Certamente muitos
dos leitores já ouviram falar sobre o filme “Psicose”, de Alfred
Hitchcok. Um clássico cinematográfico que apresenta uma cena antológica dos
filmes de terror e suspense: aquela em que uma mulher no chuveiro é
surpreendida por uma mão portando uma faca. A trilha sonora de Bernard Hermann, ao
tocar, é reconhecida de imediato e cria o clima harmônico para o terror da
cena.
O autor do livro,
Robert Bloch nasceu em 1917 e faleceu em 1994, vitimado por um câncer. “Psicose”
é, sem dúvida, o seu romance de horror mais conhecido. Conceituado escritor e
roteirista, Bloch recebeu o Prêmio Hugo, Bram Stoker Award e Word Fantasy
Award.
A Darkside, em
2013, publicou em 240 páginas com tradução de Anabela Paiva, a história escrita
por Robert Bloch, que deu origem ao roteiro do filme. No livro, o personagem
Norman Bates, proprietário do Bates Motel, toma conta do imaginário, tal qual
como no filme que consagrou Hitchcock como o “Mestre do Suspense”. A
história do personagem do livro é inspirada no caso do assassino de Wiscosin,
Ed Gain. Em ambos os casos o homem vive numa propriedade isolada, tem uma mãe
dominadora, mas cultuada e utilizam roupas femininas.
Hitchcok adquiriu
os direitos do livro por cerca de onze mil dólares e comprou todos os
exemplares disponíveis nas livrarias, guardando sigilo sobre o final da
história até a produção do filme.
A intrigante história tem início quando Mary Crane realiza furto de uma determinada soma e foge, deixando sua casa e sua irmã e indo em busca de seu namorado. No trajeto ela se depara com o Bates Motel e ali se hospeda. O intrincado jogo psicológico criado por Norman toma corpo a partir da presença de Mary no motel. E é no chuveiro do local que acontece aquela antológica cena citada anteriormente.
Nessa misteriosa e surpreendente trama criada por Bloch há crimes, segredos e revelações que vão
sendo descortinadas ao longo da história e Bates - o personagem com perfil
psicológico de um sociopata, apresentado na orelha da versão original do livro, em 1959, como “um homem atormentado pela
mãe controladora”. Esse homem que se traja de mulher, cultua a mãe
dominadora, tem um ar sombrio e solitário é o centro da narrativa com a sua
personalidade conturbada que mistura sua visão infantilizada, masculina e a
representação de sua genitora. Bates dá o tom de “Psicose”, sendo um personagem
dotado da psicopatia típica de livros. Psicopatas, usualmente são sedutores e
Bates não foge disso, mesmo carregando seu ar sombrio e seus transtornos.
"Norman sabia que já não estava raciocinando bem. Percebia vagamente que estava deitado, que já fazia um longo tempo que estava deitado. E não estava realmente decidindo sobre o que faria, ou pensando na Mãe, no paradeiro dela. Em vez disso, ele a observava. Ele podia ver, embora ao mesmo tempo sentisse a pressão do torpor nos olhos e soubesse que suas pálpebras estavam fechadas."
“Psicose” por
vezes está em listas de grandes livros e/ou filmes sobre terror. No livro “Serial
Killers Anatomia do Mal”, de Harold Schechter, também da DarkSide, na lista
de Cinema Psicopata, “Psicose”
também está presente.
O livro tem uma
história de suspense com todos os elementos que prendem a atenção do leitor,
mesmo daqueles que, por ventura, leiam sem gostar do estilo. Essa dosagem de
elementos, como fator-surpresa, morte e segredos, torna a atratividade da
narrativa ainda maior.
O exemplar que li
pode ser adquirido individualmente e também é vendido num box criado pela
DarkSide que vem acompanhado de outros dois livros: “A Volta dos Mortos Vivos”
e “Os Goonies”. Ambos tiveram suas versões cinematográficas.
Leitura altamente recomendada. A orelha do livro deixa o aviso: “Hitchcock que nos perdoe (e os
cinéfilos mais entusiasmados também), mas o livro é ainda melhor que o filme.”
Robert Bloch
nasceu em 1917 e morreu em 1994. Foi um escritor norte-americano de terror,
fantasia e ficção científica. Autor de centenas de contos e mais de trinta
romances, tornou-se mundialmente conhecido por Psicose, em 1959. O autor teve
como mentor H. P. Lovecraft, um dos mestres de histórias de horror e mistério,
grande incentivador do trabalho de Bloch, com quem chegou a trocar cartas.
Bloch colaborou com revistas no começo da carreira, além de escrever para
fanzines de ficção científica e fantasia. Foi um prolífico roteirista de cinema
e televisão, por mais de trinta anos.
Ficha Técnica
Título: Psicose
Escritor: Robert Bloch
Editora: Darkside
ISBN: 978-85-6663-615-4
Edição: 1ª
Número de
Páginas: 240
Ano: 2013
Assunto: Literatura americana
Psicose é maravilhoso. Um desses livros que mesmo sabendo como a história termina, pois é difícil não ter assistido ao filme antes, nos envolve bastante!
ResponderExcluirAbraço
Blog do Ben Oliveira