Walter Elliot era um homem vaidoso. Gabava-se
de sua vaidade pessoal e de sua condição social. Com Elizabeth, sua falecida
esposa, ele tivera quatro filhos. Uma de nome Elizabeth (mesmo nome da esposa),
uma chamada Mary, um natimorto e Anne. Esta última é a personagem-central da
história criada por Jane Austen.
Frederick Wentworth havia amado Anne Elliot e, ela com certeza o havia amado. No entanto, ele não possuía posses que o colocasse no rol de quem detinha fortuna e não vinha de uma família importante. Quesitos que eram valorizados pela família Elliot. Dessa forma, então, Anne foi persuadida por seu pai e por Lady Russell a romper o relacionamento.
Oito anos depois o homem reaparece, agora como capitão da marinha. Wentworth quer procurar uma mulher para se casar e suas investidas são observadas por Anne. Eles se reencontram e passam a frequentar os mesmos círculos de pessoas. Apesar do período que passaram longe e da aparente indiferença, Anne ainda nutre sentimentos por Frederick.
“Ele a achara terrivelmente mudada, e no primeiro momento em que foi questionado dissera o que sentia. Ele não havia perdoado Anne Elliot. Ela o maltratara, o abandonara e o decepcionara; e, o que era pior, havia demonstrado certa fraqueza de caráter ao fazer aquilo, algo que seu temperamento determinado e confiante não podia tolerar. Ela o abandonara para agradar a outras pessoas. Aquilo fora o efeito de ela deixar-se persuadir excessivamente. Tinha sido fraca e covarde.”
Como o pai de Anne é vaidoso e valoriza o status social das pessoas, ele trata Anne com certa indiferença. Para ele, Elizabeth, a filha mais velha, é nitidamente a preferida. Mesmo que Anne tenha ações para auxiliar a família, que vem passando por dificuldades financeiras, continua sendo tratada do mesmo modo por seu progenitor.
Wentworth e Anne carregam certa tensão nas cenas em que se cruzam. Eles tentam esconder, mas deixam transparecer os sentimentos que carregam um pelo outro. Anne tem incertezas, Frederick tem mágoa pela rejeição que sofrera no passado. É esse turbilhão de sentimentos conflitantes entre o presente e a história pregressa vivida pelo casal que parece fazer renascer aquela antiga paixão.
Os personagens criados por Jane Austen, mesmo os secundários, tem características comportamentais bem definidas. Jane traça na narrativa ações em que aparecem claramente as posições adotas pelos personagens. Outrossim tem pontos bem humorados para demonstrar certas contradições.Vale ressaltar que são personagens do século XIX e que representam a sociedade daquela época. Alguns episódios relatados podem parecer antiquado ao leitor, mas trata-se de retrato do tempo.
A sociedade inglesa está retratada por meio de seus preconceitos, da elitização e das diferenças sociais. Contudo, o cerne do livro de Austen não reside na crítica social, mas nos sentimentos vividos pelo casal de protagonistas e demais personagens. O livro se passa num período em que a Europa enfrentava um momento turbulento com as guerras napoleônicas e a obra vem a demonstrar como o amor pode ser capaz de se sobrepor às convenções sociais.
Anne, a personagem central, tem forte reserva. Suas ações de cordialidade parecem não expressar seus ressentimentos. Todavia seus pensamentos ficam em torno da história que poderia ter vivido se tivesse mantido seu relacionamento com o capitão Frederick. É uma protagonista que deixa persuadir-se para atender aos desejos e anseios dos outros. Mas que apesar de sua aparente fragilidade, é uma mulher forte.
“Salvo num breve período da vida, desde quando tinha quatorze anos, desde a morte da mãe, ela jamais sentira a felicidade de ser ouvida ou encorajada...”
“Persuasão” foi o último livro publicado de Jane Austen, em 1818. A edição da Martin Claret, parte integrante da Coleção Obra-Prima de Cada Autor, conta com tradução de Roberto Leal Ferreira. O texto integral apresenta vinte e quatro capítulos e traz ainda um capítulo extra. Nesse extra o leitor tem acesso ao capítulo original, escrito pela autora em 1816. Ele não teria agradado Jane, que o substituiu pelos capítulos vinte e três e vinte e quatro.
Essa foi a primeira experiência de leitura de um livro de Jane Austen e acredito que seja uma boa maneira para quem ainda não teve contato com a obra da escritora inglesa.
Em 2008, “Persuasão” teve sua versão cinematográfica, com Sally Hawkins interpretando o papel de Anne Elliot e Rupert Penry-Jones como Frederick Wentworth
Frederick Wentworth havia amado Anne Elliot e, ela com certeza o havia amado. No entanto, ele não possuía posses que o colocasse no rol de quem detinha fortuna e não vinha de uma família importante. Quesitos que eram valorizados pela família Elliot. Dessa forma, então, Anne foi persuadida por seu pai e por Lady Russell a romper o relacionamento.
Oito anos depois o homem reaparece, agora como capitão da marinha. Wentworth quer procurar uma mulher para se casar e suas investidas são observadas por Anne. Eles se reencontram e passam a frequentar os mesmos círculos de pessoas. Apesar do período que passaram longe e da aparente indiferença, Anne ainda nutre sentimentos por Frederick.
“Ele a achara terrivelmente mudada, e no primeiro momento em que foi questionado dissera o que sentia. Ele não havia perdoado Anne Elliot. Ela o maltratara, o abandonara e o decepcionara; e, o que era pior, havia demonstrado certa fraqueza de caráter ao fazer aquilo, algo que seu temperamento determinado e confiante não podia tolerar. Ela o abandonara para agradar a outras pessoas. Aquilo fora o efeito de ela deixar-se persuadir excessivamente. Tinha sido fraca e covarde.”
Como o pai de Anne é vaidoso e valoriza o status social das pessoas, ele trata Anne com certa indiferença. Para ele, Elizabeth, a filha mais velha, é nitidamente a preferida. Mesmo que Anne tenha ações para auxiliar a família, que vem passando por dificuldades financeiras, continua sendo tratada do mesmo modo por seu progenitor.
Wentworth e Anne carregam certa tensão nas cenas em que se cruzam. Eles tentam esconder, mas deixam transparecer os sentimentos que carregam um pelo outro. Anne tem incertezas, Frederick tem mágoa pela rejeição que sofrera no passado. É esse turbilhão de sentimentos conflitantes entre o presente e a história pregressa vivida pelo casal que parece fazer renascer aquela antiga paixão.
Os personagens criados por Jane Austen, mesmo os secundários, tem características comportamentais bem definidas. Jane traça na narrativa ações em que aparecem claramente as posições adotas pelos personagens. Outrossim tem pontos bem humorados para demonstrar certas contradições.Vale ressaltar que são personagens do século XIX e que representam a sociedade daquela época. Alguns episódios relatados podem parecer antiquado ao leitor, mas trata-se de retrato do tempo.
A sociedade inglesa está retratada por meio de seus preconceitos, da elitização e das diferenças sociais. Contudo, o cerne do livro de Austen não reside na crítica social, mas nos sentimentos vividos pelo casal de protagonistas e demais personagens. O livro se passa num período em que a Europa enfrentava um momento turbulento com as guerras napoleônicas e a obra vem a demonstrar como o amor pode ser capaz de se sobrepor às convenções sociais.
Anne, a personagem central, tem forte reserva. Suas ações de cordialidade parecem não expressar seus ressentimentos. Todavia seus pensamentos ficam em torno da história que poderia ter vivido se tivesse mantido seu relacionamento com o capitão Frederick. É uma protagonista que deixa persuadir-se para atender aos desejos e anseios dos outros. Mas que apesar de sua aparente fragilidade, é uma mulher forte.
“Salvo num breve período da vida, desde quando tinha quatorze anos, desde a morte da mãe, ela jamais sentira a felicidade de ser ouvida ou encorajada...”
“Persuasão” foi o último livro publicado de Jane Austen, em 1818. A edição da Martin Claret, parte integrante da Coleção Obra-Prima de Cada Autor, conta com tradução de Roberto Leal Ferreira. O texto integral apresenta vinte e quatro capítulos e traz ainda um capítulo extra. Nesse extra o leitor tem acesso ao capítulo original, escrito pela autora em 1816. Ele não teria agradado Jane, que o substituiu pelos capítulos vinte e três e vinte e quatro.
Essa foi a primeira experiência de leitura de um livro de Jane Austen e acredito que seja uma boa maneira para quem ainda não teve contato com a obra da escritora inglesa.
Em 2008, “Persuasão” teve sua versão cinematográfica, com Sally Hawkins interpretando o papel de Anne Elliot e Rupert Penry-Jones como Frederick Wentworth
Foto: Reprodução |
Sobre a
autora
Jane Austen nasceu em 1775 e faleceu em 1817. Inglesa, a autora desenvolveu a paixão pela escrita e pela leitura desde cedo – seus pais eram ávidos leitores. Ela é considerada a primeira romancista moderna da língua inglesa. Seu estilo único, cheio de humor e ironia, deu vida a diversos romances como Orgulho e Preconceito (1813), Razão e Sensibilidade (1811), Mansfield Park (1814), Emma (1815), A Abadia de Northanger (1817) e Persuasão (1818).
Ficha Técnica
Título: Persuasão
Escritor: Jane Austen
Editora: Martin Claret
Edição: 1ª
ISBN: 978-85-7232-795-4
Número de Páginas: 271
Ano: 2012
Assunto: Romance inglês
Jane Austen nasceu em 1775 e faleceu em 1817. Inglesa, a autora desenvolveu a paixão pela escrita e pela leitura desde cedo – seus pais eram ávidos leitores. Ela é considerada a primeira romancista moderna da língua inglesa. Seu estilo único, cheio de humor e ironia, deu vida a diversos romances como Orgulho e Preconceito (1813), Razão e Sensibilidade (1811), Mansfield Park (1814), Emma (1815), A Abadia de Northanger (1817) e Persuasão (1818).
Ficha Técnica
Título: Persuasão
Escritor: Jane Austen
Editora: Martin Claret
Edição: 1ª
ISBN: 978-85-7232-795-4
Número de Páginas: 271
Ano: 2012
Assunto: Romance inglês
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário.