Devin Jones é o narrador da história contada
no livro “Joyland”, do escritor Stephen King, publicado pela Editora Suma de
Letras em 2015. Devin tem mais de sessenta anos de idade, os cabelos grisalhos,
mas ainda carrega vastas lembranças dos acontecimentos que vivenciou quando
trabalhara no parque de nome Joyland, na época em que estava na universidade,
aos vinte e um anos de idade.
“Joyland
era um parque indie não tão grande (...) e não chegava nem perto da Disney em
tamanho, mas era grande o suficiente para ser impressionante (...)”
Naquele parque, no entanto, há mistérios que
circundam algumas pessoas que por ali passaram e alguns brinquedos ainda
abertos ao grande público. Reza a história,
que uma moça chamada Linda Gray fora assassinada no trem fantasma da Horror
House, e que seu espírito ainda ronda por lá. Muitas pessoas sequer se
aproximam do local e alguns dizem já ter visto o fantasma da moça.
Rozzie Gold, ou Madame Fortuna (personagem
que encara no parque), é uma mulher que tem vidência. Algumas pessoas colocam
em dúvida sua mediunidade, mas é sabido que ela fez revelações que deixaram
outras tantas pessoas surpresas. Para Devin Jones, a médium tem algumas
palavras a dizer, que o deixam intrigado. Era para ser um trabalho de verão,
mas o jovem resolve permanecer por mais tempo. O que será que vai acontecer com
ele que atua no parque vestindo a fantasia de Howie, o cachorro mascote?
“Eu pus
o pezinho para a frente, pus o pezinho para o lado. Pus o pezinho para a frente
e balancei ele agora. Dancei o Pop Pop, dancei o Pop Pop, porque – como quase
toda criancinha sabia – assim é bem melhor.” Eis a descrição do personagem num
momento em que encarna o cão Howie para agradar crianças, ao som da música
infantil Pop Pop.
No livro “Joyland”, Stephen King nos revela
uma narrativa com reviravoltas, mas que carrega alguns componentes que não
ficam apenas em cima do fantasma da moça da Horror House, como alguns poderiam
esperar. Na jornada de Devin ele cruza com outros personagens que vão compondo
a história de mistério, mas também de diversão, humor, terror, paixão e emoção.
E algumas cenas apresentadas no livro são de arrepiar (como uma que ocorre na
roda gigante).
Personagens com mediunidade, uma mulher que
tenta resgatar sua vida e vive isolada em si mesma acompanhando seu filho Mike
(que tem distrofia muscular), uma menina desconhecida que cruza o caminho de
Devin, o proprietário do parque, os colegas que operam os brinquedos e atuam em
Joyland em outras funções. O mistério paira sobre a história pretérita que
nebulosamente cobre a morte de Linda Gray. O que teria acontecido de fato com a
moça? O que essas pessoas que viveram com Devin em Joyland sabem?
Há passagens em que Devin nos conta como era
sua rotina no parque de diversões, desde a linguagem utilizada pelos
funcionários (que criam um vocabulário próprio) até o funcionamento de cada um
dos brinquedos, o que coloca o leitor dentro de Joyland.
Em que pese o fato de que o livro poderia ter
diversos clichês, King soube muito bem trabalhar os diversos elementos
tornando-o tenso nos momentos necessários, mas também humorado e leve em tantos
outros. Fatos que poderiam ser apenas simples fatos são transformados em
grandes acontecimentos na escrita de King.
O Entertainment
Weekly publicou que é “uma das
histórias mais bem escritas de King... Profunda, divertida, cheia de
reviravoltas, despretensiosa e, por fim, arrasadoramente triste.” Estão aí
bons adjetivos para definir Joyland.
Ficha Técnica
Título: Joyland
Escritor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
ISBN: 978-85-8105-298-4
Edição: 1ª
Número
de Páginas:
240
Ano: 2015
Assunto: Ficção americana
Assunto: Ficção americana
Bela resenha! Stephen King é um dos mestres de livros de suspense com pitadas de terror. Ainda não li Joyland, mas confesso que namoro esse livro toda vez que vou nas livrarias. Pelo o que você falou me parece que, apesar de ter momentos tensos, também tem um lado com humor, deixando a leitura mais leve. Ficou curiosa para saber mais sobre a morte de Linda Gray.
ResponderExcluirBjos
Vivian
Saleta de Leitura
http://www.saletadeleitura.blogspot.com.br/
Olá, Vivian. Obrigado pela visita.
ExcluirKing usou muito bem o humor, mas mantém a tensão necessária para uma história de terror/suspense.
Beijos.
Olá!
ResponderExcluirEsse livro talvez tenha sido o que mais fugiu das caraterísticas do King.Ele trabalhou brilhantemente o lado dramático e psicológico da história,mas o importante é que a marca da escrita do King continua presente nesse livro:os personagens.
É impressionante como ele trabalha bem com eles,seus sentimentos,suas reviravoltas.Acho até que pra quem nunca leu King esse seja um dos livros mais indicados.
Abraços!
http://livreirocultural.blogspot.com.br/