Euclides da Cunha, escritor do clássico e aclamado “Os Sertões” e membro da Academia Brasileira de Letras era
um homem como qualquer outro. E assim,
sendo estava sujeito a quaisquer problemas. Em sua vida familiar, mais especificamente,
em sua relação conjugal, Euclides passou
por uma grande turbulência. A relação extra-conjugal mantida por sua
esposa com outro homem, o militar Dilermando de Assis, o desequilibrou
emocionalmente.
Numa época de intenso julgamento sobre a vida particular, com
imposição de inferiorização feminina, a submissão da mulher ao marido, a imagem
ideal de pureza sexual da mulher e extremo machismo, as intervenções sociais
(manifestadas em palavras e atos), culminou em afetar a vida do casal. Os
falatórios, as colocações dos familiares, os olhares, o apontamento de amigos e
colegas de trabalho, favoreceram a tomada de decisão que levaria aos fatos
posteriores. Um homem, ou melhor dizendo, os homens, não podiam ficar com sua
honra manchada diante de uma traição. Honra esta que deveria ser lavada até
mesmo com sangue.
Euclides da Cunha carregava consigo o peso da traição de sua
esposa, Ana da Cunha, ou dona Saninha como era comumente chamada. Esse peso que
o escritor carregava o levou a sair em busca de “matar para não morrer” e, de
arma em punho, um crime foi cometido.
Com o acontecimento verifica-se ainda a posição adotada pela
imprensa, que escolheu um algoz para perseguir e, assim conseguiu perpetuar sua
fama de homem mau. A imprensa carregava em adjetivos como “desprezível”, “asqueroso”,
“cruel”, “besta”, “selvagem”, “bárbaro”. Ao assassino coube carregar o peso,
apesar de fatos que lhe foram favoráveis após a execução do ato.
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Além de contar sobre a vida particular de Euclides da Cunha,
a autora do livro demonstra o panorama social, político, cultural, econômico,
histórico e até literário, que se vivia na época. Retrato esse, capaz de nos
fazer entender, como a sociedade, de um modo ou de outro, pode afetar a decisão
particular. O homem comum, envolto a cultura em que vive, carrega consigo o
modo de compreender o que é moral.
Da curiosa relação do triângulo amoroso que se formou, o
pano de fundo nos questiona a avaliar os fatos passados, em sua posição
histórica e relacioná-los com o momento presente, com a história que vivemos
hoje. Alguns fatores se destacam como a posição da imprensa em rechaçar o
assassino, a luta da família por honrar o nome do escritor Euclides da Cunha, a
tentativa de Dilermando de se reconstruir, o papel da mulher na sociedade, o entendimento
sobre moral, a formação familiar e as consequências dos atos de seus
integrantes, o posicionamento pessoal diante dos fatos revelados, entre outros.
Temas, que vez ou outra, discutimos.
Foto: Bel Pedrosa |
Sobre a autora
Mary Del Priore escreveu mais de vinte livros sobre a
História do Brasil. Historiadora, foi duas vezes vencedora do Prêmio Casa
Grande & Senzala. Ganhou ainda o Jabuti na categoria Ciências Humanas, com
“História das Mulheres no Brasil”. Ganhou também o prêmio de melhor livro de
não-ficção da Associação Paulista de Críticos de Arte com o livro “O Príncipe
Maldito”.
Ficha Técnica
Titulo: Matar para não morrer – A morte de Euclides da
Cunha e a noite sem fim de Dilermando de Assis
Escritora: Mary Del Priore
Editora: Objetiva
Edição: 1ª
ISNB: 978-85-390-0027-2
Número de Páginas: 174
Ano: 2009
Assunto: Euclides da Cunha
Além dos filhos, A vítima inocente foi Dinorá de Assis,nós o povo ficamos sem a epopeia e maturidade do escritor Euclydes da Cunha...os 3 personagens desse fatidico,dilacerante e poderoso amor foram vitimas e algozes do proprio infortunio ,pregado pela circunstância, pelas MOIRAS e pelos Deuses .Tudo colaborou para que esse desenlace se apoderasse do DESTINO ,foi FATAL
ResponderExcluirANNA, heroína, amou intensamente, profundamente,corajosamente com todos os extremos que esse amor pediu e impôs,fazendo dessa tragedia e seus infortúnios um verdadeiro e impar brilhante da literatura e pérola da arte universal ANNA uma heroina,amou tragicamente, Dilermando um aparente súdito, amou fatidicamente Euclydes um aparente algoz ,amou sinistramente , findando numa dramatica comovente nefasta catastrofica e trágica historia de paixões e amor
ANNA, heroína, amou intensamente, profundamente,corajosamente com todos os extremos que esse amor pediu e impôs,fazendo dessa tragedia e seus infortúnios um verdadeiro e impar brilhante da literatura e pérola da arte universal ANNA uma heroina,amou tragicamente, Dilermando um aparente súdito, amou fatidicamente Euclydes um aparente algoz ,amou sinistramente , findando numa dramatica comovente nefasta catastrofica e trágica historia de paixões e amor,Tudo , colaborou ,compactuou ,contribuiu e corroborou para que esse desenlace se apoderasse do REAL ,foi FATAL as artimanhas tecidas ,manipuladas pelo implacável do DESTINO, onde todos foram vitimas , e o AMOR tragico pungente,torturante,profético foi VENCEDOR se tornando SEMI_DEUS, DIVINIZANDO-SE
ResponderExcluirUma parte de mim
ResponderExcluiré todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
a parte delirante desse amor falou mais alto e os envolvidos não conseguiram como o poeta TRADUZIR, estava configurado o espaço da tragédia
Uma parte de mim
ResponderExcluirpesa, pondera:
outra parte
delira. a parte delirante foi maior estava concluido o espaço e palco da tragedia
há coisas que só acontecem ao ...aparente acaso ...Uma parte de mim
ResponderExcluirpesa, pondera:
outra parte
delira. a parte delirante foi maior e os envolvidos não conseguiram como o poeta TRADUZIR-la, estava configurado o espaço da tragédia
Depois de Traduzir-se de Ferreira Gulart- So Florbella Spanca com Fanatismos, ambos lindamente cantados por Fagner
ResponderExcluirMinh' alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
pois que tu és já toda minha vida
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história, tantas vezes lida!
"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
De uma boca divina, fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! podem voar mundos, morrer astros,(x2)
Que tu és como um deus: princípio e fim!...(x2)
Anna não pode...Traduzir-se
ResponderExcluirTraduzir-se
Uma parte de mim
é todo mundo:outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.Uma parte de mimé multidão:
outra parte estranheza
e solidão.Uma parte de mim pensa, pondera:outra parte delira.
Uma parte de mim almoça e janta:outra parte
se espanta.Uma parte de mim é permanente:outra parte se sabe de repente.
Uma parte de mim é só vertigem:na outra parte....linguagem
- que é uma questão de vida ou morte -será arte? sera arte sera arte