No lançamento mundial de “Os
crimes do monograma”, ocorrido simultaneamente em 33 países e publicado no
Brasil pela Editora Nova Fronteira, o célebre personagem de Agatha Christie
reaparece. Hercule Poirot, o famoso, baixinho, bigodudo, organizado e astuto
detetive morreu no livro “Cai o Pano”, publicado em 1975 e aqui é contado um
novo caso que teve a participação do belga.
Segundo relatos, Agatha Christie,
sua criadora, teria matado o detetive para que seu grande personagem não fosse
utilizado após a sua morte. Especulações a parte, Mathew Prichard, neto e
detentor dos direitos sobre a obra da Rainha do Crime, autorizou a britânica
Sophie Hannah a escrever uma nova história do detetive.
Poirot é um dos mais
representativos detetives da literatura policial, tendo ganhado vida também no
cinema, na televisão e no teatro.
Nas 288 páginas de “Os crimes do
monograma”, Sophie, com tradução de Alyne Azuma, apresenta a história de três crimes que
ocorrem num hotel. Cada corpo é encontrado em um quarto diferente e, após
conhecer uma mulher num café, Poirot é levado a investigar os acontecimentos.
Ao lado do policial da Scotland Yard, Edward Catchpool, vai buscar desvendar a
conexão entre as vítimas, o motivo,
porque tinham abotoaduras na boca e, sobretudo, quem foi o autor dos
assassinatos.
“O modo como Poirot conta uma
história rapidamente é um tanto distinto do da maioria das pessoas. Todo
detalhe tem igual importância, seja um incêndio no qual trezentas pessoas
morreram ou uma pequena covinha no queixo de uma criança.”
Hannah conseguiu manter a
fidelidade ao personagem Poirot escrito e descrito por Agatha. O personagem, no
entanto, apresenta de maneira muito sutil uma impaciência maior em relação aos
seus companheiros de trabalho e mostra uma outra faceta. Mas, Poirot está lá,
de maneira primorosa com suas deduções perspicazes, sua astúcia, sua
incredulidade diante dos fatos que são apresentados, sua perseguição pelo
caminho não óbvio dos fatos e pelo modo de instigar o pensamento crítico de
seus parceiros para que eles usem suas “celulazinhas cinzentas”. No caso em
questão o parceiro é Catchpool.
“Poirot havia apontado uma falha
tão óbvia no relato dela, e eu não tinha reparado. Simplesmente aquilo não me
ocorrera.”
Suspense, mistério, ligações
entre fatos presentes e passados, relações, disfarces, mentiras e omissões, que
marcam as histórias de suspense e de Agatha estão presentes no livro de Hannah.
O detetive Poirot, figura central, marca mais uma vez sua característica de
compreender o ser humano e, a partir desse entendimento, desvendar os crimes
que são capazes de cometer.
Para fãs de Agatha Christie, de
Hannah, de Poirot ou de histórias de suspense o livro é mais do que
recomendado. Supriu a minha expectativa em ver um personagem tão marcante e tão
ligado a seu autor, ser descrito por outro com as mesmas nuances e sem perder
sua essência, embora se veja diante de uma história diferente das que costumava
atuar.
Sobre a autora
Sophie Hannah é autora de
thrillers psicológicos que se tornaram Best-sellers em mais de vinte países. O
jornal The Guardian descreve que “a genialidade dos thrillers de Hannah – além
dos mais enredos surpreendentes de todos os tempos – está na criação de
personagens comuns cujas particularidades psicológicas fazem delas tão
monstruosas como qualquer serial killer”. Sophie é também poetisa e foi uma das
finalistas do Prêmio T.S. Eliot.
Ficha Técnica:
Título: Os crimes do monograma
Escritora: Sophie Hannah
Editora: Nova Fronteira
ISBN: 978-852-093-925-3
Edição: 1º
Número de Páginas: 288
Ano: 2014
Assunto: Romance inglês
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