
Foto: Sonya Sone |
Sobre a autora
Nicola Yoon é autora do best-seller Tudo e Todas as Coisas, cuja adaptação para o cinema estréia em 2017. Ela nasceu na Jamaica, cresceu no Brooklyn e mora em Los Angeles com a família. É uma romântica incurável que acredita ser possível se apaixonar num instante e que isso pode durar para sempre. O sol também é uma estrela é seu segundo livro. Ele foi considerado Melhor Livro do Ano por Publisher’s Weekly e Amazon e foi finalista do National Book Awards 2016.
Ficha Técnica
Título: O Sol também é uma
estrela
Escritor: Nicola Yoon
Editora: Arqueiro
Edição: 1ª
ISBN: 978-85-8041-658-9
Número
de Páginas:
288
Ano: 2017
Assunto: Ficção americana
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