Dia 07 de abril é o Dia do
Jornalista.
Preparei uma lista com dez
livros de relatos jornalísticos ou de jornalismo literário. Confira os livros e
suas respectivas sinopses.
Abusado – O Dono do Morro Santa Marta
Editora: Record
O livro aborda um dos assuntos
que desperta interesse e curiosidade de leitores: trata-se de um reportagem
investigativa sobre a entrada do Comando Vermelho na favela Santa Marta, no Rio
de Janeiro. A obra fala ainda sobre a formação de uma geração de traficantes. O
autor Caco Barcelos é correspondente internacional
da Rede Globo e é considerado um dos jornalistas de maior prestígio dentro da
emissora, pela audiência conseguida por suas reportagens.
A Sangue Frio
Autor: Truman Capote
Editora: Companhia das Letras
Com o objetivo de fazer uma
reportagem sobre o assassinato do casal Clutter e seus dois filhos, ocorrido em
1959 na cidade de Holcomb, nos Kansas, Estados Unidos, Truman Capote passou
mais de um ano na região, entrevistando os moradores e investigando as circunstâncias
do crime. Sem gravador ou bloco de notas, munido apenas de sua prodigiosa
memória e de um talento excepcional para observar detalhes, escarafunchar
informações e, sobretudo, contar uma boa história, Capote produziu um clássico
do jornalista literário.
Autora: Daniela Arbex
Editora: Geração Editorial
Neste livro-reportagem a
premiada jornalista Daniela Arbex resgata do esquecimento um dos capítulos mais
macabros da nossa história: a barbárie e a desumanidade praticadas, durante a
maior parte do século XX, no maior hospício do Brasil, conhecido por Colônia,
situado na cidade mineira de Barbacena. Ao fazê-lo, a autora traz à luz um
genocídio cometido, sistematicamente, pelo Estado brasileiro, com a conivência
de médicos, funcionários e também da população, pois nenhuma violação dos
direitos humanos mais básicos se sustenta por tanto tempo sem a omissão da
sociedade. Pelo menos 60 mil pessoas morreram entre os muros da Colônia. Em sua
maioria, haviam sido internadas à força. Cerca de 70% não tinham diagnóstico de
doença mental. Eram epiléticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, gente
que se rebelava ou que se tornara incômoda para alguém com mais poder. Eram
meninas grávidas violentadas por seus patrões, esposas confinadas para que o
marido pudesse morar com a amante, filhas de fazendeiros que perderam a
virgindade antes do casamento, homens e mulheres que haviam extraviado seus
documentos. Alguns eram apenas tímidos. Pelo menos 33 eram crianças.
Autor: Fernando Morais
Editora: Companhia das Letras
O livro conta a história de
Olga Benario, judia e comunista, que foi companheira de Luís Carlos Prestes e
acabou assassinada nos campos nazistas. Fernando Morais revelou-se um
pesquisador competente, e escritor dotado de sensibilidade e de talento. Com
simplicidade, sabedoria e grandeza, ele soube recriar um drama profundamente
humano de nossa época. Entre, de um lado, a guerra desencadeada pelo nazismo e,
de outro, a miséria de uma ditadura latino- americana com seus crimes, Fernando
Morais delineou a figura quase lendária de uma mulher que sempre empunhou o
estandarte de ideais generosos.
Autores: M.V. Bill e Celso Athayde
Editora: Objetiva
Este livro é um contundente
relato pessoal de Celso Athayde e MV Bill dos bastidores da produção de um
documentário explosivo sobre o universo dos meninos que trabalham no tráfico de
drogas em diversas partes do país. Narrado em primeira pessoa, o livro revela
as dramáticas experiências que Celso e Bill vivenciaram antes e durante a
realização do documentário Falcão, projeto que iniciaram em 1998 e terminaram
em 2006. Os autores também discutem temas polêmicos como racismo, segurança
pública, repressão policial e a importância do Hip Hop para a juventude que
vive nas favelas. Com uma câmera na mão e a coragem de enfrentar o inesperado,
Bill e Celso recolheram imagens e depoimentos estarrecedores. Dos 17 meninos
entrevistados, 16 morreram ao longo da produção do documentário. O objetivo dos
autores foi mostrar o lado humano destes jovens. Suas razões, suas angústias,
suas loucuras, seus sonhos, suas maldades e contradições. Um livro fundamental
para quem pretende entender o problema da violência no Brasil.
Autora: Nana Queiroz
Editora: Record
A brutal vida das mulheres
tratadas como homens nas prisões brasileiras.
Reportagem sobre o cotidiano das prisões femininas no Brasil, um tabu
neste país, Nana Queiroz alcança o que é esperado do futuro do jornalismo: ao
ouvir e dar voz às presas (e às famílias delas), desde os episódios que as
levaram à cadeia até o cotidiano no cárcere, a autora costura e ilumina um
completo e ambicioso panorama da vida de uma presidiária brasileira. Presos que
menstruam, trabalho que inaugura mais um campo de investigação não idealizado
sobre a feminilidade, é reportagem que cumpre o que promete desde a pancada do
título: os nós da sociedade brasileira não deixarão de existir por simples
ocultação - senão apenas com enfrentamento.
Autor: Gilberto Dimenstein
Editora: Ática
Durante seis meses, Gilberto
Dimenstein investigou a rota do tráfico de meninas na Amazônia, viajando pelo
submundo da prostituição infantil. O resultado é um livro que dá ao leitor a
sensação de estar diante de um filme de suspense policial. Cada passo da
investigação é relatado com detalhes, mostrando como foi possível encontrar
traficantes e um cativeiro de meninas-escravas protegidos pela selva amazônica.
Vôo para a Escuridão
Autor: Marcelo Simões
Editora: Geração Editorial
Há séculos, as histórias de
masmorras e cativeiros atravessam a literatura, e nos lançam, sem piedade, em
um mundo de pavor e sombras. Diariamente, os relatos de prisões injustas, de
torturas e abusos enchem as páginas de jornais, desafiando a nossa quase
indiferença. O livro Vôo para a Escuridão, de Marcelo Simões, nos alcança nessa
encruzilhada de tragédias e estilos – e nos alerta como o abismo pode estar,
ali, na próxima esquina ou no primeiro portão de embarque. Principalmente, se
temos o preconceito, a ingenuidade e o acaso atuando em sintonia perversa e
simultânea contra nós. A história de Jak Mohammed Harb poderia ter saído da
cabeça de um romancista, com o risco de o personagem parecer artificial, de
construção óbvia e fácil, por causa da teia de estereótipos e bolsões de
preconceitos que o envolve: colombiano, comissário de bordo, homossexual,
flagrado quando recebia dólares de um traficante em um hotel nas imediações do
aeroporto de São Paulo e lançado, sem piedade, nos labirintos do Presídio de
Guarulhos II e da Penitenciária de Itaí. Mas a história de Jak é real e
recriada, com brilhantismo, por um competente jornalista. A prova de que uma
pessoa inocente, porém ingênua, pode ser vítima de uma conspiração de
aparências e pagar caro por isso.
Autor: Martin Caparrós
Editora: Temas & Debates
Na procura dos mecanismos que
estão na origem da inanição em massa e da luta contra ela, Martín Caparrós
derruba barreiras geográficas e históricas, o que torna este livro não só uma
análise crítica da história da fome, mas também uma viagem a diferentes regiões
do mundo, das mais pobres a algumas das mais ricas: o Níger, a Índia, o
Bangladeche, a Argentina, Madagáscar, o Sudão do Sul e os Estados Unidos da
América.
Gostaríamos de informá-lo que amanhã seremos mortos com nossas famílias
Autor: Philip Gourevitch
Editora: Companhia das Letras
A história de um dos mais
terríveis genocídios do século XX, só comparável ao Holocausto dos judeus sob o
nazismo: o massacre dos tutsis, em Ruanda, entre abril e junho de 1994. Mescla
de testemunho e reflexão sobre o episódio, o livro mostra como, ainda hoje, a
distância entre civilização e barbárie pode ser curta. Escrito numa prosa
límpida e calorosa, o relato de Gourevitch é ao mesmo tempo testemunho e
reflexão sobre um dos episódios mais terríveis de nosso tempo, um episódio que
diz respeito a toda a humanidade e cujos desdobramentos ainda estão em aberto.
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