No Oriente Médio, século IV,
Ahlam Falak Bint Abbas está prestes a completar dezoito anos de idade. Filha do
Sultão Abbas Mohamed Fadil, da cidade de Nifah, a jovem é destinada ao
casamento com Marzuq, herdeiro do reino inimigo, Badhi. Marzuq é um homem que
não tem boa fama.
Faris Zahir é um guerreiro.
Destinado pelo próprio nome e detentor de atributos físicos que encantam as
mulheres, ele terá a missão de encontrar um artefato solicitado pelo Rei
Lahssam: Ankh Sagrado. Faris carrega descrenças advindas de seu passado.
No dia do noivado e do
aniversário de dezoito anos de Ahlam ela recebe um lindo colar de seu pai. “O colar com que Abbas a presenteara possuía
uma corrente larga de ouro ligada na pedra, que pairava no meio e se enrolava
ao seu redor. A pedra central não tinha um formato uniforme, quase parecendo
que havia perdido uma parte. Sua cor era num tom rosa claro envelhecido e possuía
entalhada na parte de trás um símbolo que a princesa jamais vira antes.”
A cidade e o palácio são
invadidos e a princesa é levada como refém. Faris é o homem que a carrega.
Mesmo tendo ordens de matar os membros da família real algo o impede de fazer
isso com Ahlam e de contar, posteriormente, a identidade da moça. O medalhão
que ela carrega no pescoço havia despertado a cobiça de Marzuq, o pretendente,
que a abandonara com os inimigos quando da tomada do palácio, num gesto de
egoísmo e crueldade.
Eles (Ahlam e Faris) fogem
pelo deserto e são perseguidos por criaturas assustadoras, como chacais e
escaravelhos carnívoros. Nessa jornada encontram Hórus, que dá a eles a missão
de zelar pelo medalhão. Faris ganha do deus egípcio uma adaga para as batalhas
que enfrentarão. Ahlam e seu sequestrador/protetor se tornam alvo de
perseguições, enquanto seguem a missão do Medalhão de Ísis. Um djinn (gênio) os
acompanha numa lâmpada cedida por um sacerdote.
A cultura egípcia, com seus
cultos e deuses, está fortemente presente na obra de Carol Camargo. A trama é
bem desenvolvida e os personagens são bem construídos, conduzindo os leitores
pelas aventuras e mistérios que se desenrolam. Claro que não falta uma boa dose
de romance e descobertas intrigantes, tanto da história quanto dos personagens
que dele fazem parte.
Os diálogos são bem coesos e
o jogo criado nas conversas entre Ahlam e Faris rende momentos de tensão, ironia
e clima de romance. Tudo na medida certa.
A busca pelas peças que
compõe o medalhão se inicia a partir da entrega de um mapa. Nada será fácil e
eles vão encarar grandes aventuras e desafios numa jornada em direção ao Egito.
A peça preciosa de Ísis é muito cobiçada. Até o deus Seth quer as partes do
colar. Com o medalhão pode-se trazer à tona um dos maiores conflitos do Antigo
Egito: a guerra entre Ìsis, Osíris e Seth.
“Há
séculos, gênios, deuses e reis corriam atrás de alguma parte do poder da deusa
egípcia – afinal, uma vida eterna seria também uma vida de poder sem fim frente
a grandes impérios e civilizações.”
Na jornada eles passam por
Meca, pelo Mar Vermelho, pelo Rio Nilo, enfrentam criaturas das mais diversas,
descobrem histórias intrigantes sobre os deuses egípcios, encaram percalços,
são perseguidos e se envolvem emocionalmente.
A história de Ahlam e Faris
segue os preceitos da história de Ísis e Osíris. E Carol nos dá um texto rico
em detalhes e que elucida pontos que vão sendo abertos na busca pelas peças de
Ísis. A cada capítulo o anseio de descortinar a missão do casal de proteger o
medalhão.
Primeiro livro da trilogia
criada pela autora, “O Medalhão de Ísis” foi publicado pela Editora Arwen em
2016. É um livro surpreendente. História que fascina o leitor do início ao fim.
Não vai ser difícil você se identificar com o casal de protagonistas e toda a
mitologia egípcia que envolve o enredo. Diga-se que as histórias dos deuses egípcios
são muito bem exploradas. Um excelente livro que clama pela continuação. O
projeto gráfico da obra também é de qualidade e traz ilustrações e, logo no
início, um glossário. Que venham as outras edições da trilogia, porque a
história é de encantar.
Sobre a
autora
Foto: Reprodução |
Nascida no Rio Grande do Sul, C. S. Camargo é
uma leitora viciada em história e coisas antigas. É forma da em Turismo e, por
isso, busca transportar seus leitores para os locais e época em que a trama
ocorre. Começou a escrever em meados de 2010 pequenos textos que tinham como
cenário um teatro. Mais tarde, ainda naquele ano, iniciou a trilogia O Medalhão
de Ìsis, finalizando o primeiro livro em 2013.
A trilogia sobre a princesa Ahlam e o
guerreiro Faris surgiu após anos de rascunhos e pesquisa sobre o assunto,
material que deu origem aos “Contos de Rá” que, mais tarde, foram adaptados para
o primeiro livro – O Medalhão de Ísis.
A autora
ainda possui outros projetos paralelos, como a saga Guardiões de Aldore,
sobre cultura celta e o Selo de Yokai.
Ficha Técnica
Título: O Medalhão de Ísis
Escritor: C. S. Camargo
Editora: Arwen
Edição: 1ª
ISBN: 978-85-68255-58-2
Número
de Páginas:
247
Ano: 2016
Assunto: Literatura
brasileira
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