O leitor vai adentrar um ambiente medieval,
em que dois reinos disputam o controle de uma cidade sagrada. “A Máscara do Rei”,
da escritora Francine Cândido, foi publicado pela Editora Arwen em 2016.
A cidade de Darastrix, criada pelos Celestes,
pertence aos darastrianos e é desejada pelos vutham. Eldon Vacaesin é filho do
rei Svern Vacaesin e de Cassandra, que foi morta por ladrões.
Após a morte de sua esposa Cassandra, Svern
casou-se com outra mulher, Sarene. Eldon, o filho do rei é atacado por uma
cobra no deserto e, enfermo, recebe tratamento para se recuperar. Ele tem um
sonho que o impressionou, “o sonho que
teve lhe deixou uma marca funda no peito na qual não conseguia esquecer-se.”
Eldon carrega rancor em relação a seu pai,
pois ele sabe que com quem o pai se relacionava, enquanto a mãe era morta. De
certo modo, o filho culpa o rei pelo fato de não ter a sua mãe viva e presente.
E o pai, demonstra certa frieza em relação aos assuntos relacionados com o
filho, o herdeiro do trono. No ar, para todos os que ali vivem, paira a
expectativa em relação a uma profecia que existe sobre aquele que terá o
comando do reino.
Como Darastrix é almejada por outro povo, uma
guerra pela conquista da cidade pode ocorrer. A luta pelo poder prejudica e
lança o mal para quem se envolve na guerra. Sangue, mortes, sofrimento e
descobertas serão feitas ao longo do jogo que os líderes travam para alcançar
seus objetivos. A luta pelo poder nem sempre é tão fácil quanto parece e, no
caso do livro, há um caminho obscuro a ser percorrido.
“A
guerra estava a um passo de estourar em qualquer campo de batalha. Todos
poderiam morrer...” É
a partir da guerra que sonhos tidos por Eldon vão apontando possibilidade
futura.
Alguns homens, mesmo diante da iminência de
derrubar seus inimigos, possuem dignidade e ‘jogam limpo’. O livro apresenta um
personagem, Auran, que tem essa visão. Mas, há outros que não pensam desse modo
e tudo que almejam é tomar a cidade.
Traições, segredos, magia, fantasia, sonhos
que podem ser premonitórios ou sonhos que podem ser utilizado como símbolo,
batalhas, mortes, violência, luta pelo poder e paixão. Todos esses aspectos são
aparentes na trama criada pela escritora Francine Cândido. “A Máscara do Rei”
mexe com essas questões que perpetuam-se na humanidade e são bem trabalhadas na
obra.
Nas mãos de um garoto, sim um garoto, porque
Eldon é um jovem rapazinho, está o presente e o futuro de um povo. Ele tem de
tomar decisões que para muitos adultos seriam difíceis de serem tomadas. Mas o
jovem tem de mostrar a sua capacidade de liderança para que seja respeitado e conquiste
a confiança do povo e de todos aqueles que o cercam. As decisões da vida adulta
e que temos no cotidiano, logicamente, não agrada a todos. E não seria
diferente com o personagem Eldon. Eis que alguns desafetos surgirão.
O livro tem personagens bem interessantes e
alguns com ar enigmático que deixam os leitores intrigados e instigados. Esses
personagens enigmáticos deixam um certo mistério rondando a história a imaginar
que surpresas eles revelarão mais adiante e no próximo volume
“A Máscara do Rei” é o primeiro livro, mas
tem uma história redonda, completa, que deixou bons ganchos para a
continuidade. A ambiguidade vista em algumas personas criadas geraram bons entraves e, podem, na continuidade,
render ainda mais.
O livro tem uma história forte. Trata de
reis, rainhas, reinados e lutas, apresenta magia, profecias e batalhas, mas não
deixa de lado os sentimentos que fazem parte da constituição humana (o desejo,
o rancor, o perdão, a ambição, entre outros). “A Máscara do Rei” tem um final
impactante e, por ser o primeiro volume, deixa uma dosagem certa de indagações
para a continuidade.
“Quando
crianças, queremos aprender. Quando jovens queremos explorar... quando adultos,
queremos poder e, quando idosos, só não queremos morrer.” Essas palavras
são ditas por Samar, irmã de Auran Ossalur. E de certo que tal colocação pode
dar uma noção bastante grande em relação a toda história de Eldon.
Foto: Reprodução |
Sobre a
autora
Francine Cândido mora em Santa Catarina. É
fascinada por todo tipo de literatura, tanto clássica quanto contemporânea.
Gosta de trabalhar o lado obscuro do ser humano, suas limitações e anseios.
Escreve desde os quinze anos, mas foi com dezoito que seu primeiro manuscrito,
Tempo da Escuridão, ficou pronto. Francine treina arquearia, pois sente que
está próxima a algo que muito lhe fascina, a Idade Média. Ama escrever, pois
sente que ali encontra a verdadeira liberdade de sonhar.
Ficha Técnica
Título: A Máscara do Rei
Escritor: Francine Cândido
Editora: Arwen
Edição: 1ª
ISBN: 978-85-68255-57-5
Número
de Páginas:
266
Ano: 2016
Assunto: Literatura
brasileira
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário.