Guerra Civil - Stuart Moore - Tomo Literário

Guerra Civil - Stuart Moore

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“Guerra Civil”, de Stuart Moore, foi publicado pela Editora Novo Século em 2016. O livro tem tradução de Michele G. MacCulloch. Trata-se de uma adaptação dos quadrinhos de  Mark Millar e Steve McNive. O livro é parte integrante de um box da editora que acompanha outro livro, “Guerras Secretas”, mas também pode ser encontrado separadamente.

Uma trágica batalha deixa uma cratera na cidade de Stamford, além de centenas de mortos. Os Vingadores, tidos como a maior equipe de super-heróis do mundo, não ficarão ilesos e participarão da história que começa a se revelar a partir do trágico momento. "Uma área que se estendia por um quarteirão e meio da cidade fora totalmente derrubada, reduzida a cinzas e poeira." A ação que desencadeou isso foi promovida por um grupo de heróis denominados Novos Guerreiros.

“Nos arredores da cidade, sirenes de ambulâncias berravam. As pessoas estavam paradas do lado de fora de suas casas, conversando, temerosas. Alguns empresários mexiam em seus celulares, frustrados; o serviço estava sobrecarregado. Todo mundo olhava para o norte, na direção da espessa nuvem preta no centro da explosão.”

A população pede providências do governo enquanto os grupos de heróis se posicionam. A Lei de Registro dos Super-Humanos é uma proposta: "todos os meta-humanos teriam que se registrar e passar por um treinamento para ter permissão de praticar seus dons..." Isso daria ao governo amplos poderes de coerção.

De um lado Tony Stark, o Homem de Ferro, e seu aliado Homem-Aranha defendem a lei que foi implantada. Stark toma conta dos registros do governo, inclusive discursa sobre o programa de "legalização" dos heróis, em que Parker revela sua identidade.  Do outro lado, Capitão América e seus aliados,  que não optaram pelo programa. Trava-se então uma guerra entre os grupos, que causa feridos, mexe com alianças, faz renascer especulações, incita o surgimento de heróis tidos como mortos e o traz a tona o uso de estratégias. Seus poderes são postos a prova uns contra os outros.

"As batalhas super-humanas tinham se tornado mais letais, mais violentas com o passar dos anos, com aumento correspondente na morte de civis."

Aqueles que não se filiassem, ou seja, que não se registrassem no programa do governo, seriam banidos, tratados como quaisquer criminosos. Para isso, a Stark Enterprise construiu um presídio na Zona Negativa. Para lá os heróis que não se juntassem ao que determina a lei seriam levados. Construíram ainda, campos de treinamentos para os que formariam os pelotões de heróis do governo, legalmente tratados, registrados e treinados para o uso de seus poderes em público.

Há preocupação com o quanto a guerra entre os lados afeta os civis, mas há também jogo de vaidade e poder, dominação e convencimento, força e sabedoria; uma luta travada física e mentalmente entre os lados que se opõe. Os grupos divididos veem abalos e conspirações, alianças e brigas, diferenças e similaridades. Nada escapa, inclusive entre quem parece estar do mesmo lado. As preocupações em todo o mundo acerca da lei dos heróis começa a trazer consequências para ambos os lados.

Os grupos buscam aumentar seus números de aliados, emboscadas são tramadas, relações são expostas, pactos e alianças são feitas e desfeitas. O Edifício Baxter vira cenário de um enfrentamento.  De lá abrem-se os portais para as prisões em que os heróis que não aceitam a imposição da nova lei são mandados. Capitão América lidera um dos lados e do outro o Homem de Ferro. A batalha acontece.

"...heróis lutando contra heróis; agentes da SHIELD e guerreiros atuantes trocando tiros; civis correndo em pânico em busca de abrigo..."

Toda guerra que começa deve ter um fim. Vale perceber pelo o que e porque se está lutando. Os objetivos iniciais são os mesmos ou há muito a essência da luta se perdeu?

Em meio a cenas velozes e alucinantes narradas pelo autor, temos a métrica própria dos quadrinhos que dão a visão do todo a partir de pequenas cenas. As ações marcam o ritmo, os diálogos são ágeis e a impressão sobre os conhecidos heróis está presente na história. Embora estejamos falando de uma versão em texto corrido (romance) a sensação é de ler um quadrinho. Uma adaptação bastante interessante feita a partir das HQ's e que traz a separação do universo Marvel.

Em meio a tudo isso, não falta uma pitada de romance (relacionado aos sentimentos) e o livro fecha com quatro prólogos. Um tratando de Sue e Reed, outro de Homem-Aranha, outro de Steve Rogers e um sobre Tony Starks.

A leitura do livro foi prazerosa e  rápida, conseguiu prender a atenção e certamente por trazer personagens conhecidos do grande público auxilia na vontade de adentrar o panorama de “Guerra Civil”. Boa leitura!
Foto: Reprodução

Sobre o autor

Stuart Moore é escritor da romantização do filme de John Carter – Entre Dois Mundos. É editor e escritor de quadrinhos e romances. Escreveu para as séries de ficção Homem de Ferro, Os Vingadores, Transformers e Wolverine. Em 1996 recebeu o prêmio Comic Industry de melhor editor por Monstro do Pântano, Os Invisíveis e Preacher. Atualmente mora em Nova York e trabalha na JLA/The 99, uma cross comprany entre a DC Comics e Teshktel Comics.

Ficha Técnica

Título: Guerra Civil
Escritor: Stuart Moore
Editora: Novo Século
Edição: 1ª
Número de Páginas: 318
Ano: 2015
Assunto: Ficção norte-americana

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