Há inúmeros livros que contam sobre momentos, fatos e personagens históricos brasileiros. A história nos releva, assim como nos livros ficcionais, muitas personas, vivências, pensamentos e fatos que parecem, por vezes, fantasiosos. Gosto muito de apreciar livros que contam a história, pois vemos ali manifesto os relatos de momentos verídicos e acontecimentos que influenciam ou influenciaram gerações.
Voltar ao passado é um meio de conhecer o presente e
entender o que faremos do futuro. Conhecer o país, os habitantes, as motivações
do povo e dos governos, é um universo bastante rico. Por isso, selecionei dez
livros que tratam de momentos da história do Brasil. A lista poderia ser muito,
mas muito maior, com certeza. No entanto, vamos iniciar com esse top 10.
Confira os livros e a sinopse respectiva.
Editora Planeta,
Ano 2007, 408 páginas
A fuga da família real portuguesa para o
Rio de Janeiro ocorreu num dos momentos mais apaixonantes e revolucionários do
Brasil, de Portugal e do mundo. Guerras napoleônicas, revoluções republicanas,
escravidão formaram o caldo no qual se deu a mudança da corte portuguesa e sua
instalação no Brasil. O propósito deste
maravilhoso livro, resultado de dez anos de investigação jornalística, é
resgatar e contar de forma acessível a história da corte lusitana no Brasil e
tentar devolver seus protagonistas à dimensão mais correta possível dos papéis
que desempenharam duzentos anos atrás. Escrita por um dos mais influentes
jornalistas da atualidade, 1808 é
o relato real e definitivo sobre um dos principais momentos da história brasileira.
Ediouro, Ano 2010, 328 páginas
Nesta nova aventura pela História,
Laurentino Gomes, o autor do best-seller '1808', conduz o leitor por uma
jornada pela Independência do Brasil. Resultado de três anos de pesquisas e
composta por 22 capítulos intercalados por ilustrações de fatos e personagens
da época, a obra cobre um período de quatorze anos, entre 1821, data do retorno
da corte portuguesa de D. João VI a Lisboa, e 1834, ano da morte do imperador
Pedro I. 'Este livro procura explicar como o Brasil conseguiu manter a
integridade do seu território e se firmar como nação independente em 1822',
explica o autor. 'A Independência resultou de uma notável combinação de sorte,
acaso, improvisação, e também de sabedoria de algumas lideranças incumbidas de
conduzir os destinos do país naquele momento de grandes sonhos e perigos'.
Globo, Ano 2013, 416 páginas
Nas últimas semanas de 1889, a
tripulação de um navio de guerra brasileiro ancorado no porto de Colombo,
capital do Ceilão (atual Sri Lanka), foi pega de surpresa pelas notícias
alarmantes que chegavam do outro lado do mundo. O Brasil havia se tornado uma
república. O império brasileiro, até então tido como a mais sólida, estável e
duradoura experiência de governo na América Latina, com 67 anos de história,
desabara na manhã de Quinze de Novembro. O austero e admirado imperador Pedro
II, um dos homens mais cultos da época, que ocupara o trono por quase meio
século, fora obrigado a sair do país junto com toda a família imperial. Vivia
agora exilado na Europa, banido para sempre do solo em que nascera. Enquanto
isso, os destinos do novo regime estavam nas mãos de um marechal já idoso e
bastante doente, o alagoano Manoel Deodoro da Fonseca, considerado até então um
monarquista convicto e amigo do imperador deposto.
Essas e outras
histórias surpreendentes estão em 1889, o novo livro do premiado escritor
Laurentino Gomes. A obra, que trata da Proclamação da República, fecha uma
trilogia iniciada com 1808, sobre a fuga da corte portuguesa de Dom João para
Rio de Janeiro, e continuada com 1822, sobre a Independência do Brasil.
Leya, Ano 2009, 304 páginas
Nesse livro, o jornalista Leandro
Narloch prefere adotar uma postura diferente para contar a História, que vai
além dos mocinhos e bandidos tão conhecidos. Ele mesmo, logo no prefácio, avisa
ao leitor: Este livro não quer ser um falso estudo acadêmico, como o daqueles
estudiosos, e sim uma provocação. Uma pequena coletânea de pesquisas históricas
sérias, irritantes e desagradáveis, escolhidas com o objetivo de enfurecer um
bom número de cidadãos.É verdade: esse guia enfurecerá muitas pessoas. Porém,
é também verdade que a história, assim, fica muito mais interessante e saborosa
para quem a lê.
Geração Editorial, Ano 2013, 352 páginas
Depois do extraordinário sucesso de seu
livro de estreia, Titília e o Demonão: cartas inéditas de d. Pedro I à marquesa
de Santos, o historiador Paulo Rezzutti presenteia o público amante de história
e de boas histórias com a sua muito aguardada biografia de Domitila de Castro
(1797 -1867), a incomparável marquesa de Santos, amante do primeiro imperador
do Brasil e uma das mulheres mais notáveis e influentes da América Latina, que,
segundo o escritor Paulo Setúbal, “encheu um Império com o ruído do seu nome e
o escândalo do seu amor”.
Leya, Ano 2014, 432 páginas
Esta obra procura desmistificar a
ditadura brasileira, tanto em sua duração como em seus efeitos. Narra aqui a
história desse período buscando não omitir quanto aos excessos que levaram à
perseguição, tortura e morte no período entre o final de 1968 e 1979, e, para
ele, porém, 'o regime militar brasileiro não foi uma ditadura de 21 anos. Não é
possível chamar de ditadura o período 1964-1968 (até o AI-5), com toda a
movimentação político-cultural. Muito menos os anos 1979-1985, com a aprovação
da Lei de Anistia e as eleições para os governos estaduais em 1982'.
O guia dos curiosos Brasil – Marcelo Duarte
Panda Books, 2010, 584 páginas
Você
sabe quanto a Casa da Moeda gasta para fazer 1 centavo? O livro reúne
informações práticas, divertidas e pouco conhecidas sobre todo o Brasil.
Uma viagem preparada para todo mundo que deseja saber mais sobre o país.
Editora Global, Ano 2013, 784 páginas
Para celebrar os 80 anos de publicação
de Casa-grande & senzala, a Global Editora lança uma edição especial desta
obra clássica. Esta edição comemorativa tem capa dura e traz, além dos dois
cadernos iconográficos já existentes nas edições anteriores, um caderno
colorido com fotos e documentos referentes à primeira edição e uma fortuna
crítica com textos de Darcy Ribeiro, Roland Barthes, entre outros, que mostra a
recepção crítica do livro ao longo dessas oito décadas. A obra de
Gilberto Freyre retrata o pensamento brasileiro.
Companhia das Letras, Ano 1997, 224 páginas
Nunca será demasiado reafirmar que Raízes do Brasil inscreve-se como
uma das verdadeiras obras fundadoras da moderna historiografia e ciências
sociais brasileiras. Tanto no método de análise quanto no estilo da escrita,
tanto na sensibilidade para a escolha dos temas quanto na erudição exposta de
forma concisa, revela-se o historiador da cultura e ensaísta crítico com
talentos evidentes de grande escritor.
A incapacidade secular de separarmos vida
pública e vida privada, entre outros temas desta obra, ajuda a entender muito
de seu atual interesse. E as novas gerações de historiadores continuam
encontrando, nela, uma fonte inspiradora de inesgotável vitalidade. Todas essas
qualidades reunidas fizeram deste livro, com razão, no dizer de Antonio
Candido, "um clássico de nascença".
Objetiva, Ano 2013, 312 páginas
Neste clássico da não ficção nacional, o jornalista e romancista Zuenir
Ventura conta, com a urgência das grandes reportagens e com a sofisticação da
alta literatura, como transcorreu no Brasil o ano que, através do mundo, iria
se tornar lendário por conta de manifestações estudantis contra o sistema.
Aqui, sob a ditadura militar estabelecida em 1964, o desenlace seria terrível:
pressionado pelos radicais, o presidente Costa e Silva decretaria o AI-5,
concentrando poderes e sufocando o que restava de democracia. O famoso maio de
1968 começou com dois meses de antecedência no Brasil. Mais precisamente em 28
de março, quando a PM invadiu o restaurante estudantil Calabouço, no centro do
Rio de Janeiro, e matou Edson Luis Lima Souto, de 18 anos, com um tiro à
queima-roupa no peito. A reação da sociedade civil à truculência da ditadura
militar, no enterro acompanhado por 50 mil pessoas e na famosa Passeata dos Cem
Mil, realizada em junho, estabeleceu a rota de colisão que culminaria com a
decretação do nefando Ato Institucional nº 5 no dia 13 de dezembro daquele ano
tornado mitológico. A partir dali, não
haveria mais a encenação de democracia que vigorava desde o golpe de 1964: o
governo do general Arthur da Costa e Silva deteria nas mãos todos os poderes e
não se furtaria a usá-los, fosse cassando, exilando, prendendo ou até matando
de forma clandestina. Vinte e um anos se passariam até que um presidente civil
eleito democraticamente chegasse ao Palácio do Planalto - Fernando Collor de
Mello, que, também democraticamente, seria impedido de governar pelo Congresso,
em 1992, acusado de corrupção - e a normalidade viesse a ser restaurada na vida
nacional. Neste livro já
clássico, que vendeu mais de 300 mil exemplares desde sua primeira edição, em
1988, o jornalista Zuenir Ventura historia - a partir da louca festa de
réveillon na casa da crítica literária Heloísa Buarque de Hollanda - o ano de
1968 tal como vivido no Brasil. Fazem parte de sua pauta, além do assassinato
de Edson Luis, da Passeata dos Cem Mil e do AI-5, a contracultura hippie, Caetano,
Gil, Chico, Glauber, Fernando Henrique, José Dirceu, Nelson Rodrigues, o
congresso da UNE em Ibiúna, a conspiração de militares de extrema-direita para
explodir o Gasômetro e matar milhares de cariocas, o discurso do deputado
Márcio Moreira Alves que revoltou as Forças Armadas, a pressão dos radicais
pelo endurecimento do regime. Que ano.
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