Educação é um tema que deve ser amplamente discutido. Sobretudo os modelos que vemos empregados atualmente dentro das escolas brasileiras, sejam elas públicas e/ou particulares.
Há tempos sou um crítico do modelo educacional vigente e vejo que os esforços em mudá-lo são poucos. Em algumas regiões são nulos. A forma como as crianças, jovens e até adultos
são conduzidos ao aprendizado não estimula seu pensamento crítico. Hoje, muitas das matérias levadas à sala de aula são meramente decorativas: fórmulas, números, datas, passagens.
Em “Pedagogia da Autonomia”, de Paulo Freire,
publicado pela Editora Paz & Terra em 2014 (49ª edição, 143 páginas), o
autor apresenta questões centrais necessárias para a formação dos educadores e
sua ligação com o processo em relação ao educando.
O patrono da educação brasileira expõe
colocações acerca do pensar. O educando deve ser feito como um ser crítico,
capaz de tomar decisões. O educando não deve, portanto, ser um objeto
depositário do sabor do educador. O educador não deve agir, como hoje vemos,
apenas recitando, falando, copiando, expondo textos prontos e sua forma pronta
de pensamento (sem debate, sem crítica, sem questionamentos). Com ética,
responsabilidade, competência científica, respeito à autonomia, quem ensina
aprende e aprendendo ensina.
Em tempos em que o pensamento crítico é de
grande relevância e, na contramão, vemos modelos educacionais obtusos,
ultrapassados e que não estimulam o pensamento, o instigar da autonomia deveria
ser valorizado. A proposta de Paulo Freire segue nessa linha
e o livro torna-se, no mínimo, instigante para educadores e para os demais
leitores que desejam saber acerca do tema ou ainda dispor de mais elementos a
respeito do processo educativo. Seria bom recomendá-lo a todo formando em pedagogia e aos que já tenham se formado.
O livro nos traz grandes ensinamentos a
respeito de como e porquê o ato de um educador deve se voltar à cidadania com
responsabilidade, a apropriação do pensamento crítico, o estímulo a curiosidade
e à diversidade. Criação e recriação de uma pedagogia autônoma.
O educador tem de buscar se colocar como um
ser que entende a “história e a visão de mundo” de seu educando. Mesmo que não
concorde com ela, só com essa compreensão e abertura de prestar-se a entender,
é que pode estimular e respeitar as diferenças e a oposição de opiniões.
“Pedagogia da autonomia” deve ser lido por
educadores, estudantes, aqueles que estão buscando formação para ensinar. O
tema sobre educação e a problematização criada por Paulo Freire deveria ser
amplamente discutida e, mais do que isso, levar à mudança do olhar sobre a
forma de educar dentro das instituições de ensino.
Ficha Técnica
Título: Pedagogia da
Autonomia – saberes necessários à prática educativa
Escritor: Paulo Freire
Editora: Paz & Terra
ISBN: 978-85-7753-163-9
Ano: 2014
Edição: 49ª
Número de Páginas: 143
Assunto: Educação
Assunto: Educação
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