10 livros e o Oriente Médio - Tomo Literário

10 livros e o Oriente Médio

Compartilhe

O Oriente Médio é uma área que tem sido um grande centro de negócios, uma região estratégica, econômica, política, cultural e religiosamente sensível aos acontecimentos dos últimos tempos.

É fato, explícito pelo noticiário, a existência de conflitos na região. Conflitos estes motivados por diferentes razões, como sua história, sua posição no contexto geográfico e político no mundo, suas condições naturais, seus recursos minerais extraídos do solo e, ainda, o convívio entre as religiões. O Oriente Médio é berço do judaísmo, do cristianismo e do islamismo.

Contudo, o Oriente Médio apresenta mistérios e belezas contidos no povo, nas crenças, nas riquezas naturais, nos rituais, na vestimenta, nos costumes e tradições.  Baseado nisso, montei uma lista de livros que são ambientados no Oriente Médio ou nos quais seus personagens lá tenham nascido ou crescido. Veja a lista e a sinopse dos livros.


O caçador de pipas – Khaled Houssein
Nova Fronteira, Ano 2005, 368 páginas

O livro conta a história de Amir, um afegão há muito imigrado para os Estados Unidos, que se vê obrigado a acertar as contas com o passado e retorna a seu país de origem. O ponto de partida do livro é a infância do protagonista, quando Cabul ainda não era a capital do país que foi invadido pela União Soviética, dominado pelos talibãs e subjugado pelos Estados Unidos. O livro foi adaptado para o cinema.

O livreiro de Cabul – Âsne Seierstad
Record, Ano 2006, 320 páginas

'O Livreiro de Cabul' apresenta o fascinante universo do dia-a-dia afegão, porém, sob a ótica de uma ocidental. Após viver quatro meses com a família do livreiro afegão Sultan Khan, a jornalista norueguesa Âsne Seierstad compôs o melhor retrato das contradições extremas e da riqueza cultural desse país. Um relato emocionante do cotidiano de uma família islâmica e das dificuldades deste povo para obter conhecimento e se comunicar.

A cidade do sol – Khaled Houssein
Nova Fronteira, Ano 2007, 368 páginas

Mariam tem 33 anos. Sua mãe morreu quando ela tinha 15 anos e Jalil, o homem que deveria ser seu pai, a deu em casamento a Rasheed, um sapateiro de 45 anos. Ela sempre soube que seu destino era servir seu marido e dar-lhe muitos filhos. Mas as pessoas não controlam seu destino. Laila tem 14 anos. É filha de um professor que sempre lhe diz - 'Você pode ser tudo o que quiser'. Ela vai à escola todos os dias, é considerada uma das melhores alunas do colégio e sempre soube que seu destino era muito maior do que casar e ter filhos. Confrontadas pela História, o que parecia impossível acontece - Mariam e Laila se encontram, absolutamente sós. E a partir desse momento, embora a História continue a decidir os destinos, uma outra história começa a ser contada, aquela que ensina que todos nós fazemos parte do 'todo humano', somos iguais na diferença, com nossos pensamentos, sentimentos e mistérios.

Malala: a menina mais corajosa do mundo – Viviana Mazza
Nova Fronteira, Ano  2013, 192 páginas

Malala tinha apenas 11 anos de idade quando decidiu levantar sua voz e lutar para que mulheres e meninas tivessem os mesmos direitos que os homens em seu país, o Paquistão. Com o apoio de sua família, Malala escolheu a gritar um basta às diferenças. Lutou sem armas ou violência, com a coragem das palavras e da educação, com a força da verdade e da inocência. Aos quinze anos, em um dia como outro qualquer a caminho da escola, Malala descobriu que o Taliban queria matá-la. De maneira grandiosa e emocionante, este livro revela a trajetória, os medos e os sonhos da mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz. 

Mayada filha do Iraque – Jean P. Sasson
Best Seller, Ano 2005, 266 páginas

Ambientado no Oriente Médio, o livro, relata a história verídica de Mayada Al-Askari. Apesar de pertencer a uma influente família iraquiana, ela foi presa e torturada pela polícia secreta de Saddam Hussein sob a falsa acusação de imprimir propaganda contra o governo em sua gráfica. Mayada presenciou quase todas as fases da turbulenta história do Iraque moderno. Seu avô foi o primeiro autêntico nacionalista árabe, seu tio foi primeiro-ministro do Iraque durante quatro anos e sua mãe trabalhava para o governo. Durante a sua juventude circulou entre a realeza e pelos palácios de Saddam Hussein. Fez carreira como repórter, casou-se e teve dois filhos. Sobreviveu à guerra Irã-Iraque, à Guerra do Golfo, às sanções. Mas, em 1999, presa pela polícia secreta de Saddam Hussein, permaneceu meses em uma das celas da famosa Prisão Baladiyat, sem comunicação com ninguém de sua família, sem direito a julgamento e sob ameaças constantes de tortura e execução. Na prisão Mayada conheceu outras mulheres em situação semelhante que não sabiam porque estavam presa ou porque eram torturadas, e viviam em condições sub humanas. Sem qualquer contato com suas famílias ou com o mundo exterior, passavam os dias contando umas para as outras as histórias de suas vidas. Histórias que durante muito tempo Mayada desejou revelar ao mundo. 

Eu, Malika Oufkir, prisioneira do rei – Malika Oufkir e Michèle Fitoussi
Companhia das Letras, Ano 2000, 368 páginas

Malika Oufkir foi criada como uma princesa. Filha do chefe do exército e da polícia secreta do Marrocos, no início da década de 50 ela foi adotada pelo rei Mohammed v e, depois da morte dele, por seu filho Hussein ii. Morou em palácios, recebeu uma educação refinada e se acostumou a conviver com reis e artistas de cinema. Um dia, porém, quando seu verdadeiro pai, Mohamed Oufkir, tentou um golpe de Estado para derrubar Hussein ii, essa vida de sonhos acabou. Seu pai foi assassinado e ela, a mãe e seus cinco irmãos foram levados para uma prisão em algum lugar do Saara. Durante vinte anos eles viveram em condições desumanas, submetidos a toda sorte de humilhações, até conseguirem escapar. Esta é a história que a própria Malika e a jornalista francesa Michèle Fitoussi narram neste livro, um verdadeiro conto de fadas às avessas em pleno século XX.

Mulheres de Cabul – Harriet Logan
Ediouro, Ano 2009, 128 páginas

Durante o regime do Taleban, de setembro de 1996 a outubro de 2001, as mulheres do Afeganistão foram submetidas a absurdas leis repressoras, como não poder trabalhar fora nem freqüentar escolas. Era proibido rir em público, ouvir música, empinar pipas, e fotografias eram consideradas formas de idolatria. 
Foi nesse mundo de trevas que Harriet Logan mergulhou em busca de histórias e imagens humanas e dolorosas, a convite da London Sunday Times Magazine, em dezembro de 1997, quinze meses depois que o Taleban havia assumido o controle do Afeganistão. Era uma missão perigosa, mas o risco valeu a pena, como se pode confirmar nas páginas de 'Mulheres de Cabul'. Algumas das mulheres ouvidas e fotografadas em 1997 foram novamente visitadas por Harriet após a queda do Taleban, em 2001, como Zargoona (professora de física antes do regime do Taleban), que chorou nas duas vezes em que recebeu Harriet em casa. Sanam, uma garota de nove anos, que sonha em ser médica, pôde comemorar os novos tempos de liberdade com sua boneca chamada Sadaf. 'Quando os Talebans estavam aqui, eu precisava esconder minha boneca atrás de mim, porque se eles a encontrassem, teriam me batido.'

Palestina Edição Especial  - Joe Sacco
Conrad, Ano 2011, 328 páginas

Esta obra procura retratar o drama do povo palestino em uma reportagem em quadrinhos. Reúne os dois volumes da obra, textos, fotos e desenhos de Joe Sacco. O livro funciona como um diário do autor durante a visita que ele fez à Palestina, onde ele mostra ao leitor tudo o que acontece em sua volta e as conversas que teve com as pessoas da região. Durante dois meses, ele coletou histórias nas ruas, nos hospitais, nas escolas e nas casas dos refugiados, presenciando confrontos dos soldados com a população e entrevistando vítimas de tortura.

Vida dupla, um romance sobre o Oriente Médio – Rajaa Alsanea
Nova Fronteira, Ano 2007, 255 páginas

'Vida dupla', um romance sobre o Oriente Médio hoje, da jovem escritora Rajaa Alsanea, causou furor quando foi lançado em língua árabe em 2005. A vida social, romântica e sexual, e os desejos e intimidades das protagonistas, quatro jovens e ricas sauditas, provocou polêmica no mundo árabe tanto pelo tema como pela linguagem usada pela autora, bastante coloquial e antenada com a tecnologia - a reprodução de trocas de e-malis entre amigas são freqüentes no texto - para dar voz às personagens.

Oriente Médio: do advento do Cristianismo aos dias de hoje – Bernard T. Lewis
Editora Zahar, Ano 2001, 392 páginas

Este livro traça um painel do Oriente Médio - do advento do Cristianismo aos dias de hoje - abrangendo 2.000 anos de história. O leitor vê desfilar todos os episódios por que passou essa região, berço de três religiões e grande centro cultural da Antigüidade. Partindo da disputa territorial pelos impérios persa e romano dois milênios atrás - passando pela implantação do monoteísmo, a irrupção e difusão do islamismo, as ondas invasoras do leste e as hordas mongóis de Gengis Khan, a ascensão e queda do poderoso império otomano, o frágil equilíbrio de forças entre o islamismo e o cristianismo - até achegar à atualidade, com o recrudescimento do fundamentalismo e a explosão da Guerra do Golfo, o professor Bernard Lewis ministra um curso sobre o que representou e representa para o mundo a saga dos povos árabes.

3 comentários:

  1. Gostei da temática, é difícil às vezes sairmos um pouco dos livros do ocidente. Vendo os livros que citou, ainda me lembrei de alguns, e sempre acho interessante ler sobre uma cultura diferente.

    Debyh - http://euinsisto.com.br

    ResponderExcluir
  2. Já li o livro "a cidade do sol", simplesmente um dos melhores que já li, muito interessante conhecer outras culturas, a situação das mulheres no período taleban era deplorável, uma história totalmente chocante e emocionante. Recomendo ler com lenços próximos ao livro kkk.

    ResponderExcluir
  3. Amo essas histórias, outra cultura, mulheres fortes e muito sofridas. O livro o silêncio das montanhas e maravilhoso

    ResponderExcluir

Deixe aqui seu comentário.

Pages