Adapak vive com seu pai em uma ilha sagrada. Quando o
jovem completa dezenove ciclos de vida, sua morada é invadida. Para sobreviver
o jovem Adapak tem de fugir do local.
Na jornada o homem de pele negra (cor de carvão) e olhos totalmente brancos encontra diversos seres e vive momentos de descobertas.
Um dos trechos que descreve características físicas do
espadachim revela:
“... Seu corpo esguio era completamente desprovido de
pelos e sua pele era escura como a noite – o tom passado de cinza para o negro
absoluto com o avançar do tempo. Seus pés e mãos contavam cinco dedos cada e
não tinham unhas (...) seu par de olhos também era branco, apesar de uma
observação mais honesta revelar que as pupilas eram brancas e por isso, sem o
contraste dos globos oculares (também brancos) seus olhos finalizavam uma
aparência sem vida e intimidante para um observado mais relapso.”
Kurgala é o mundo pelo qual o espadachim, que dá nome ao
livro, circula e é apresentado de maneira fantástica e mitológica. Os nomes com
que lidamos no início do livro pode nos envolver e/ou nos atrapalhar, mas na medida em
que avançamos na leitura vamos descortinando e se aprofundando nesse novo
universo. Quatro grandes deuses, chamados de “Os Quatro Grandes Que São Um”,
são a força maior que move as criaturas que conheceremos no livro.
Os perseguidores de Adapak sempre falam uma palavra que
lhe serve de sinal de alerta: Ikibu. E ao se ver em perigo o jovem espadachim
sente a sua mente trabalhando e operando de maneira antecipada, estudada, os
movimentos de seus combatentes. Assim sendo, Adapak é capaz de atacar e se
defender sem grande esforço. Como isso acontece? Através da técnica de Círculos
de Tibaul. O espadachim enfrenta
diversos momentos em que coloca em prática as técnicas de combate que aprendeu
ao longo de sua vida, no manejo de suas duas espadas.
Na fuga e, na luta pela sobrevivência, Adapak vai
desvendar segredos de sua mente, do seu corpo, do seu conhecimento e da sua própria
história, perpassando por seu pai e por pessoas com quem se relaciona. Valores
e percepções que o jovem tinha antes de fugir, passam a ser questionados e ele
aprende e apreende com os confrontos que vivencia em Kurgala.
"_Quando somos criança, nos é dito que o mundo é... ruim, sim (...) Mas conforme crescemos e o vivenciamos, aos poucos entendemos que o ruim não é puramente "ruim" e o bom não é puramente "bom". O bom e o ruim andam juntos, você tem que aceitar um para entender o outro."
O jovem de pele cor de carvão é ávido por livros de
fantasia e vê referências de fatos ou citações que leu com as que vive. Trechos
de livros lidos por Adapak são citados na introdução de cada capítulo, nos
dando referências do que encontraremos na leitura das próximas páginas.
“O Espadachim de Carvão”, de Affonso Solano tem um
universo mítico em suas 256 páginas, com criaturas exóticas, por vezes assustadoras e lugares fantásticos,
descritos com detalhes que só podem despertar a imaginação do leitor. Adapak é um personagem intrigante e curioso da literatura de fantasia brasileira. Ganha
ares de herói, com descobertas de um jovem passando para a fase adulta, sem
perder o poder mítico que o envolve e o fascínio que esses seres exercem nos leitores.
Sobre o autor
Affonso Solano Foto: Beatriz Dourado |
Affonso Solano é um dos criadores do site e podcast Matando Robôs Gigantes, é também ilustrador e storyboarder e colunista do site TechTudo.
Ficha Técnica
Título: O Espadachim de Carvão
Escritora: Affonso Solano
Editora: Casa da Palavra
ISBN: 978-85-7734-334-8
Edição: 1ª
Número de Páginas: 256
Ano: 2013
Assunto: Ficção Brasileira
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